Economia

Entenda como funciona o plano de US$ 2,3 tri de Biden para investimentos em infraestrutura

Em discurso na cidade de Pittsburgh, onde começou sua campanha presidencial há dois anos, Joe Biden apresentou na quarta-feira, 31 de março, um ambicioso plano financeiro…

Data de publicação:01/04/2021 às 09:58 - Atualizado 4 anos atrás
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Em discurso na cidade de Pittsburgh, onde começou sua campanha presidencial há dois anos, Joe Biden apresentou na quarta-feira, 31 de março, um ambicioso plano financeiro que mobiliza US$ 2,3 trilhões em investimentos na infraestrutura, aumentando significativamente a carga tributária do pais.

O objetivo do presidente americano é ampliar a competitividade frente ao avanço de potências como China.

Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apresentou plano de US$ 2,3 trilhões em investimentos na infraestrutura - Foto: divulgação/Casa Branca

O projeto contempla irrigar a economia com dinheiro público ao longo de oito anos, verba bancada sobretudo pelo aumento de impostos de empresas e dos mais ricos.

Joe Biden garantiu que nenhum americano que ganhe menos de US$ 400 mil por ano terá que pagar mais impostos federais.

O plano, se aprovado pelo congresso, representa a maior jogada econômica bancada pelo governo dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial.

Os esforços seriam concentrados em modernização dos sistemas de transporte, incluindo a construção de estradas e pontes, investimento em biotecnologias e no acesso à internet, além de portos, aeroportos e na transição para uso de energia limpa.

"Hoje, estou propondo um plano para a nação que recompensa o trabalho, não apenas recompensa a riqueza. Isso constrói uma economia justa que dá a todos uma chance de sucesso ", disse Biden.

"É grande, sim. É audacioso, sim. E nós podemos fazê-lo!", afirmou o presidente. "Isso criará a economia mais resiliente, forte e inovadora do mundo", acrescentou, enfatizando que quer "vencer" a competição com a China.

Quais os impactos esperados pelo plano de Biden

Segundo o presidente, os Estados Unidos têm investidor atualmente menos de 1% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisas, ponto que deixa o país para trás na concorrência com outros países pelo mundo. Ele citou diretamente a China e a Rússia em seu discurso.

Para ele, cálculos de economistas apontam que o plano poderia trazer 10 milhões de empregos, desempenho turbinado pelo recentemente aprovado pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão.

De onde viria o dinheiro

Os recursos para bancar esse novo megapacote financeiro viria do aumento de impostos. As grandes empresas teriam uma elevação de 21% a 28% em impostos federais, ao passo que os mais ricos (aqueles com renda inferior a US$ 400 mil por ano), teriam um acréscimo mínimo de 21% na tributação.

Com isso, o governo espera ampliar em 10 anos a arrecadação em pelo menos US$ 1 trilhão. "O plano é fiscalmente responsável e reduz a dívida ao longo prazo", garantiu.

EUA começam a debater o plano

Após apresentado, o plano agora é fruto de intensos debates nos Estados Unidos. Analistas dizem que, se efetivado, ele enterraria o ideário liberal implementado por Ronald Reagan há dez anos nos anos 80.

"Levará anos para saber se a iniciativa de Biden terá o poder duradouro do New Deal ou se mudará o paradigma econômico dos Estados Unidos", escreveu o setorista-sênior da Casa Branca para o 'New York Times', David E. Sanger.

"No entanto, já está claro que se baseia na aposta de que o país está pronto para dispensar um dos principais princípios da revolução Reagan e mostrar que para algumas tarefas o governo pode impulsionar a economia com mais eficiência do que as forças de mercado", analisou o jornalista.

Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.