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Economia

Dólar em alta: moedas de emergentes caem com petróleo e aversão ao risco de calote

Os preços do dólar no câmbio comercial deram uma espichada na manhã deste segunda-feira, e chegaram a bater R$ 5,80, uma máxima dos últimos dias. No…

Data de publicação:29/03/2021 às 13:14 -
Atualizado um ano atrás
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Os preços do dólar no câmbio comercial deram uma espichada na manhã deste segunda-feira, e chegaram a bater R$ 5,80, uma máxima dos últimos dias. 

No entanto, essa alta foi sendo esvaziada ao longo do dia, e no fechamento a moeda ficou cotada a R$ 5,766 com valorização de 0,44%. Há quem aposte em entrada do Banco Central nas operações de hoje para esfriar o mercado

Pressões de alta no câmbio

Segundo o economista, André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, o movimento de alta pode ser creditado em boa dose  à valorização do dólar frente às moedas de emergentes, numa clara demonstração de aversão ao risco dos investidores no mercado externo.

Dólar se valoriza diante de moedas de emergentes com aversão ao risco de calote

Dois fatores podem justificar ao movimento de valorização do dólar no mercado internacional. Um está associado ao preço do petróleo que está em queda hoje, muito possivelmente por conta do fim da crise no canal de Suez. Isso faria diminuir os custos de transporte e, portanto, no preço final das mercadorias.

A queda no preço do petróleo, e commodities em geral, afeta as divisas de países emergentes com pressão de queda, porque são exportadores de commodities, explica o estrategista macro e analista político da XP Investimentos, Vítor Scalet.

Mas não é só o petróleo, afirma o economista da Necton. Para entender o outro fator, Perfeito chama a atenção para entrevista recente do secretário geral da ONU, António Guterres. Nela, o secretário alerta para possível descontrole das dívidas de países emergentes após os esforços de combate a pandemia.

Guterres cita o fato de no último ano seis países deram calotes nas suas dívidas externas: Argentina, Belize, Equador, Líbano, Suriname e Zâmbia.

Além disso, relata o economista da Necton, países que não têm dívida relevante em dólar, como é o caso do Brasil e África do Sul, estão se financiando internamente com taxas muito mais altas que as praticadas nos países centrais.

Guterres cita especificamente o Brasil, ressaltando que o prazo médio da dívida vem caindo e isto pode se tornar um problema em potencial. Há uma ilusão de sustentabilidade da dívida segundo ele.

O secretário geral apela para que países ricos reforcem seus aportes no FMI para tentar evitar maiores problemas no futuro.

“Há um risco real de se perder o controle da dinâmica da dívida caso não se estabilize mais rapidamente as impressões sobre o governo federal que está sofrendo crises reiteradas”, afirma Perfeito.

A crise desta semana, segundo ele, é a eventual saída do chanceler Ernesto Araújo e a discussão sobre isso sem dúvida faz sombra sobre a agenda de reformas e outras medidas.

As preocupações com Orçamento 2021 não foram inteiramente dissipadas, e são outro ponto de atenção do mercado nos negócios desta segunda-feira, observa Scalet da XP. “O real hoje caminha mais com as moedas de emergentes. Mas aqui o mercado está em compasso de espera, acompanhando as questões fiscais, porque o risco ainda é alto no País”. O temor com a capacidade de pagamento da dívida pública é outro fator de desvalorização do real frente ao dólar, e pode ser mais um ingrediente a mexer com o câmbio a qualquer momento.

Para Luis Sales, estrategista da Guide Investimentos, enquanto não ficar claro como o governo vai conseguir comportar o aumento de gastos decorrentes de emendas de deputados e senadores no Orçamento 2021, o dólar vai continuar pressionado.

 

Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.

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