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ETF de empresas com CEOs de ‘bom caráter’ deixa de fora nome como Mark Zuckerberg e Elon Musk

De acordo com a análise da gestora do fundo, os comandantes da Tesla e Meta tiveram algumas ‘controvérsias’ na avaliação

Data de publicação:29/03/2022 às 12:46 - Atualizado 3 anos atrás
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Lançado na última quinta-feira, 24, nos Estados Unidos, o ETF Return on Character (ou Retorno por caráter, na tradução livre), com o ticker ROCI, busca valorização visando as ações de empresas lideradas por executivos "de caráter”, de acordo com o prospecto do fundo.

Segundo esses critérios, o EFT deixou de fora empresas como Meta e Tesla, que têm dois pioneiros em tecnologia no comando – no caso, Mark Zuckerberg e Elon Musk.

Elon Musk está fora da lista do ETF Return to Character, que tem como foco empresas que tenham executivos "de caráter" - Foto: Creative Commons

Na contramão, nomes como Apple e Amazon – comandadas por Tim Cook e Andy Jassy, respectivamente - estão entre as principais participações.

Na esteira dos excluídos, ainda está a Adobe Inc, cujo chefe Shantanu Narayen é o diretor presidente mais bem avaliado do Glassdoor - site americano que permite que funcionários e ex-funcionários avaliem empresas e seus executivos de forma anônima - com uma pontuação de aprovação de 99%.

Integridade, responsabilidade, perdão e compaixão

A estratégia do fundo de índice ROCI usa um modelo baseado em “integridade, responsabilidade, perdão e compaixão” para a escolha dos ativos, disse Dan Cooper, gestor da ROC Investments LLC em um comunicado. A taxa de administração do ROCI é de 0,49% ao ano.

Segundo ele, a pesquisa da empresa determina quais ações estarão incluídas, uma decisão que não é baseada em popularidade ou capitalização de mercado. O executivo se recusou a comentar o porquê de a Tesla e Meta serem omitidas no lançamento do ETF.

“Seria maravilhoso um dia se toda a Fortune 500 estivesse na lista. Não vejo isso como uma coisa estática.”

Dan Cooper, gestor da ROC Investments LLC

Quanta diferença faz um CEO em uma empresa?

O direcionamento pode parecer "amável", mas o ETF ROCI traz à tona um dos debates mais antigos da gestão organizacional: quanta diferença faz um diretor presidente em uma empresa?

Enquanto alguns descartam a tendência de atribuir o sucesso de uma empresa a um indivíduo, o cenário apresenta uma visão mais sutil. Alguns estudos destacam os danos causados ​​pela perda de um bom líder, enquanto um executivo de alto desempenho também precisa de uma boa empresa para ter sucesso.

“O negócio da ciência do personagem é um trabalho em andamento”, disse Cooper. “Como uma nova área de pesquisa, esperamos ser cada vez melhores a cada ano."

Metodologia de análise para a escolha das empresas

Para compor a carteira do ETF, os gestores usaram ferramentas proprietárias para analisar a linguagem pública dos diretores presidentes de aproximadamente das 1.000 maiores empresas nos EUA.

A partir daí são feitas diversas avaliações, sendo uma comportamental e outra de “controvérsias”, além de pontuação de caráter. De acordo com a ROC, uma reavaliação será feita anualmente.

As “controvérsias” na pesquisa de Musk e Zuckerberg

De acordo com a análise da ROC, os comandantes da Tesla e Meta sofreram na avaliação das “controvérsias”. O diretor presidente da Tesla, conhecido por sua franqueza, atraiu o escrutínio dos reguladores por seu uso do Twitter para expressar suas opiniões.

Um tweet de 2018 sobre fechar o capital da empresa acabou rendendo uma multa de US$ 20 milhões e a renúncia do executivo como presidente.

Já Zuckerberg enfrentou uma série de problemas na Meta, incluindo um processo por parte de um investidor sobre uma denúncia de que a plataforma de mídia social afeta negativamente a saúde mental dos adolescentes.

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