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Bolsa
Mercado Financeiro

Mercado: Bolsa mantém os 113 mil pontos, mas pode seguir sem tendência definida nesta sexta-feira

Já o dólar vem subindo a cada dia, mesmo com os leilões do Banco Central

Data de publicação:15/10/2021 às 05:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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O mercado financeiro, principalmente o de ações, permanece sem clara tendência. E começa os negócios desta sexta-feira, 15, para o fechamento da semana, na mesma toada.

Nos dois últimos dias, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, tem seguido trajetória inversa à das bolsas internacionais, que costuma ser referência de direção ao mercado doméstico de ações.

Enquanto a B3 está em trajetória hesitante, o dólar fechou mais um dia em alta, cotado a R$ 5,52

Na quarta-feira, a B3 ganhou tração e fechou com valorização superior a 1% enquanto as bolsas caíam no exterior; ontem, seguiu na direção contrária da valorização das bolsas internacionais.

A B3 encerrou o pregão com ligeira desvalorização de 0,24%, mas o Índice Bovespa (Ibovespa) sustentou-se acima do patamar de 113 mil pontos pelo segundo dia seguido, ao fechar em 113.185,48 pontos.

As bolsas americanas tiveram forte valorização, pela animação dos investidores com os dados acima das expectativas nos balanços trimestrais de grandes companhias, principalmente bancos, como Morgan Stanley, Bank of America, Citigroup e Wells Fargo. O índice Dow Jones teve alta de 1,56%, o S&P 500 avançou 1,71% e o Nasdaq subiu 1,73%.

Enquanto a B3 segue em trajetória hesitante, o dólar fez vistas grossas à nova oferta de contratos de swap cambial pelo Banco Central e encerrou o dia com valorização de 0,13%, cotado por R$ 5,52.

Analistas afirmam que o pano de fundo que dá sustentação à mobilidade do dólar é a preocupação com o controle das contas públicas. A desconfiança em relação ao compromisso do governo com o ajuste fiscal leva o investidor a assumir uma posição defensiva e buscar proteção para seu patrimônio no dólar, que, amparado por essa procura, resiste em cair.

Têm causado desconforto nos mercados, de acordo com os especialistas, a suspeita de que o governo venha a combinar a prorrogação do auxílio emergencial, que tem validade prevista até dezembro, com a criação do Auxílio Brasil, nova versão do Bolsa Família, com valor reajustado.

Investidores e gestores de mercado temem que governo e Congresso venham a ser seduzidos para a adoção de medidas populistas, diante da aproximação das eleições gerais no próximo ano.

A desconfiança em relação ao frágil quadro fiscal ganha força porque as principais ameaças ao equilíbrio das contas públicas continuam à espera de definição: a forma de pagamento de precatórios, que pode ser votada pelo Congresso na próxima semana, a votação da reforma do imposto de renda e opções de financiamento do novo programa social do governo.

Bolsonaro e a crise hídrica

A crise hídrica foi tema das declarações mais recentes do presidente Jair Bolsonaro. No dia anterior, o chefe do Executivo afirmou que vai determinar ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a reversão da bandeira "escassez hídrica", taxa adicional cobrada sobre a conta de luz dos brasileiros.

"Dói a gente autorizar o ministro Bento decretar bandeira vermelha, dói no coração, sabemos as dificuldades da energia elétrica. Vou pedir para ele... Pedir, não, determinar a ele que volte à bandeira normal a partir do mês que vem", disse o chefe do Executivo no evento Conferência Global 2021 - Millenium, organizado por evangélicos.

A bandeira escassez hídrica foi anunciada pelo governo em 31 de agosto como forma de financiar o acionamento de usinas térmicas em meio à crise hídrica, que compromete os reservatórios. "Deus nos ajudou agora com chuva, estávamos na iminência de um colapso. Não podíamos transmitir pânico à sociedade", disse o presidente, no evento, sobre a situação.

ICMS: Estados

Ainda no cenário fiscal, o projeto que altera o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre os combustíveis despertou revolta por parte dos Estados, que buscam uma ação conjunta para barrar a mudança, que tem potencial para retirar R$ 24 bilhões dos cofres dos governadores.

