Mercado Financeiro

Em dia de volatilidade, Bolsa cai 0,10% com expectativas em relação à alta da Selic; dólar recua 2,15%

As atenções dos mercado estão voltadas para a alta dos juros na Super Quarta

Data de publicação:03/05/2022 às 06:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Volatilidade é o nome do jogo dos mercados às vésperas de decisões de aumento das taxas de juros aqui e nos Estados Unidos, dentro da Super Quarta. Depois de ficar zanzando o tempo todo entre perdas e ganhos, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou com queda de 0,10%, aos 106.528 pontos. A instabilidade atingiu também o mercado de moedas, e o dólar fechou com queda de 2,15% e cotado a R$ 4,964, com leilão de swap do Banco Central.

Sem reagir a fundamentos do dia, analistas são unânimes em apontar o grau de instabilidade dos mercados provocado pelas expectativas em relação à alta dos juros para conter inflação, e isso não só internamente, mas pelo mundo todo.

Foto: Reprodução

"Os investidores estão apreensivos com as falas de dirigentes de bancos centrais", afirma Rodrigo Moliterno head de renda variável da Veedha Investimentos. Para ele, qualquer esboço de reação das bolsas está sendo neutralizado pelas tensões que cercam os negócios nesta semana com atenções voltadas para a política monetária.

Para Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, "quanto mais próximos os períodos-chave como eleições ou decisões em Super Quarta, maior será a volatilidade". Na mesma linha, Wagner Varejão, especialista em ações da Valor Investimentos, aponta que há "extrema volatilidade tanto nas bolsas como no mercado de moedas".

Os analistas trabalham com expectativa de que o Comitê de Política Monetária eleve a Selic em 1 ponto porcentual, que passaria então de 11,75% para 12,75% ao ano, e de que o FOMC do Federal Reserve aumente em 0,5% os juros americanos, que passariam a oscilar entre 0,75% e 1,00% ao ano, com a perspectiva de avançar para 2,00% ao ano, pelo menos, até o fim de 2022.

Mais do que saber qual será a calibragem de aumento das taxas, os investidores seguem ansiosos para o pronuciamento das autoridades monetárias em comunicados após o término de reuniões dos comitês. destaca Lucas Carvalho, especialista em renda variável da Blue3.

"Apesar de o BC sinalizar que 12,75% já seria um patamar ideal para a Selic, o mercado acredita em um aumento de 1% e um pronunciamento aberto, permitindo um possível mais uma alta de 0,5% nas próximas reuniões", afirma Carvalho. Além disso, destaca ele, o índice da Produção Industrial de março foi divulgado e veio ligeiramente acima do esperando, reportando um avanço de +0,3% em março frente fevereiro e -2,1% na comparação anual.

As bolsas europeias fecharam em alta com a divulgação de balanços vistosos do primeiro trimestre. As bolsas americanas viveram também um dia de muitas oscilações mas fecharam em terreno positivo: Dow Jones fechou com alta de 0,20%; S&P500, de 0,48%; e Nasdaq, de 0,11%.

Destaques na B3

Moliterno chama atenção para a reação das siderúrgicas depois das fortes quedas dos últimos dias. Entre as maiores altas, CSN Mineração fechou com alta de 5,0%, e CSN subiu 4,44%. A maior alta ficou com SLC Agrícola, que estreou nesta segunda-feira, 02, no Ibovespa e fechou com alta de 6,69%.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.