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Mercado Financeiro

Bolsa cai 2,49% na semana, atingida pela queda das commodities; dólar sobe 0,80%

Pregão foi atingido por queda de preços no mercado internacional e aumento do IOF no Brasil

Data de publicação:17/09/2021 às 11:00 -
Atualizado 3 anos atrás
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A Bolsa viveu mais uma semana de turbulências e contabilizou uma queda de 2,49% em relação ao fechamento de sexta-feira da semana passada; o dólar foi pelo caminho inverso e apresentou valorização de 0,80%.

A sexta-feira foi um dia difícil para a Bolsa de Valores, as notícias eram negativas tanto em nível local como internacional. Lá fora, as incertezas em relação aos preços do minério de ferro e a desaceleração na economia chinesa acertaram em cheio as ações da Vale que fecharam com queda de 2,02%, mas chegaram a cair bem mais durante o pregão. Eventos que ofuscaram o anúncio de distribuição de dividendos pela empresa.

A queda no preço das commodities no mercado internacional deu uma rasteira nos papéis de exportadoras, entre petroleiras, siderúrgicas e do setor de papel e celulose, com queda generalizada na B3.

Foto: B3/Divulgação
Sede da B3 em São Paulo | Foto: B3/Divulgação

Por aqui, a notícia de aumento do IOF nas operações de crédito para pessoas físicas e empresas também ajudaram a contaminar o ambiente. Não propriamente pela elevação da alíquota do imposto, mas porque isso se traduz em mais uma barreira para a retomada da economia, uma vez que encarece o capital de giro e o financiamento para as pessoas físicas, seja no consumo seja para a compra de imóvel. Não somente por isso, mas especialmente pelo temor de que essa seja mais uma entre as tantas medidas populistas que o Presidente Bolsonaro possa tomar em ano que antecede as eleições.

O Índice Bovespa que mede a evolução das ações mais negociadas em pregão fechou com queda de 2,07% aos 111.439,37. Já o dólar chegou a bater a casa dos R$ 5,3469 durante as negociações, mas fechou cotado a R$ 5,2875, com alta de 0,65% no dia.

Commodities

A Vale que tem um peso de 14% no Ibovespa divulgou, pela manhã, o pagamento de dividendos na ordem surpreendente de R$ 8,10 por ação, notícia que foi colocada de escanteio diante da queda das commodities e receio com a economia da China em retomada mais lenta que a projetada pelo mercado.

As siderúrgicas foram levadas nessa mesma esteira : Usiminas caiu 5,31%; CSN, 4,73%; Gerdau 6,59%. Outras exportadoras também foram atingidas, como as de papel e celulose: Klabin caiu 2,65% e Suzano, 3,96%.

Os bancos também amargaram perdas nesta sexta-feira: os papéis do Itaú recuaram 2,39%, Bradesco, 3.61%, Santander, 1,86%, Banco do Brasil, 1,80% e Banco Inter, 7,02%. O IFNC da B3, índice que engloba as empresas do mercado financeiro e inclui os bancões, caiu 2,24%. Juntas, as grandes instituições financeiras representam cerca de 17% da cesta de ativos do principal índice da B3.

Fecharam ainda em terreno negativo as ações da Multiplan e BRF. Após comunicar o encerramento de um acordo para a construção de um novo shopping center em São Paulo, a rede de centros comerciais registrava recuou 0,20%.

Já a indústria de proteína, com a notícia sobre o fechamento de uma parceria com a Inteprid para a construção de um parque de energia solar para autogeração, registrou uma desvalorização de 1,69% em seus papeis.

IOF mais alto

Na noite anterior, o presidente Jair Bolsonaro decidiu aumentar a alíquota de IOF sobre operações de crédito para pessoas jurídicas e físicas entre 20 de setembro e 31 de dezembro para acomodar o aumento do valor do Auxílio Brasil.

A medida, divulgada hoje no Diário Oficial da União (DOU), promoveu os seguintes ajustes no imposto: no caso das empresas, a alíquota diária do IOF subirá de 0,0041% (o equivalente a uma taxa anual de 1,5%) para 0,00559% (2,04% no ano).