Eles já antecipam uma disputa jurídica no Supremo Tribunal Federal (STF) caso o projeto seja aprovado também no Senado.

Como alternativa, os secretários de Fazenda dos Estados avaliam a possibilidade de congelar por 60 dias o preço de referência usado para a cobrança do ICMS sobre os combustíveis. Também está na mesa de negociação a diminuição do número de vezes que esse preço é alterado. Hoje, a frequência de atualização do preço é de 15 dias, o que retroalimenta a alta dos preços ao consumidor.

O projeto, porém, é considerado inconstitucional pelos Estados por interferir na sua autonomia de legislar sobre o seu próprio tributo, além de ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que exige medidas compensatórias para renúncias de receitas.

Os governos regionais consideram que a aprovação do projeto foi uma resposta política e não econômica, que não resolverá o problema dos preços elevados dos combustíveis.

‘Conselhão’ do MP

Já no cenário político, temas como a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que muda a composição do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), se mantém sendo monitorado pelos investidores.

Sem o apoio necessário para aprovar a PEC, o presidente da Câmara, Arthur Lira, decidiu adiar a votação da medida pela segunda vez. O texto propõe mudanças na composição do “Conselhão” e aumenta o poder do Congresso sobre o órgão.

Polêmica, a PEC altera tanto a composição quanto a própria função do colegiado, criado em 2004. Entre os principais itens da proposta estão o aumento de assentos reservados a indicações do Congresso, que passam de dois para cinco, e a determinação de que um dos escolhidos pelo Poder Legislativo seja também o corregedor-geral do órgão. Desta forma, caberá a um nome avalizado pela classe política conduzir processos disciplinares contra integrantes do Ministério Público.

A proposta foi colocada em pauta pela primeira vez na semana passada, mas adiada após duras críticas de procuradores, que apontam uma tentativa de interferência no Ministério Público, numa espécie de "vingança" de políticos após operações recentes, como a Lava Jato.

Além da indicação de um corregedor pelo Congresso, a principal queixa da categoria está no fato de a PEC permitir que atos de integrantes do MP, como a abertura de uma investigação, por exemplo, possam ser anulados pelo conselho.

Wall Street e o mundo

Com os balanços corporativos na crista da onda, os investidores no exterior estão atentos aos novos resultados de empresas que chegam nesta sexta-feira. Os comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), acabam ficando em segundo plano.

Na véspera, o chefe da distrital de Atlanta do BC, Raphael Bostic, disse que é inadequado definir o nível de inflação atual como "breve". Outro a expressar preocupação com a trajetória dos preços nos EUA foi o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, que disse não ter certeza de que o núcleo da inflação - que exclui setores voláteis como alimentos e energia - vai moderar nos próximos seis meses.

Já a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, afirmou que a entidade está em posição para reduzir o volume de suas compras de bônus, mas não para elevar a taxa de juros.

O líder da distrital de Richmond, Thomas Barkin, reforçou o compromisso de começar o tapering – retirada de estímulos da economia - em breve, algo já dado como certo pelo mercado, especialmente após a divulgação da ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) na quarta-feira, 14.

Do outro lado do mundo, as bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira. O japonês Nikkei subiu 1,81% em Tóquio nesta sexta, aos 29.068,63 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,48% em Hong Kong, a 25.330,96 pontos, depois de ficar dois dias sem operar.

O sul-coreano Kospi valorizou 0,88% em Seul, aos 3.015,06 pontos, e o Taiex saltou 2,40% em Taiwan, aos 16.781,19 pontos, após a fabricante de semicondutores local TSMC (+4,71%) anunciar lucro trimestral recorde.

Na China, os ganhos foram mais contidos: o Xangai Composto subiu 0,40%, a 3.572,37 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto garantiu alta marginal de 0,05%, a 2.400,52 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana também acompanhou Wall Street, e o S&P/ASX 200 avançou 0,69% em Sydney, aos 7.362,00 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado

Sobre o autor
Tom Morooka
Colaborador do Portal Mais Retorno.