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Mercado Financeiro

Início do bitcoin em El Salvador é marcado por protestos, falhas e confusão

Protestos, falhas no app e queda no mercado global atrapalharam o início das atividades da nova moeda no país

Data de publicação:09/09/2021 às 07:00 -
Atualizado um ano atrás
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A adoção histórica do bitcoin em El Salvador foi marcado por um início turbulento. Problemas como protestos feitos por cidadãos que são contra à nova moeda, falhas tecnológicas no aplicativo do governo e queda no mercado tornaram a estreia um fiasco.

Foto: Arquivo
Protestos, falhas no app e queda no mercado de criptomoedas atrapalharam a estreia do bitcoin em El Salvador - Foto: Envato

Os entraves começaram quando, no início da madrugada do dia anterior, o presidente salvadorenho Nayib Bukele reclamou que o aplicativo Chivo, ferramenta de bitcoin apoiada pelo governo, não estava disponível em várias plataformas, incluindo Apple e Huawei.

Além disso, o presidente usou sua conta no Twitter para pressionar lojas virtuais a usar o app. Porém, quando o aplicativo se mostrou incapaz de lidar com os registros de usuários, o governo desativou a ferramenta para se conectar a mais servidores e aumentar sua capacidade de funcionamento.

Conforme o aplicativo começou a aparecer em diversas plataformas, Bukele retuitou vídeos postados nas redes sociais com pessoas fazendo pagamentos usando bitcoin em varejistas de El Salvador, incluindo McDonald’s e Starbucks.

As unidades se pronunciaram, dizendo que estavam aceitando bitcoin para compras em seus restaurantes, unidades drive-thru ou para viagem.

Pressão

Prometendo US$ 30 de bitcoin para cada usuário do app, o presidente pressionou a adoção da moeda, afirmando que ajudará os salvadorenhos a economizar US$ 400 milhões por ano em comissão para remessas, ao mesmo tempo em que dará acesso a serviços financeiros ao público desbancarizado.

“Precisamos quebrar os paradigmas do passado”, tuitou Bukele, um dos presidentes mais populares das Américas, mas acusado de desgastar a democracia do país. “El Salvador tem o direito de avançar para o primeiro mundo”, ressaltou.

Antes do lançamento, o governo instalou caixas eletrônicos que permitem que o bitcoin seja convertido em dólares e retirado sem comissão da carteira digital Chivo.

Protestos

As pesquisas de opinião mostraram que os salvadorenhos estão céticos sobre o uso de bitcoin, temendo sua volatilidade, e inseguros sobre o funcionamento desse mercado.

Mais de mil pessoas fizeram um protesto na cidade de San Salvador durante o dia anterior contra a adoção da criptomoeda, com a queima de pneus e disparo de fogos de artifícios em frente ao prédio do Supremo Tribunal Federal do país.

A população mais pobre pode ter dificuldade em acessar a tecnologia para fazer movimentações em bitcoin. Quase metade da população não tem acesso à internet e muitos usam serviços irregulares.

Queda no mercado

Antes do lançamento, El Salvador comprou 400 bitcoins no valor de cerca de US$ 20 milhões, disse Bukele, ajudando a elevar seu preço acima de US$ 52 mil pela primeira vez desde maio. Na véspera, o governo salvadorenho adquiriu mais 150 bitcoins, no valor aproximado de US$ 7 milhões.

Horas depois, o mercado de criptomoedas azedou. O bitcoin enfraqueceu e foi negociado pela última vez em queda de 0,51%, a US$ 46.561,74. A Ethereum caiu 0,32% para US$ 3.404,05, enquanto a criptomoeda Coinbase Global caiu 4,18%, após relatar atrasos em algumas transações em sua plataforma.

Lavagem de dinheiro

Analistas temem que a adoção do bitcoin em El Salvador possa estimular a lavagem de dinheiro.

"Como todas as inovações, o processo de bitcoin de El Salvador tem uma curva de aprendizado", disse Bukele em um tweet. "Nem tudo será alcançado em um dia, ou em um mês."

Depois que a lei do bitcoin foi aprovada, a agência de classificação Moody's rebaixou a qualidade de crédito de El Salvador, enquanto seus títulos denominados em dólares também ficaram sob pressão.

O Banco Mundial reiterou na terça-feira que não poderia ajudar El Salvador a adotar a criptomoeda "devido às deficiências ambientais e de transparência", disse um porta-voz do banco.

Sobre o autor
Julia Zillig
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