Economia

Decisões e sinalizações da ‘superquarta’ vão mexer com o seu bolso; saiba o que fazer

Permanência dos juros elevados deixa renda fixa em evidência e atraente, mas melhor estratégia é a diversificação

Data de publicação:21/09/2022 às 05:00 - Atualizado 2 anos atrás
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Na tarde desta quarta-feira serão conhecidas as decisões sobre o nível de juros nos Estados Unidos e por aqui, nessa ordem, na Superquarta. São informações que mexem não só com as aplicações de renda fixa, mas com os mercados em geral, com consequências para os investimentos.

Às 15h, o Federal Reserve (o banco central americano) anuncia a nova taxa dos Fed funds, os juros básicos americanos, e às 15h30, Jerome Powell, presidente do Fed, concede entrevista coletiva explicando as medidas e dando pistas sobre os próximos passos.

Às 15hs, o Fed deve anunciar nova taxa de juros americana dentro da Superquarta - Foto: Reprodução

Aqui, as novidades da política monetária chegam um pouco mais tarde, entre 18h30 e 18h45, quando o Comitê de Política Monetária encerra sua reunião, anuncia a nova Selic e emite um comunicado justificando a decisão e sinalizando o que pode acontecer com os juros até a sua próxima reunião em outubro.

Expectativas e temores na Superquarta

As preocupações parecem recair mais sobre o destindo dos juros nos Estados Unidos. Embora a maior parte dos analista esperam uma elevação de 0,75 ponto percentual nos juros americanos, o receio é o de que o ajuste possa ser mais pesado, de 1 pp, diante dos sinais de vigor da inflação no país.

A questão se resume em saber os resultados da política monetária mais restritiva sobre a atividade econômica não apenas dos EUA, mas em níveis globais.

Em relação à Selic, terá sido uma grande surpresa se a taxa não for mantida em 13,75% ao ano, um consenso no mercado.

As atenções estarão especialmente voltadas para as sinalizações das autoridades monetárias após a divulgação das taxas. É a partir delas que as decisões de investimentos passam a ser desenhadas.

O que fazer?

Para Luciane Effing, superintendente executiva de investimentos do Santander, a expectativa é de que "a Selic seja mantida em 13,75% ao ano, após 12 elevações seguidas, embora exista chance de algum ajuste marginal".

Ela também lembra que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, deu uma indicação importante, a de que os juros deverão seguir em níveis elevados até que haja um arrefecimento da inflação. Enquanto isso, o segmento de renda fixa continua em evidência e atraente.

"Dentro dos ativos pós-fixados, o investidor tem alternativas que proporcionam resgate imediato, como CDBs, fundos DI e o Tesouro Selic, ou as Letras (LCIs e LCAs), que possuem carência, mas são isentas de cobrança de Imposto de Renda para pessoa física", diz a executiva. Sem sair da renda fixa, o crédito privado em títulos ou fundos também deve fazer parte do portfólio.

Títulos prefixados são recomendados por ela, lembrando que nessa modalidade, o rendimento é determinado e conhecido no momento em que se faz a aplicação. Existe risco de perda em caso de resgate antecipado, quando os rendimentos ficam sujeitos à marcação a mercado.

A diversificação como trunfo

Mesmo que a renda fixa seja a bola da vez, "o investidor não pode deixar de lado a diversificação ao montar sua carteira". Nessa diversificação, Luciane indica os fundos multimercados, "que permitem acesso aos mercados de renda fixa, renda variável e câmbio no Brasil e no exterior, são ferramentas interessantes para isso, por terem agilidade na alocação, e têm mostrado bom retorno no ano."

Na renda variável, há boa oportunidades tanto na Bolsa brasileira, considerando o preço descontado dos ativos, quanto no exterior, segundo ela. O investidor, no entanto, deve considerar que dentro de um cenário de incertezas e proximidade com as eleições, haverá volatidade nas ações nesses próximos meses. "Indicamos alocação na classe, seja via fundos ou previdência, carteiras de rebalanceamento mensal ou via Corretora de Valores, para aqueles com maior perfil de risco e/ou prazo para resgatar suas aplicações".

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.