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Bolsa
Mercado Financeiro

Dólar dispara e volta a bater os R$ 5,20; Bolsa cai 1,44% com exterior e política

Desvalorização das ações da petroleira, reflexo da crise do petróleo, puxa o Ibovespa para baixo

Data de publicação:06/07/2021 às 10:59 -
Atualizado 3 anos atrás
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O dólar viveu um dia de forte alta, nesta terça-feira, 6, influenciado pelo exterior e o cenário de instabilidade e tensão na política brasileira, A moeda americana fechou o dia com valorização de 2,39% frente ao real, cotada a R$ 5,209.

Pelos mesmos motivos, a Bolsa de Valores viveu um dia negativo e fechou com queda de 1,44%, aos 125.094,88 pontos. A desvalorização das ações da Petrobras e dos bancos, também ajudaram a derrubar o mercado, que volta suas expectativas para a divulgação da ata do Fomc (Copom americano) nesta quarta-feira.

Foto: B3
Sede da B3 em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Refletindo a crise que se instaurou entre a Opep+, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos a respeito de novas definições sobre política de preços do petróleo - que resultou na suspensão da reunião da véspera - as ações da Petrobras viveram mais um dia de forte desvalorização. Os papéis da petroleira (PETR4) despencaram 4,09%.

Os chamados "bancões", que juntos respondem por cerca de 17% da carteira teórica da B3, também seguiram com seus papéis em baixa, com os investidores no aguardo das novas discussões sobre o texto da reforma tributária enviado ao Congresso, que prevê a tributação de dividendos e tem recebido muitas críticas do mercado.

Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) registram retração de 1,15%, 1,24% e 1,70%, respectivamente.

Disparada do Dólar

O fortalecimento do dólar, entre vários outros fatores, reflete os dados da economia americana sobre o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do país, que engloba os setores industrial e de serviços. De acordo com a IHS Markit, o índice recuou de 68,7 em maio para 63,7 em junho, dado que ficou abaixo da previsão de 65,2 feita pelos analistas.

No cenário local, os investidores estão atentos às investigações da CPI da Covid no Senado sobre as supostas irregularidades na aquisição de vacinas pelo governo Bolsonaro.

Para azedar ainda mais o humor do mercado, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, voltou a reforçar o discurso de que não há justificativa para votar um processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro, mesmo com as recentes denúncias envolvendo o chefe do Executivo na compra da vacina Covaxin e em esquema de "rachadinha".

De acordo com Braulio Langer, analista da Toro Investimentos, o pregão de vendas em massa das ações brasileiras, possivelmente provocada pela incerteza em relação à economia nacional, provocou uma retirada de fluxo financeiro dos ativos de risco brasileiros, enfraquecendo o real frente à moeda americana.

Sobe e desce da B3

Nesta terça-feira, além dos papéis da Petrobras e bancos, as mineradoras e siderúrgicas viveram um dia de queda, apesar de o preço do minério de ferro estar em alta na China. CSN (CSNA3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) recuaram de 2,13%, 0,41%, 0,40%, respectivamente. A Vale (VALE3) fechou no sinal contrário, com ganhos de 0,53%.

Também no terreno negativo ficaram as empresas de aviação. Azul (AZUL4) e CVC (CVCB3) fecharam em forte queda de 4,17% e 3,63%, na sequência.

A maior alta do dia, mesmo que modesta, ficou com as ações do Bradespar (BRAP4), fechando em 1,42% de variação positiva.

Cenário político afeta o mercado

Incomodado com indefinições no exterior, o mercado financeiro tampouco vê fatores de estímulo internamente, onde se agrava a cada dia o cenário de incertezas com a crise política.

O avanço dos trabalhos da CPI da Covid no Senado em várias frentes, envolvendo aliados e colaboradores do presidente Bolsonaro, fortalecem as preocupações e reforçam a atitude cautelosa dos investidores.

CPI da Covid: novos depoimentos

Os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado seguem sendo acompanhados de perto pelos investidores e que a cada dia ganha novos capítulos.

O colegiado ouve nesta terça-feira a servidora do Ministério da Saúde Regina Célia Silva Oliveira, apontada como responsável por autorizar o contrato para a aquisição da vacina Covaxin, produzida pelo laboratório indiano Bharat Biotech.

Regina foi citada na CPI pelo também servidor da pasta Luís Ricardo Miranda, que foi quem apontou irregularidades no contrato de compra das vacinas pelo Ministério.

Ele é irmão do deputado federal Luis Miranda e os dois disseram à comissão que avisaram o presidente Jair Bolsonaro  sobre a suposta irregularidade no contrato.

Integrantes da comissão vão investigar a elevação do preço das doses da vacina Covaxin nas negociações entre o Ministério da Saúde e as empresas Bharat Biotech e Precisa Medicamentos. A Bharat é a fabricante indiana do imunizante e a Precisa atuou como intermediária brasileira na negociação.

"A pressa em fazer a compra da vacina Covaxin, porque tinha essas vantagens, não era a mesma com a Pfizer, porque não tinha essas vantagens", afirmou o presidente da CPI, senador Omar Aziz.

