Mercado: Bolsa fecha com alta de 0,53% puxada pelos bancos; dólar cai mais 0,25%
A Bolsa opera em alta nesta segunda-feira, 7, puxada pelo bom desempenho das ações dos grandes bancos e ensaiando mais um novo recorde seguido.
A bolsa fechou em alta de 0,53% no pregão desta segunda-feira, dia 7, após abrir o dia em queda, chegando aos 130.793,43 pontos e marcando a oitava alta consecutiva. O destaque ficou para as altas dos bancos.
O dólar seguiu em sua tendência de baixa e ficou cotado a R$ 5,036, uma queda de 0,25% comparado ao último pregão.
As ações do setor bancário ficaram em destaque por representar a principal porta de entrada para os investidores estrangeiros na Bovespa. Bradesco e Itaú, fecharam com alta de 1,25% e 2,35%, respectivamente.
Em contrapartida, o setor de commodities não desempenhou tão bem neste pregão, principalmente Petrobras e Vale, que fecharam, respectivamente, com queda de 0,73% e 0,97%.
Altas na Bolsa
Além do destaque para os bancos, nesta segunda-feira, os papéis das empresas aéreas Azul e Gol também tiveram um desempenho positivo na Bolsa. Enquanto a Azul fechou com alta de 5,57%, as ações da Gol tiveram uma valorização de 3,61%.
Com mais uma revisão de alta para o PIB feita no Relatório Focus de hoje, as ações do varejo e ligadas aos setores domésticos, num geral, também influenciaram para o fechamento em alta deste pregão.
Queda do dólar
A moeda americana segue em desvalorização frente ao real e fechou o dia com queda de 0,24%, sendo cotado a R$ 5,037. Esse é o menor valor registrado desde 10 de dezembro de 2020.
Mesmo com a alta dos juros das Treasuries americanas, que aumentam a demanda por dólar no mercado, as projeções positivas para o crescimento da economia brasileira contribuem para a apreciação do real.
Inflação, PIB e Selic
Segundo o Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central, os economistas revisaram a inflação pela nona vez consecutiva. A previsão para 2021 subiu de 5,31%, na última semana, para 5,44%, mantendo o índice acima da meta inflacionária de 3.50 que o BC mira para calibrar a Selic, taxa básica de juros do País.
As projeções para o PIB também vieram em linha com o viés positivo adotado pelo mercado, cuja faixa está entre 4% e 5%. Para este ano, subiu de 3,96%, na última semana, para 4,36%.
Expectativas em relação ao desempenho do PIB e da inflação, que afetam a dosagem de calibragem da Selic, influenciam diretamente o ânimo do mercado financeiro, que não disfarça o sentimento positivo com a perspectiva de recuperação da atividade econômica.
Altas e baixas da B3
As ações da Eletrobras também fecharam em alta, de 0,87%, com os investidores na expectativa pelo desenrolar definitivo da medida provisória que sacramenta sua privatização. No meio do pregão, os papeis chegaram a subir 1,44%.
A queda no preço do minério de ferro no mercado chinês, ajuda a puxar o Ibovespa para baixo. A Vale fechou com queda de 0,97%. Usiminas, CSN e Gerdau registravam queda de 1,21%, 2,96%, e 2,07%, respectivamente.
A Petrobras também viveu um dia de papéis em baixa, o que reforçou o viés negativo da Bolsa: a queda foi de 0,74%
CPI da Covid: Pfizer e Carlos Bolsonaro
Os investidores mantêm a atenção nos desdobramentos dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no Senado.
A comissão pretende convocar o vereador Carlos Bolsonaro para questioná-lo sobre o "gabinete paralelo", afirmou o relator da comissão, senador Renan Calheiros.
Segundo Renan, a presença do filho do presidente em uma reunião com a Pfizer sobre oferta de vacinas "é um fato que embasará a qualquer momento, em qualquer circunstância, a convocação do vereador".