Já para pessoas físicas, será elevada de 0,0082% (alíquota anual de 3,0%) para 0,01118% (referente a alíquota anual de 4,08%).

"A referida medida irá gerar um aumento de arrecadação estimado em R$ 2,14 bilhões. Esse valor permitirá a ampliação do valor destinado ao programa social Auxílio Brasil, cujo novo valor entrará em vigor ainda no ano de 2021. A medida irá beneficiar diretamente cerca de 17 milhões de famílias e é destinada a mitigar parte dos efeitos econômicos danosos causados pela pandemia", diz o comunicado divulgado pelo governo na véspera.

O ex-presidente do Banco Central e presidente do conselho do Credit Suisse no Brasil, Ilan Goldfajn, criticou a decisão do governo federal.

"A solução é ruim, é ineficiente, vai dificultar o crescimento, dificultar a agenda do BC, que é de mais eficiência", disse Goldfajn, em entrevista à Globonews. Para o executivo, a ampliação do Bolsa Família deveria partir de uma revisão estrutural de gastos no Orçamento.

‘Mutirão’ de votações

As incertezas com o rumo da política fiscal, em meio a tantas indefinições em torno de questões que afetam a gestão das contas públicas, têm deixado o investidor cada vez mais cauteloso e na defensiva.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sugeriu que as Casas legislativas realizem um "mutirão" de votações importantes assim que voltarem a trabalhar presencialmente. Segundo ele, a Câmara deve deixar o sistema virtual e retornar ao esquema presencial em outubro.

Entre as matérias que foram aprovadas pela Câmara e hoje aguardam uma posição do Senado, Lira citou o PL dos Correios, do Licenciamento Ambiental, da regularização fundiária e a reforma do Imposto de Renda. "Do Senado, está na Câmara o Refis", lembrou Lira.

"Agora em outubro, com a temperança baixa, momento de trégua, que é importante que seja imperativo para todos os poderes a autocontenção. É o que temos pregado, paciência, conversa, para que não prejudiquemos aqueles que dependem de uma atuação independente e harmônica", afirmou o deputado.

CPI da Covid: Prevent Senior na mira

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid quer discutir as denúncias relacionadas à empresa Prevent Senior e avalia pedir a condução coercitiva do diretor executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior. Convocado para depor no dia anterior, o representante não foi à comissão alegando ter sido convocado de última hora.

Conforme denúncia feita por médicos e ex-funcionários, o plano de saúde ocultou mortes de pacientes que participaram de um estudo realizado para testar a eficácia da hidroxicloroquina.

A série de documentos, revelada pelo portal G1, aponta que a disseminação da cloroquina e outras medicações foi resultado de um acordo entre o governo Bolsonaro e a Prevent.

"O que a Prevent Senior fez tem que ser exemplarmente punido. Isso não pode ficar impune", disse o relator da CPI, Renan Calheiros.

"Com o que temos hoje é impossível entregar o relatório como havíamos previsto (na próxima semana)", disse o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues. Para ele, a empresa usou pessoas como "cobaias".

Marco temporal

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na véspera que deve defender a tese do marco temporal em seu discurso na Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), marcado para a próxima terça-feira.

"O marco temporal é perigo para a segurança alimentar do Brasil e do mundo", voltou a dizer Bolsonaro, em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Eu devo dizer algo nessa linha", complementou.

O julgamento do marco temporal no Supremo Tribunal Federal (STF) foi interrompido por tempo indeterminado após um pedido de suspensão pelo ministro Alexandre de Moraes.

Se a tese for ratificada, uma terra indígena só pode ser demarcada se ficar comprovado que os índios estavam naquele território na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988. O presidente Jair Bolsonaro defende a consolidação desse entendimento.

Nas contas de Bolsonaro, se a tese do marco temporal for derrubada, a proporção de terras indígenas no País vai saltar de 13% para 26% do território nacional.

