Mercado: dólar sobe mais de 2%, e bolsa tem queda no fim do dia com votação do Orçamento 2021
No fim do dia, o dólar deu um esticão de 2,25% e ficou cotado a R$ 5,640 nesta quarta-feira. Depois de operar com pequenas variações e…
No fim do dia, o dólar deu um esticão de 2,25% e ficou cotado a R$ 5,640 nesta quarta-feira. Depois de operar com pequenas variações e transitar em banho-maria, o câmbio foi pressionado por expectativas em relação ao cenário fiscal do País.
Amanhã deve ser votado o Orçamento de 2021, e como explica Alexandre Almeida, economista da CM Capital, as preocupações giram em torno de como será solucionada a questão de pagamento de novas rodadas do auxílio emergencial sem romper o teto de gastos do governo. É sabido que existe uma pressão política para que o novo valor do ticket fique acima dos R$ 250. Qualquer medida que comprometa ainda mais o ajuste fiscal terá efeito altista para o dólar e de baixa para a bolsa.
Pelas mesmas razões, o Índice Bovespa registrou queda de 1,06%, e ficou ao nível de 112.064,19 no final das operações.
O mercado financeiro segue nesta quarta-feira, 24, com as bolsas reagindo sem direção definida. Às 15h, o Ibovespa registrava alta de 0,96%, aos 114.350,40 pontos.
Durante o dia, o mercado se manteve atento aos movimentos do os preços do petróleo, que voltou a subir levemente, após queda de 6% registrada na terça-feira. E também à fala do presidente do Federal Reserve, que pediu calma aos mercados em relação à inflação americana e mostrou reação positiva dos indicadores econômicos dos EUA.
Um navio porta-contêiner de 400 metros de comprimento e 59 metros de altura encalhou nesta quarta-feira no Canal de Suez, bloqueando a navegação em uma das principais rotas de abastecimento do mundo. Às 12h20, o valor do Petróleo Brent estava sendo cotado ao valor máximo de US$ 63,53 o barril, alta de 4,53%.
Porém, novas restrições de circulação de pessoas na Europa, pelo aumento de contágio, tendem a provocar uma queda na demanda pelo produto. Pesaram sobremaneira o lockdown adotado na Alemanha e na França, as duas maiores economias europeias.
O dólar mais valorizado no mercado internacional encarece o petróleo em países que operam com outras moedas. E especialistas do setor também consideram que a oferta é ampla da commodity nesse momento.
Esses foram os principais fatores apontados como os responsáveis pelo recuo dos preços do produto.
O fato é que a queda do petróleo também pode continuar interferindo no clima dos mercados. Principalmente por estar associada à perspectiva de recuperação lenta das economias globais, em decorrência da pandemia do novo coronavírus.
Mercado já anda estressado e tem reagido com mau humor
O mercado financeiro, já estressado, reforça o mau humor a cada fato negativo, pontua Eduardo Plastino, responsável pela mesa de renda variável da Unnião Investimentos.
O pagamento do auxílio emergencial em quatro parcelas, com valor médio mensal de R$ 250, aumentou as preocupações dos investidores com o equilíbrio fiscal, lembra Plastino. Apesar das contrapartidas para compensar essa conta, como o aumento de impostos dos bancos, a fatura com o auxílio deve superar o teto previsto de R$ 40 bilhões.
Além da incerteza fiscal, refletida nas preocupações com o ajuste das contas públicas, o movimento de alta dos juros futuros foi influenciado pela ata da última reunião do Copom. O firme compromisso do Banco Central de elevar os juros, cristalizado na ata, para combater a inflação parece estar dando suporte adicional à subida dos juros no mercado futuro.
O executivo da Unnião Investimentos avalia que a volatilidade continuará ditando os rumos do mercado financeiro, por influência de fatores domésticos e internacionais. Muitos ligados à evolução da pandemia.
O cenário doméstico tampouco é visto como alentador, o que sugere, de acordo com o executivo, a continuidade de movimentos de sobe e desce, sem a definição de uma trajetória pelos mercados, nesta quarta-feira.
Bolsas asiáticas fecham no vermelho nesta quarta-feira
As bolsas asiáticas fecharam em baixa generalizada nesta quarta-feira, tendo como reflexo as medidas de restrição de mobilidade na Europa por conta da pandemia e pelo
No Japão, o índice acionário japonês Nikkei liderou as perdas na Ásia, com queda de 2,04% em Tóquio, aos 28.405,52 pontos.
Na China, o Hang Seng caiu 2,03% em Hong Kong, aos 27.918,14 pontos. O Xangai Composto teve baixa de 1,30%, aos 3.367,06 pontos, e o Shenzhen Composto recuou 1,41%, aos 2.166,75 pontos. Já o Taiex se desvalorizou 0,90% em Taiwan, 16.032,12 pontos.
Na Coréia do Sul, o índice Kospi recuou 0,28%, aos 2.996,35 pontos.
Outro aspecto que gera apreensão no mercado asiático é a recente decisão de EUA, União Europeia, Canadá e Reino Unido de anunciarem sanções à China por supostos abusos de direitos humanos de minorias étnicas na região de Xinjiang. Em protesto, Pequim convocou ontem seus embaixadores em todas essas localidades.
Na Oceania, a bolsa australiana contrariou o viés negativo da Ásia, e o S&P/ASX 200 avançou 0,50% em Sydney, aos 6.778,80 pontos, impulsionado principalmente por ações de saúde e consumo. / com Júlia Zillig e Agência Estado