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Itaú BBA
Renda Fixa

High yield x high grade: entenda a diferença!

Você sabe a diferença entre ativos High Grade e High Yield no mercado financeiro? Explicamos os dois conceitos e quais os impactos para o investidor.

Data de publicação:20/12/2021 às 09:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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"High Yield" e "High Grade" são duas expressões comuns para quem investe em renda fixa. No entanto, será que você sabe realmente o que esses termos representam para os seus investimentos?

Um erro muito comum de investidores iniciantes é olhar apenas para a rentabilidade dos títulos, deixando de lado outros fatores essenciais como o prazo do investimento ou até mesmo o risco do ativo.

Neste contexto, entender todo pacote dos títulos de renda fixa é extremamente importante para que a sua tomada de decisão seja coerente e busque maximizar a relação entre risco e retorno de cada classe de ativos.

A renda fixa tem risco?

Em primeiro lugar, é essencial que você entenda que todo tipo de investimento tem risco. E não é diferente para o contexto da renda fixa.

Em função da enorme quantidade de brasileiros que utilizam da caderneta de poupança (uma aplicação que, de fato, é muito segura), criou-se no país uma crença incorreta de que a renda fixa é sinônimo de segurança. E isso não é necessariamente uma verdade.

O mercado de renda fixa, afinal, é extremamente amplo e envolve três tipos de títulos:

  • Títulos públicos: são aqueles títulos cujo emissor é o governo.
  • Títulos bancários: são os títulos emitidos pelos bancos e instituições financeiras.
  • Títulos privados: são os títulos emitidos pelas demais companhias privadas que não se enquadram no sistema bancário.

Observe, portanto, que existem diferentes níveis de emissores de títulos de renda fixa. Alguns certamente serão mais seguros, enquanto outros vão oferecer mais risco ao investidor. É aqui que entra a análise de crédito do título — que, posteriormente, vai nos ajudar a entender melhor a diferença entre High Yield e High Grade.

O risco de crédito na renda fixa

Um ativo de renda fixa pode oferecer riscos similares a qualquer outro investimento como risco de liquidez (isto é, a dificuldade de converter o ativo em dinheiro rapidamente), risco de mercado (correspondente à variação de preço em cada momento econômico), entre outros.

No entanto, na maior parte das vezes, o risco mais relevante dentro desse universo é o risco de crédito, que representa a chance de que o seu investimento não seja pago na data de vencimento do título. Em bom português, é o popular "risco de calote".

E, obviamente, existem diferentes níveis de risco quando emprestamos o nosso dinheiro para alguém. Imagine que dois amigos seus peçam um dinheiro emprestado. Um está bem de vida, apenas esqueceu a carteira em casa. O outro faz o pedido porque não tem dinheiro para pagar uma conta.

Você concorda que o primeiro amigo tem um risco muito menor de não devolver o seu capital do que o segundo? A lógica do mercado financeiro é a mesma, com a diferença que, ao invés de amigos, o nosso dinheiro é emprestado para empresas.

Ainda assim, o risco de crédito é presente. Investir em um título de um grande banco (como Itaú ou Bradesco, por exemplo) é muito menos arriscado do que pequenas instituições financeiras.

High Grade vs. High Yield: qual é a diferença?

Naturalmente, esse nível de risco do emissor de um título de renda fixa deve ser considerado ao avaliar a rentabilidade que os ativos oferecem para o investidor. É justamente aqui que entra a ideia de High Grade e de High Yield.

Vamos entender um pouco melhor essas nomenclaturas e também qual é o impacto dessa classificação para o nosso patrimônio.

High Grade

Em tradução livre para o português, High Grade significa "nota alta". E essa é justamente a ideia por trás dos títulos emitidos pelas instituições mais renomadas do mercado financeiro.

Mas, afinal, de onde viriam essas notas? Existem empresas especializadas na classificação do risco de crédito de diversos emissores. Isso é válido para companhias privadas, mas também para países. É o caso da Moody's, Standard & Poor's e Fitch.

