Fundos DI são beneficiados com Selic a 13,75%, mas taxa de administração alta come os rendimentos
Fundos devem concnetrar 95% do patrimônio em títulos públicos atrelados à Selic
A grande aposta de investidores em relação ao rumo da Selic nesta quarta-feira, 21, converge para a manutenção ao nível de 13,75% ao ano. Mais do que isso, a expectativa é também de que o Comitê de Política Monetária, o Copom, dê por encerrado o ciclo de alta dos juros iniciado em março de 2021. É esperado, no entanto, que a taxa permaneça em níveis elevados por um bom tempo, até que a inflação mostre sinais de enfraquecimento.
Essa política monetária mais retritiva favorece diretamente os fundos de renda fixa, compostos por ativos que pagam esse juros generosos. Nem sempre todo rendimento é repassado ao cotista, uma parcela costuma ser beliscada pela taxa de administração.
Fundo | Nº cotistas | Patrimônio em R$ | Taxa adm. |
---|---|---|---|
BB RF Ref. DI Plus Ágil | 443,13 mil | 24,7 bilhões | 1,00% |
FIC FI Caixa Giro Imediato | 288,71 mil | 8,8 bilhões | 1,50% |
Bradesco RF Ref. Hiperfundo | 201,62 mil | 951 milhões | 1,75% |
Santander Ref. DI Centrum | 46,67 mil | 577 milhões | 1,75% |
Master Ref. DI | 40,05 mil | 5,0 bilhões | 1,00% |
Os fundos de renda referenciados DI da tabela acima são os maiores em número de cotistas, de cada um dos 5 grandes bancos. Eles não conseguem transferir ao cotista a alta da Selic, ainda que pela legislação tenham de concentrar pelo menos 95% do seu patrimônio em títulos públicos atrelados à Selic. Também perdem para o seu benchmark, o CDI.
Basta dar uma espiada na taxa de administração que a equação fecha: a taxa cobrada impede que esses fundos ao menos empatem com o seu referencial ao longo do tempo. E quanto maior o prazo, maior a diferença entre o rendimento e os juros pagos pelos ativos.
Analistas consideram que, muitas vezes, a taxa é desproporcional para uma gestão relativamente simples da carteira, formada essencialmente por papeis do Tesouro.
Os dados que dimensionam o tamanho desses fundos impressionam: o gigante BB RF DI Plus Ágil tem mais de 443 mil cotistas e seu patrimônio também é o maior entre os cinco, de respeitáveis R$ 24,7 bilhões. São fundos muito mais encorpados do que os multimercado ou de ações.
Liquidez diária em troca de rentabilidade
Um grande atrativo, comum aos 5 fundos, é a liquidez diária, com movimentações atreladas à conta corrente do cotista. E é também por essa condição que os bancos costumam justificar o desempenho mais fraco.
Eles dizem que os fundos não fazem parte da sua oferta ativa, que há outros mais rentáveis, ou que o produto é indicado para rentabilizar os recursos de curtíssimo prazo e não deve ser considerado um investimento propriamente dito.
Portanto, cabe ao investidor com interesse em cuidar da melhor forma possível de seu patrimônio destinar a esses fundos somente o dinheiro que precisa ficar à mão para os gastos já previstos. Caso contrário, há opções dentro da própria renda fixa que remuneram bem mais do que o CDI.
Retorno dos fundos DI em prazo mais longo
Pelo aspecto da rentabilidade, o Master FIC FI, do Itaú, é o vencedor entre eles, com valorização de 101,35%, desde junho de 2013, mesmo assim, 7,6% abaixo do CDI. Na pior colocação ficou o Bradesco Referenciado Hiperfundo com 63,16%, no mesmo período, ou 32,8% abaixo do benchmark.
Quando colocados na régua de um ano, o mais rentável continua sendo o Master FIC FI, com 10,45%, seguido pelo BB Referenciado Plus Ágil, com 9,59%. Na sequência aparecem o Santander Centrum, com 9,40%, o Bradesco Hiperfundo, com 9,00%, e por último o FIC FI Caixa Giro Imediato, com 9,89%. Todos perdem do CDI de 10,59% no mesmo intervalo de tempo.
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