Renda Fixa

Selic tem sétima alta consecutiva no ano e chega a 9,25%

Em comunicado, instituição sinaliza ajuste do mesmo tamanho em fevereiro do ano que vem

Data de publicação:08/12/2021 às 06:44 - Atualizado 2 anos atrás
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O Comitê de Política Monetária aumentou em 1,50 ponto porcentual a taxa básica de juros da economia, a Selic, que chega a 9,25% ao ano. A taxa deverá permanecer nesse patamar até dia 2 de fevereiro, quando os técnicos do Banco Central voltam a se reunir para definir o rumo dos juros da í em diante.

Em comunicado emitido logo após de terminado o encontro, o Copom aponta para um ajuste dos juros da mesma magnitude de 1,50 pp, o que levaria a Selic para 10,75% ao ano. Os riscos de disparada da inflação se colocam no centro das preocupações da autoridade monetária.

Selic vai permanecer em 9,25% até dia 2 de fevereiro de 2022, quando haverá revisão no rumo dos juros

Escalada da Selic e inflação

A escalada da Selic neste ano, de 2% para 9,25% está diretamente ligada ao vigor demonstrado pela inflação, inicialmente com alta de preços mais localizada em alguns setores como combustível, alimentos, energia elétrica e commodities no exterior, mas que passou a espalhar-se por toda a economia.

O IPCA de novembro deverá ser divulgado nesta sexta-feira, 10, e deve mostrar uma inflação acumulada em 12 meses de dois dígitos. A taxa de juro é usada como instrumento para brecar a alta dos preços, na medida em que torna o crédito mais caro e inibe o consumo.

Impacto da Selic na economia

Ao mesmo tempo, a alta dos juros tem efeito perverso sobre a economia, não por menos, o comportamento do Produto Interno Bruto (PIB), que mede a produção de bens e serviços no País, tem sido negativo por dois meses consecutivos, colocando a economia em estado de recessão técnica.

Pelos efeito colaterais que provoca, há especialistas defendendo o encerramento do ciclo de alta dos juros de imediato. Até porque, a inflação atual parece ser, sobretudo, reflexo de uma retomada da economia após arrefecimento da pandemia em que a produção e, portanto, a oferta de produtos e serviços não vem acompanhando a demanda, por falta de insumos e componentes provocada pelo fechamento da economia durante lockdowns pelo mundo todo.

Condição que pressiona os preços, não pelo aumento da procura, mas pelo gargalo na produção e redução na oferta.

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A Selic em 2021

O juro básico da economia iniciou 2021 no nível mais baixo de sua série histórica, de 2% ao ano. Em março, o Banco Central iniciou o ciclo de alta da Selic, que passou para 2,75%.

Em maio, a taxa passou para 3,50%, e em junho para 4,25%. A partir daí, o ajuste passou a ser de 1 ponto porcentual, em agosto a Selic foi para 5,25% e em setembro, para 6,25%.

Após analisar cenários macroeconômicos, doméstico e internacional, e também condições do mercado, a autoridade monetária decidiu por uma elevação mais acentuada de 1,25 ponto porcentual.

Nessa última reunião do ano, o BC aumento a taxa em 1,50 ponto porcentual. As expectativas agora se voltam para o comunicado a ser emitido pelo Banco Central, à procura de sinalização da autoridade monetária na condução dos juros no início de 2022.

Nos últimos seis anos, o movimento da Selic é marcado por um movimento de queda de junho de 2015 a janeiro deste ano. Desde março desse ano, as autoridades monetárias iniciaram um novo ciclo de alta que tende a se estender por meados de 2022. Pelas estimativas do Focus, analistas do mercado projetam uma taxa Selic de 9,50% para o ano que vem,

Confira a tabela abaixo com as alterações da taxa Selic em 2021

20 de janeiro2,0% a.a.
17 de março2,75% a.a.
5 de maio3,5% a.a.
16 de junho4,25% a.a.
4 de agosto5,25% a.a.
22 de setembro6,25% a.a.
27 de outubro7,75% a.a.
8 de dezembro,25% a.a.
Fonte: Banco Central do Brasil

Calendário de reuniões do Copom em 2022

De acordo com o Banco Central, o Copom terá oito reuniões ordinárias ao longo de 2022.

  • 2 de fevereiro
  • 16 de março
  • 4 de maio
  • 15 de junho
  • 3 de agosto
  • 21 de setembro
  • 26 de outubro
  • 7 de dezembro

Vale lembrar que a ata de cada encontro do colegiado é divulgada, tradicionalmente, às 8 horas da terça-feira seguinte às reuniões.

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.