A função dessas agências de rating (nome dado às empresas que analisam o perfil de crédito no mercado financeiro) está justamente em classificar o risco de crédito dos emissores de títulos.

Para esse objetivo, as agências de rating utilizam uma série de critérios como estrutura financeira do emissor, histórico de pagamentos em títulos anteriores dentro do prazo, nível de endividamento da companhia, entre outros.

Com base nisso, os emissores dos títulos recebem uma nota com a classificação do seu risco de crédito. As instituições com melhores notas representam aquelas com perfil de boas pagadores e, naturalmente, ganham a confiança do mercado. Esse grupo é considerado como High Grade.

Portanto, ao menos em tese, são títulos mais seguros e com menor chance de que o pagamento não seja cumprido na data de vencimento.

High Yield

Se os títulos High Grade são aqueles confiáveis e com bom histórico de pagamentos, o que representa os títulos High Yield? Novamente recorrendo ao tradutor, encontramos "alto rendimento".

Na prática, nem sempre são apenas as boas instituições financeiras que ofertam títulos para você investir. Em muitas situações, podemos ter também empresas em situação de risco tentando captar recursos.

É claro que, considerando toda análise de crédito realizada pelas agências de rating, essas empresas tendem a ter uma nota pior. Portanto, o mercado confia menos na capacidade desses emissores de honrar com os seus pagamentos.

Isso não significa que empresas com menor rating de crédito não possam emitir títulos, mas sim que eles devem compensar o risco oferecido pelo emissor.

Lembra-se do exemplo que demos entre dois amigos? Se as condições forem as mesmas para ambos, é preferível emprestar para quem tem boa condição financeira do que para o outro colega endividado. O risco é menor. No entanto, e se o amigo endividado prometer pagar mais do que o valor emprestado?

É essa a lógica dos títulos High Yield. Tratam-se dos ativos que oferecem uma rentabilidade mais atrativa, embora o risco de crédito também seja maior. É uma clássica relação entre risco e retorno do mercado financeiro.

High Grade ou High Yield: qual é melhor para investir?

Em resumo, como vimos ao longo do artigo, os títulos High Grade são aqueles emitidos por perfis de crédito confiáveis, com baixo risco de crédito. Já os títulos High Yield possuem maior chance de um calote, mas compensam esse cenário com taxas mais atrativas.

Esse é um modelo justo. Afinal, se você tiver um pequeno banco e um grande banco listado em bolsa oferecendo as mesmas rentabilidades para ativos com condições idênticas, por que assumir o risco da menor instituição? É preciso de um diferencial que, no mercado financeiro, é a melhor remuneração.

De um modo geral, recomendamos que o investidor tenha a maior parte do seu patrimônio em títulos e ativos considerados como High Grade. Isso porque a análise de crédito parece um detalhe quando olhamos para a rentabilidade, mas um calote pode ser uma grande dor de cabeça.

Lembrando que, ao contrário dos bancos em que há garantia de pagamento por parte do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), títulos de empresas privadas não possuem essa proteção. E, por vezes, o não cumprimento das obrigações financeiras pode gerar um desgaste para o investidor — mesmo quando existem garantias envolvidas, pois você não é o único investidor daquela companhia.

Ao mesmo tempo, caso você tenha um perfil mais arrojado e queira incrementar a sua rentabilidade, pode também aderir aos títulos High Yield na sua carteira. Apenas faça um bom estudo sobre a situação financeira do emissor para certificar-se de que a rentabilidade oferecida compensa o risco de crédito.

Além disso, como sempre, não esqueça de diversificar os seus títulos. Mesmo emissores High Grade podem eventualmente apresentar problemas de pagamento. O rating de crédito, afinal, é dinâmico. Portanto, não concentrar investimentos em uma única instituição é a melhor forma de mitigar o risco de crédito.

Sobre o autor
Stéfano Bozza
Formado em Administração pela PUC-SP. Trabalhou em empresas do segmento financeiro (Itaú BBA) e varejo (BRMALLS) até 2016, quando iniciou a jornada de produção de conteúdo para a internet com foco em finanças.

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