Fundos de renda fixa mais rentáveis dos 5 bancões superam inflação e CDI no ano; veja quais são
No período de 12 meses, os cinco fundos ganham também da Selic
O ciclo de alta dos juros, na esteira da elevação da Selic pelo Banco Central (BC), beneficiou as aplicações de renda fixa. Algumas mais, outras menos. Entre elas estão os fundos de renda fixa.
Os cinco fundos de grandes bancos, os bancões, com estratégia de alocação em títulos privados, estão entre os que se saíram bem nessa temporada de aperto monetário. Carteiras formadas por ativos de crédito privado, principalmente debêntures, e as voltadas ao investimento em ativos no exterior deixaram mais robusto o ganho desses fundos.
Os cinco fundos de renda fixa mais bem performados dos bancões no ranking de 2022 acumularam rendimento entre 9,89% e 7,29% nos primeiros sete meses do ano. Todos renderam mais que a inflação de 4,77%, do período, e o CDI, que acumulou variação de 6,50% no ano.
Fundo | Rend. 2022* | Rend. 12 meses* | Rend. agosto** |
---|---|---|---|
Itaú Kinea IPCA Dinâmico II | 9,89% | 14,02% | 0,14% |
Santander Incentivado Infra CDI | 8,16% | 12,36% | 0,31% |
BB Previdenciário RF Tít. Púb. IPCA | 8,10% | 12,03% | -0,04% |
Bradesco Deb.Incentivadas CDI Infra | 7,70% | 11,62% | 0,65% |
FI Caixa Fidelidade II CP LP | 7,29% | 10,92% | 0,96% |
- * Valorização até julho/2022
- * Desempenho em agosto até dia 24
Levantamento da Mais Retorno, com pesquisa exclusiva em sua base de dados, aponta o Itaú Kinea IPCA Dinâmico II RF FIC FI como campeão de 2022, até julho, com uma rentabilidade de 9,89%. Isso significa que os cotistas tiveram um ganho real positivo de 4,87%, acima da inflação, e 3,18% superior ao CDI, o benchmark dessa classe de ativos.
A vice-liderança no ranking foi sustentada pelo Santander Incentivado FIC FI Infra CDI RF CP, com rendimento de 8,16%, em sete meses. Um ganho 3,24% acima da inflação e 1,56% mais que o CDI acumulado no período.
Campeão e vice sustentam posições no ranking de 12 meses
A dupla Itaú Kinea IPCA Dinâmico e Santander Incentivado FIC FI Infra ocupa também as duas primeiras posições no balanço em 12 meses dos fundos de renda fixa mais rentáveis dos bancões.
O rendimento acumulado pelo Itaú Kinea IPCA Dinâmico, de 14,02%, embute ganho real de 3,59% acima da inflação de 10,07%, do período. O cotista do Santander Incentivado FIC FI Infra, com rendimento de 12,36%, foi contemplado com um ganho positivo de 2,08% acima da inflação.
Período mais longo
Considerando o final de agosto de 2021, todos os 5 fundos de renda fixa também superam a Selic do mesmo período.
De carona na Selic
A sequência de altas da Selic, por si só, devolveu atratividade à renda fixa. Os gestores desses fundos mais bem performados, contudo, não se têm limitado a surfar no ciclo de alta dos juros, de carona na Selic.
Escolheram uma gestão mais arrojada e abraçaram uma estratégia de aposta em papeis de crédito privado, como debêntures incentivadas. Papeis que tendem a ser mais atraentes em rentabilidade que os públicos.
Além de uma taxa de juros adicional, como prêmio ao risco de crédito que carregam, as debêntures incentivadas têm outra vantagem sobre os títulos públicos, que é a isenção de imposto de renda sobre o rendimento.
Os papeis de emissão corporativa, como as debêntures incentivadas, predominam nessas carteiras, mas não são os únicos. Eles formam carteiras balanceadas que mesclam títulos públicos, como Notas do Tesouro Nacional da série B (NTN-Bs), indexadas à inflação (IPCA), e Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), atreladas à Selic. Além de outros títulos privados, como letras financeiras, emitidas por bancos.
A composição das carteiras do 5 fundos de renda fixa
Itaú Kinea IPCA Dinâmico II Renda Fixa FIC FI – Com proposta de remunerar o cotista com juro de 4% ao ano mais correção monetária pelo IPCA, o fundo aloca os recursos do portfólio em ativos como juros, tanto no mercado local como internacional, moedas e crédito privado.
Em maio, último mês com acesso possível aos dados da carteira, pouco mais de 55% dos recursos do portfólio estavam aplicados em títulos públicos, como NTN-Bs, LTN e LFT. E ainda em cotas do Kinea Estratégia RF II IE FI, um fundo master, com boa parte da carteira alocada em ativos no exterior e parcela menor em títulos públicos, como LFT e LTN.
Santander Incentivado FIC FI Infra CDI RF CP – Com o objetivo de superar o CDI, o fundo aloca os recursos predominantemente em debêntures incentivadas. As debêntures são ativos de crédito privado, emitidos para captação de recursos por empresas que atuam no ramo de infraestrutura, como construção de estradas, ferrovias, energia renovável, saneamento e linhas de transmissão. As pessoas físicas que investem nesses fundos têm o benefício fiscal de isenção de imposto de renda sobre o rendimento.
O fundo investe quase a totalidade dos recursos em cotas do fundo Santander Incentivado Investimento Infra CDI RF CP. Pela posição de abril esse fundo aloca cerca de 90% em debêntures incentivadas. A parcela restante da carteira está títulos públicos (LTNs d LFTs) e em operações compromissadas.
BB Previdenciário RF Títulos Públicos IPCA I FI – O boletim da BB asset informa que o fundo aloca os recursos do portfólio em carteira diversificada de ativos financeiros de renda fixa, em busca de rentabilidade compatível com o IPCA + 6% ao ano.
Pela posição da carteira em julho, de acordo com a Mais Retorno, a quase totalidade dos recursos da carteira (99,86%) estava alocada em NTN-Bs.
Bradesco Debêntures Incentivadas CDI FIC Incentivados – Os gestores têm como estratégia seguir a variação do CDI com uma carteira de debêntures incentivadas. O fundo investe em cotas de fundos.
Em julho, 99,20% do portfólio estava alocado em BRAM Debêntures Incentivadas CDI Incentivado Investimento Infraestrutura RF. Esse fundo master investe mais de 80% da carteira em crédito corporativo (debêntures incentivadas). A parcela restante está em operações compromissadas, LTNs e LFTs.
FI Caixa Fidelidade II RF CP LP – Investe os recursos em carteira diversificada de ativos de renda fixa, públicos e privados, indexados a taxas de juro prefixadas, pós-fixadas (Selic /CDI) e/ou índices de preço.
Dirigido a investidor qualificado (que tem no mínimo R$ 1 milhão em aplicação financeira), o fundo procura tirar proveito de oportunidades no mercado de ativos privados.
Em julho, 56% dos recursos da carteira estava em depósitos a prazo e outros títulos, como letras financeiras, e quase 20% em debêntures incentivadas. A parcela restante está alocada em operações compromissadas e em títulos públicos (LFTs e NTN-Bs).