Dollar Tree, a loja onde tudo custa US$ 1, vai reajustar os preços após 35 anos
Segundo comunicado da empresa, no entanto, remarcação dos preços não foi motivada pela inflação, mas por um ‘novo posicionamento’
Fim de uma era: a rede de varejo norte-americana Dollar Tree, que há 35 anos vende todos os seus produtos por US$ 1, precisará mudar o slogan. O motivo é que a rede anunciou um reajuste nos preços. Boa parte dos produtos na gôndola terá o valor remarcado para US$ 1,25.
A notícia deixou os consumidores locais perplexos. Mas animou os investidores, que responderam com procura pelo papeis da empresa na bolsa americana. A rede correu para justificar a decisão e disse que apesar do que se possa pensar, a decisão não leva em consideração o repique da inflação, mas representa um novo posicionamento.
Nos Estados Unidos, o índice de preços atingiu seu nível mais alto em 31 anos, em outubro, com a alta de 6,2% nos preços dos bens e serviços em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Departamento do Trabalho.
Em comunicado, a direção da Dollar Tree refutou a associação, dizendo que uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. A empresa destacou que vem segurando os preços há 35 anos, atravessando algumas crises no caminho. E que a mudança agora é pura coincidência.
Os preços subiram após testes positivos com produtos de maior valor agregado no último verão do hemisfério norte, diz a companhia. E nova estratégia, afirma, vem sendo introduzida desde setembro como parte dos planos de transformação do negócio.
Consumo segue em alta
Os consumidores norte-americanos estão pagando mais caro pelos itens de supermercado, gasolina e presentes de fim de ano, mas, turbinados por pacotes trilionários como o projeto Build Back Better ("Reconstruir melhor"), de Joe Biden - que vai inundar a economia com quase US$ 1,8 trilhão -, muitos continuam vivendo e gastando como se nada estivesse acontecendo.
Nos Estados Unidos e na Europa, a inflação sobe motivada pela forte desorganização das cadeias produtivas globais, após meses e meses da pandemia de Covid-19.