NY: bolsas no vermelho

As bolsas de Nova York também fecharam em queda: a S&P 500 caiu 0,91%, a Dow Jones, 0,48% e a Nasdaq, 1,18%

Na véspera, os investidores receberam duas notícias econômicas – uma positiva e outra negativa. A positiva refere-se ao crescimento de 0,7% em agosto ante julho, dado que surpreendeu os analistas, que apostavam em variação negativa de 0,8%.

Já o volume de solicitações de seguro-desemprego EUA subiu em 20 mil, a 332 mil na última semana, enquanto a expectativa era de alta a 320 mil solicitações.

"O consumidor americano parece forte agora, mas preços mais altos e menos apoio governamental pesarão sobre as perspectivas para o resto do ano", analisou Edgard Moya, analista da Oanda.

Na avaliação da Capital Economics, apesar da surpresa positiva com o indicador, o detalhamento dos números é bem menos otimista. A disseminação da variante delta do coronavírus claramente afetou os resultados, segundo a consultoria. Pelos seus cálculos, o aumento real do consumo nos EUA em agosto foi de 0,5%.

Em relatório, a Stifel considera que os fatores que mantêm trabalhadores em potencial afastados do mercado parecem ser os mesmos que sustentam um ritmo positivo dos gastos.

"Ou seja, um colchão de riqueza acumulado devido a meses de benefícios de desemprego indiscutivelmente generosos, uma moratória de despejos e o novo crédito tributário infantil aprimorado", citam seus analistas.

As questões que permanecem, segundo eles, são até quando durarão essas poupanças e por quanto tempo os trabalhadores seguirão sem reintegrar a força de trabalho. De acordo com a empresa, "indicações anedóticas" sugerem que pelo menos alguns trabalhadores não planejam procurar emprego até depois do primeiro dia do próximo ano.

Em relação ao Federal Reserve, as notícias giraram em torno de revisões internas das regras sobre operações no mercado financeiro por parte de sua equipe. Depois de notícia divulgada pelo The Wall Street Journal na semana passada, sobre o volume expressivo movimentado pelos presidentes do Fed de Boston, Eric Rosengren, e de Dallas, Robert Kaplan, a senadora democrata Elizabeth Warren escreveu aos líderes das regionais pedindo a revisão das normas do banco central.

Na véspera, o Fed anunciou que a equipe do Conselho irá adotar uma "nova e abrangente" avaliação de suas regras éticas.

Bolsas asiáticas fecham em alta

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta sexta-feira, buscando se recuperar de perdas recentes, embora persistam temores em relação à Evergrande, gigante do setor imobiliário chinês que enfrenta graves problemas financeiros.

O Nikkei subiu 0,58% em Tóquio, aos 30.500,05 pontos, mantendo-se perto dos maiores níveis em três décadas, na expectativa para a iminente saída do primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, cuja popularidade se deteriorou em meio ao aumento de casos de covid-19 no país.

Na China continental, os mercados foram sustentados por ações do setor farmacêutico e de fabricantes de bebidas alcoólicas. O Xangai Composto avançou 0,19%, aos 3.613,97 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto teve ganho de 0,35%, aos 2.446,05 pontos.

Em Hong Kong, o Hang Seng interrompeu uma sequência de quatro pregões negativos e subiu 1,03%, aos 24.920,76 pontos.

Mas a ação da endividada incorporadora chinesa Evergrande, que nos últimos dias ajudou a derrubar papéis do setor imobiliário listados no território semiautônomo, caiu mais 3,42%, depois de chegar a despencar mais de 11% durante os negócios desta sexta.

Em outras partes da Ásia, o sul-coreano Kospi avançou 0,33%, aos 3.140,51 pontos, antes de um feriado de três dias que manterá a Bolsa de Seul fechada até quarta-feira, 22.

Já o Taiex ficou praticamente estável em Taiwan, com baixa marginal de 0,01%, aos 17.276,79 pontos.

Na Oceania, a bolsa australiana ignorou o viés positivo da região asiática e terminou a sessão no vermelho. Pressionado por ações de mineradoras e petrolíferas, o S&P/ASX 200 recuou 0,76% em Sydney, aos 7.403,70 pontos. / com Tom Morooka e Agência Estado

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