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Entenda o que está por trás da compra da Modal pela XP

Modal abre possibilidade de expansão no Varejo e XP, de ampliação de operações com câmbio e indexadores

Data de publicação:07/01/2022 às 02:33 - Atualizado 2 anos atrás
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Um negócio costurado há mais de um mês, a fusão do banco Modal com a XP, foi anunciado na manhã desta sexta-feira, 7. Um negócio que não estava no radar do mercado, mas que foi respaldado em forte interesse comum de ambos os lados.

O banco Modal, que engatou tração como banco de atacado nos últimos anos, vinha de olho em expansão e sondando negócios em plataforma de varejo, para atração de investidores em um mercado cada vez mais competitivo, dominado ainda por grandes bancos.

Fachada de prédio da XP Investimentos | Foto: Reprodução

A aproximação com a XP foi inevitável nesse processo. Por sua vez, a XP reforça atuação em nichos com minicontratos na BM&F, de câmbio e indexadores.

A união acontecerá por meio da troca de ações. Cristiano Ayres, CEO do banco, enfatizou a natureza da operação em uma videoconferência. “O que estamos fazendo é uma combinação de forças, não uma venda.” 

Modal seguirá segregado da XP

Em nota, a corretora informou que o Modal permanecerá independente e segregado da XP, mas vai acessar sua infraestrutura, know-how e tecnologia. A fusão servirá para juntar três marcas, a XP, Rico e Clear, à da Modal, para chegar a diferentes públicos e, ao mesmo tempo, ter a sinergia, a complementariedade dos dois lados.

“Vamos ganhar mais escala, mais munição, para ir em cima dos grandes bancos”, disse Thiago Mafra, CEO da XP, em teleconferência. De acordo com a nota da corretora, no fim do terceiro trimestre de 2021, XP e Modal tinham 3,8 milhões de clientes ativos, “enquanto os cinco maiores bancos brasileiros somavam 457 milhões de clientes com operações de crédito”, ainda que esses números incluam contagens duplas.

O analista de ações Fabiano Vaz, da Nord Research, considera que, em números, “a aquisição é relativamente pequena, se compararmos o tamanho das duas empresas”. Ele observa que, mesmo com a queda das ações do Modal após seu IPO, “os lucros do banco vêm subindo”, uma expectativa que se estende ao longo de 2022.

As ações unitárias do banco Modal (MODL11) chegaram a subir quase 47% na parte da manhã na B3 e sustentaram valorização acima de 40% durante todo o dia. No fechamento, os papéis ficaram cotados por R$ 12,10, com avanço de 44,91%. Já os BDRs da XP (XPPR11) recuaram 0,60%, para R$ 67,40.

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Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.