É hora de tomar mais riscos? Gestor do Verde, de Luís Stuhlberger, responde
O momento é de manutenção das posições com a inserção gradual de risco na carteira
O relatório de gestão do Verde FIC FIM de agosto reforça que o cenário local continua com doses altíssimas de incerteza. Para a Verde Asset Management, o governo estimula as chamas de uma crise institucional, que leva à corrosão dos pilares do equilíbrio fiscal, num contexto macroeconômico de complexidade acima do normal. Seria, então esse o momento de tomar mais riscos no mercado?
O gestor, Luís Stuhlberger, aponta 2021 como o pior ano de chuvas em séries históricas, geadas em partes do País e problemas globais em relação a cadeias de suprimento, como um cenário de fundo que tem levado o mercado a aumentar o prêmio de risco exigido nos preços dos ativos. “Essa é uma maneira elegante de dizer que os preços de todos os ativos brasileiros caíram.”
O relatório questiona se o prêmio é suficiente para o momento e remete a uma pergunta: “Devemos tomar mais risco agora, aumentando as posições otimistas, ou reduzir o risco, já que as incertezas devem se manter altas, ainda mais com um ano eleitoral por vir?”
Riscos devem ser tomados de forma gradual
A resposta do Verde é que, por ora, há prêmio suficiente no mercado acionário e na parte intermediária da curva de juro real para manter as posições atuais e incrementar aos poucos os riscos do portfólio. “O mercado está mais barato, mas não estupidamente barato (se vai chegar a esse nível é talvez a pergunta mais relevante)”.
O gestor do Verde FIC FIM destaca no início do relatório que em agosto o fundo teve ganhos nas posições tomadas em juros nos mercados desenvolvidos. As perdas no mês vieram das posições no Brasil, particularmente em ações, mas também no juro real e na moeda.
O relatório aponta que o mercado acionário local é sustentado pela contínua reabertura da economia, à medida que a vacinação avança e a vida retoma a algo que lembra o “normal”, com boas perspectivas para os lucros, pelo menos no horizonte de curto prazo.