Mercado Financeiro

Com saída de capital estrangeiro, Bolsa fecha com queda de 2,81%, e dólar sobe 2,03%

Dia foi marcado por aversão ao risco e volatidade nos mercados em todo o mundo

Data de publicação:05/05/2022 às 06:26 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou com queda de 2,81%, aos 105.305 pontos, mas chegou a derreter mais de 4% ao longo do dia. No foco das preocupações a perspectiva de elevação dos juros por períodos mais longos, tanto aqui como nos Estados Unidos, e comportamento da inflação. O dólar se fortaleceu, subiu e fechou com alta de 2,03%, aos R$ 5,02, com a saída de capital estrangeiro das bolsas.

É verdade que não houve nenhuma surpresa com o aumento de 1 ponto porcentual aplicado à Selic, que foi para 12,75% ao ano, nem com a decisão do Federal Reserve (banco central americano) de elevar os juros americanos para nível entre 0,75% e 1% ao ano. As medidas dentro das expectativas geraram um clima positivo aos mercados de ações.

Sede da Bolsa de Valores em São Paulo - Foto: B3/Divulgação

Ânimo reforçado com as palavras do presidente do Fed, Jerome Powell, ao afirmar que não está na agenda do banco um ajuste mais elevado que 0,5% pp nas taxas de juro. Por isso, as bolsas reagiram com forte alta na véspera.

Mas ao digerir os dados, os investidores reagiram negativamente à perspectiva de que aqui a porta ficou aberta para novos reajustes da Selic, mesmo que abaixo de 1 ponto porcentual, como sinalizado pelo Copom em comunicado expedido ao fim da reunião. A questão está em saber quantos reajustes mais serão necessários para frear a inflação? Afinal o juro saiu de 2% em março do ano passado para 12,75% neste mês e a inflação ainda não dá sinais de recuo.

Para o economista e estrategista da RB Investimentos, Gustavo Cruz, tanto o Fed quanto o Banco Central brasileiro acertatam na comunicação feita após as decisões de elevação dos Juros. Mas "na visão de Powell o juro pode chegar a ficar mais alto por mais tempo. No caso do Copom, houve um erro na última decisão de março e dessa vez corrigiu. Entrega alta de um ponto e indica que terá mais na próxima, um ajuste menor", avalia Cruz.

Eduardo Telles, especialista em renda variável da Blue3, destaca que os pregões foram marcados por um clima de aversão ao risco e volatilidade. Aqui, segundo ele, a Bolsa chegou a cair 4%, zerando os ganhos do ano: "A fuga de capital estrangeiro e os juros DIs pressionaram os papeis de varejo e tecnologia, que apresentaram os resultados mais negativos do dia". Totvs caiu 10,85% e Magazine luiza, 10,51%.

Do lado positivo, Telles aponta as ações da Suzano com alta de 2,59%, uma das poucas a fechar no azul nesta quinta-feira.

De concreto, o mercado se voltou para os aspectos negativos, sem reagir à perspectiva de adoção do governo chinês para estimular a economia do país, nem a valorização das commodities, do minério de ferro, que poderiam beneficiar ações como as da Vale, mas não foi o que ocorreu. Os papeis da mineradora fecharam com queda de 1,81%.

Petrobras, embora tenha apresentado resultados fortes em balanço do primeiro trimestre, fechou com queda de 0,19%.

Lá fora, Dow Jones fechou com queda de 3,12%, S&P 500, de 3,56%, e Nasdaq, de 5,06%. O comportamento de Nova York arrastou as bolsas europeias que também fecharam em queda. /Com Agência Estado

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.