TCU quer explicações sobre a Covaxin

O ministro Benjamim Zymler, do Tribunal de Contas da União (TCU), solicitou ao Ministério da Saúde que explique, num prazo de 10 dias, o motivo de o preço por dose da vacina Covaxin ter aumentado de US$ 10 para US$ 15 durante as negociações.

Pelo acordo, fechado em fevereiro, o Ministério da Saúde se comprometeu a comprar 20 milhões de doses por R$ 1,614 bilhão. O preço de US$ 15 por unidade é o mais caro pago pelo País dentre os seis imunizantes negociados até agora.

CPI da Rachadinha

Senadores oposicionistas da CPI da Covid reagiram na véspera à suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro desviava e se apropriava ilegalmente de salários de assessores quando era deputado federal. Alessandro Vieira disse que vai apresentar pedido de abertura da CPI da Rachadinha.

Já o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, quer convocar a ex-cunhada de Bolsonaro, Andrea Siqueira Valle, para depor na comissão que relata. Os Bolsonaro negam ilegalidades. Alegam ser alvos de perseguição política.

Áudios mostram Andrea contando que seu irmão André foi exonerado por Bolsonaro de um cargo de confiança na Câmara. O motivo seria a resistência do então servidor a repassar ao então deputado toda a parte do salário que combinara em troca da nomeação.

O esquema configura peculato - desvio ilegal de verba pública, por servidor. Andrea é irmã de Ana Cristina Siqueira Valle, segunda ex-mulher de Bolsonaro.

Ata do Fomc

O interesse pela ata do Fomc é grande porque investidores e profissionais do mercado esperam identificar nela pistas sobre o futuro da política monetária nos EUA.

Ritmo de crescimento da economia e inflação são vistos como dois fatores determinantes sobre como o Fed vai administrar a política monetária, via manutenção ou redução gradual dos estímulos monetários, via elevação da taxa de juros, ou pela ação combinada das duas iniciativas.

Qualquer das decisões não agrada às bolsas de valores, seja pelo enxugamento de liquidez, que tenderia a reduzir o fluxo de recursos estrangeiros para o investimento em ações, seja pelo aumento de concorrência da renda fixa alimentada pela elevação dos juros.

Crise do petróleo

O mau humor da Bolsa também reflete a nova escalada no preço do petróleo bruto, após um colapso nas negociações de oferta dos países membros da Opep+. Na véspera, a reunião que iria trazer uma definição sobre a política de preços do petróleo acabou sendo suspensa, sem data para acontecer.

O petróleo segue valorizado, após uma briga entre os membros da Opep+, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, bloqueou o aumento da oferta pela commodity.

Os investidores estão avaliando as chances deste conflito se transformar em uma guerra de preços que pode dificultar a recuperação econômica global e aumentar as pressões inflacionárias. Por sua vez, isso pode antecipar os planos de retirada de estímulos por parte do Fed.

NY: bolsas com sinal misto

No cenário externo, os contratos negociados nas bolsas de Nova York fecharam sem direção única, com os investidores digerindo o PMI, que veio abaixo do esperado e no aguardo da divulgação da ata da última reunião do Fomc pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) amanhã, às 15h, que pode trazer novos sinais da política monetária.

O S&P 500 reportou baixa de 0,20%, com Dow Jones na mesma trilha, com queda de 0,60% e Nasdaq 100, na contramão, com ganhos de 0,40%.

No comunicado que acompanhou a conclusão do encontro, em junho, o Fed antecipou a estimativa de alta de juros de 2024 para 2023, o que pegou de surpresa o mercado financeiro e ditou firme alta do dólar em todo o mundo.

Na ata, o Fed deve dar mais detalhes das discussões e possivelmente pistas sobre debates acerca de retirada de estímulos –os quais ajudaram a sustentar os mercados financeiros globais desde o ano passado, apesar da pandemia.

Bolsas asiáticas fecham em queda

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em baixa nesta terça-feira, com investidores atentos ao comportamento do petróleo. Já na Oceania, o mercado australiano se desvalorizou após o banco central local anunciar retirada de estímulos monetários.

Na China continental, o Xangai Composto recuou 0,11% hoje, aos 3.530,26 pontos, enquanto o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,32%, aos 2.406,59 pontos.

Em outras partes da Ásia, o Hang Seng cedeu 0,25% em Hong Kong, aos 28.072,86 pontos, e o Taiex registrou perda marginal de 0,04% em Taiwan, aos 17.913,07 pontos.

Por outro lado, o japonês Nikkei subiu 0,16% em Tóquio, aos 28.643,21 pontos, revertendo parte da queda do pregão anterior, enquanto o sul-coreano Kospi avançou 0,36% em Seul, aos 3.305,21 pontos, renovando máxima de fechamento.

Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, após decisão de política monetária do banco central do país, conhecido como RBA. O S&P/ASX 200 caiu 0,73% em Sydney, aos 7.261,80 pontos.

No começo da madrugada, o RBA manteve seu juro básico em 0,10%, mas decidiu que irá reduzir compras semanais de bônus, de 5 bilhões de dólares australianos para 4 bilhões de dólares australianos (cerca de US$ 3 bilhões), a partir de setembro. / com Júlia Zillig e Agência Estado

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