Mercado Financeiro

Conflito na Ucrânia e juros na China devem ditar ritmo do mercado nesta segunda-feira

Tensão geopolítica tende a manter os investidores cautelosos em todo o mundo

Data de publicação:21/02/2022 às 12:30 - Atualizado 3 anos atrás
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Os negócios da última semana de fevereiro têm início nesta segunda-feira, 21, com os gestores do mercado financeiro tendo à mesa a definição do banco central chinês (PBoC) sobre o rumo da taxa de juros, que optou por manter suas principais taxas de juros neste mês, após reduzi-las em janeiro. A chamada LPR de um ano em 3,70% e a LPR para empréstimos de cinco anos - ou mais longos - em 4,60%. A decisão impactou as bolsas asiáticas, que fecharam mistas.

Nos Estados Unidos, os futuros também operam sem direção definida, com o conflito entre Rússia e Ucrânia no radar. O presidente da França, Emmanuel Macron, costurou um encontro entre o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin para ocorrer nesta quinta-feira, 24, desde que até lá Moscou não invada a Ucrânia. Porém, as bolsas americanas seguem fechadas por conta do feriado do Dia do Presidente.

Investidores estão atentos aos desdobramentos da crise geopolítica entre Rússia e Ucrânia - Foto: Envato

A decisão do BC da China trouxe cautela aos mercados, colocando em questão a discussão sobre se o governo dará prioridade à retomada com mais vigor da atividade econômica, sentimento que os investidores estavam nutrindo com a postura anterior da autoridade monetária do país, que reduziu as taxas de juros.

Um crescimento com mais musculatura da China acaba dando mais tração à atividade global. Um movimento que favorece principalmente os países exportadores de commodities, como o Brasil, que tem no gigante asiático o principal mercado comprador.

Futuros/bolsas americanas

  • S&P 500: +0,03%
  • Dow Jones: +0,07%
  • Nasdaq 100: -0,09% (dados atualizados às 7h53)

Fechamento/bolsas asiáticas

  • Nikkei (Tóquio): +0,78% (26.910 pontos)
  • Hang Seng (Hong Kong_): -0,65% (24.170 pontos)
  • Kospi (Seul): -0,03% (2.743 pontos)
  • Taiex (Taiwan): -0,06% (18.221 pontos)
  • Shenzhen Composto: +0,61% (2.325 pontos)
  • S&P/ASX 200 (Sydney): + 0,16% (7.233 pontos)

Semana com dados econômicos externos e internos

Ainda no cenário externo, dados da economia americana também podem deixar o mercado financeiro doméstico mais movimentado esta semana. Na terça-feira, serão conhecidas as prévias dos índices de atividade de compras, um dado que pode sinalizar como está caminhando a inflação americana. Nesse dia também, discursa o presidente do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos) de Atlanta.

Entre os eventos domésticos, dois ligados à inflação estão no radar central do mercado financeiro. Na quarta-feira, será conhecido o IPCA-15 de fevereiro. É uma prévia de inflação do mês, calculada pela variação de preços entre meados de janeiro e meados deste mês. Mas os dados podem indicar como está a trajetória do IPCA, o índice de inflação oficial que será divulgado pelo IBGE no início da segunda semana de março.

Outro dado de inflação será o IGP-M, que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anuncia na sexta-feira, 25. A divulgação do IGP-M, considerado inflação do aluguel, será antecipada por causa do período de carnaval.

Bolsas europeias operam mistas com conflito geopolítico e dados econômicos

Na velha economia, as bolsas seguem o ritmo dos demais mercados e operam mistas. De um lado, o conflito geopolítico entre Rússia e Ucrânia traz cautela aos investidores. Do outro, dados animadores da economia do bloco mantêm o lado positivo.

Nesta segunda-feira, a IHS Markit divulgou que o índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês), composto da zona do euro - que engloba os setores industrial e de serviços - subiu de 52,3 em janeiro para 55,8 em fevereiro, atingindo o maior nível em cinco meses, de acordo com os dados preliminares.

O ganho acima da marca de 50 indica que a atividade do bloco se expande em ritmo mais forte neste mês. A prévia de fevereiro também ficou bem acima da expectativa dos analistas, que previam avanço modesto, a 52,9.

O resultado se deve ao PMI de serviços da zona do euro, que avançou de 51,1 para 55,8 no mesmo período, alcançando o maior patamar em três meses. Por outro lado, o PMI industrial do bloco caiu de 58,7 em janeiro para 58,4 em fevereiro. A projeção do mercado era de manutenção do índice, em 58,7.

Bolsas europeias/principais índices

  • Stoxx 600 (Europa): -0,41%
  • FTSE 100 (Londres): +0,03%
  • DAX (Frankfurt): -0,27%
  • CAC 40 (Paris): -0,74% (dados atualizados às 8h04)
Sobre o autor
Tom MorookaColaborador do Portal Mais Retorno.