Juros futuros disparam e DI supera os 13% ao ano para 2031
Alta foi acentuada e generalizada, tanto nos contratos mais curtos como nos mais longos
Os juros futuros sobem firme nesta sexta-feira refletindo o temor do mercado com o ajuste fiscal, após a manobra do governo para furar o teto de gastos, e a permanência do ministro da Economia, Paulo Guedes, no cargo depois da saída de 4 integrantes do alto escalão de sua equipe.
A alta é expressiva em toda a curva, mas nos contratos mais longos alta supera 1%. Para janeiro de 2031, o DI saltou acima de 13%, foi negociado a R$ 13,01 às 12h36.
O aumento do risco fiscal exerce pressão sobre o dólar, sobre a inflação, obrigando as autoridades monetárias a puxar ainda mais os juros. Além disso, para aceitar os papéis do governo, que financiam a rolagem da dívida pública, os investidores passam a exigir prêmios, ou juros, cada vez mais elevados. É um efeito em cascata que pode provocar deterioração no cenário econômico.
Bolsa é castigada com salto dos juros futuros
A Bolsa sofre com essa arrancada dos juros futuros, porque com juros altos, as empresas têm mais dificuldades para levantar crédito e expandir, a renda fixa se torna mais atraente em relação às ações. Além a inflação elevada também afeta os resultados das companhias.
A gestora WHG, dona de um fundo macro que está cada vez mais atenta ao mercado internacional e desinteressada com o Brasil, acaba de fazer uma simulação de qual seria o nível ideal do Ibovespa considerando o atual cenário de juros atual. Pela curva, inclinada a 12% ao ano no longo prazo, o Ibovespa teria de ir a 102 mil pontos.
Por essa análise, o mercado de ações deve cair muito, antes de se recuperar. E quanto mais elevado for os juros, mais baixo será o nível do Ibovespa.
Acompanhe a cotação em alguns meses nos próximos 10 anos:
Mês CDI Variação
Jan/2022 8,34% 0,45%
Jan/2023 11,45% 0,88%
Jan/2024 12,25% 1,00%
Jan/2025 12,49% 0,99%
Jan/2026 12,64% 1,03%
Jan/2027 12,75% 0,97%
Jan/2029 12,91% 0,97%
Jan/2031 13,02% 0,94%