A participação de Carlos Bolsonaro na reunião foi confirmada pelo gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, após ser questionado sobre o tema em seu depoimento na CPI.
O senador Randolfe Rodrigues afirmou, no Twitter, na última sexta-feira que, ao todo, a gestão Jair Bolsonaro deixou de responder 53 e-mails da farmacêutica Pfizer enviados para pedir um posicionamento sobre a compra de vacinas para a covid-19.
A informação faz parte das investigações feitas pela CPI da Covid no Senado, da qual é vice-presidente.
Em uma sequência de mensagens, o senador afirmou que a "omissão na aquisição de vacinas da Pfizer acontecia ao mesmo tempo que o nosso Itamaraty pressionava a Índia para liberar cargas de hidroxicloroquina a uma empresa brasileira".
Além disso, classificou a ação do Ministério das Relações Exteriores no caso como "advocacia administrativa" - patrocinar interesse privado por meio da administração pública, crime previsto no Código Penal.
NY: bolsas em queda
As bolsas de Nova York operaram em queda nesta segunda-feira, com os investidores analisando os últimos dados do mercado de trabalho (payroll) e olhando para a próxima leitura da inflação, que acontece na quinta-feira, 10.
O índice S&P fechou bem perto da estabilidade, com queda 0,08% e o Dow Jones com perdas de 0,36% Já o Nasdaq 100 registrou alta de 0,23%.
O relatório de empregos da última sexta-feira mostrou que a taxa caiu de 6,1% para 5,8% e que 559 mil empregos foram adicionados em maio. O relatório foi considerado forte o suficiente para manter a confiança dos investidores na economia.
Por outro lado, fraco para evitar que o Fed (Federal Reserve, o banco central americano) se apresse em mudar suas políticas de estímulo.
O principal evento de dados desta semana será o Índice de Preços ao Consumidor (CEPI) de maio, com anúncio previsto par a quinta-feira, 10. Em abril, o IPC subiu 4,2% em relação ao ano anterior, o aumento mais rápido desde 2008.
Se os preços continuarem a subir, isso pode fazer com que o Fed recue em suas políticas de estímulo econômico.
No último final de semana, foi divulgada a decisão do G7 apoiar regras para tributar empresas multinacionais com um imposto de pelo menos 15%. Além disso, estão no aguardo dos desdobramentos sobre os novos avanços do pacote de infraestrutura proposto pelo presidente Joe Biden.
A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, disse que a implementação do "imposto mínimo global", protege a soberania nacional dos países. A proposta é considerada um passo significativo em direção a um acordo global que entregaria a taxa mínima exigida proposta por Joe Biden, presidente dos Estados Unidos.
Bolsas asiáticas fecham sem direção única
As bolsas da Ásia e do Pacífico fecharam sem direção única e com variações modestas nesta segunda-feira, à medida que investidores digeriram dados mais fracos do que se esperava da China e dos EUA.
O índice acionário japonês Nikkei subiu 0,27% em Tóquio, aos 29.019,24 pontos, e o sul-coreano Kospi avançou 0,37% em Seul, ao nível recorde de 3.252,12 pontos.
Por outro lado, o Hang Seng caiu 0,45% em Hong Kong, aos 28.787,28 pontos, e o Taiex recuou 0,37% em Taiwan, aos 17.083,91 pontos.
Na China continental, os mercados tiveram ganhos contidos: o Xangai Composto se valorizou 0,21%, aos 3.599,54 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto avançou 0,26%, aos 2.413,90 pontos.
Em maio, tanto as exportações quanto as importações chinesas deram novos saltos em relação a um ano antes, favorecidas por uma base de comparação fraca influenciada pelos efeitos da pandemia de covid-19. Ambos os resultados, no entanto, vieram abaixo das expectativas.
Na Oceania, a bolsa australiana ficou no vermelho, após encerrar os três pregões anteriores em níveis recordes. O S&P/ASX 200 caiu 0,19% em Sydney, aos 7.281,90 pontos. / com Júlia Zillig e Agência Estado