Com fraco desempenho em seus fundos, a Macro Capital vai encerrar suas atividades
Alta dos juros ofereceu forte concorrência aos multimercado que viram uma fuga dos investidores
A gestora Macro Capital, criada em 2019 por Mauro Bergstein e Nilson Teixeira, vai encerrar suas atividades no mercado. Responsáveis pela condução de fundos multimercado entre os quais os 2 principais são o Macro Capital One FIC FIM e o Macro Capital Equity Hedge FIC FIM, somando em ambos um patrimônio de quase de R$ 17 milhões, e 57 cotistas, os gestores não conseguiram a performance almejada por seus produtos, que têm o CDI como benchmark.
A alta dos juros é apontada pelos sócios como um dos principais fatores que aintigiu cheio o desempenho de seus ativos multimercado. A Selic em 13,75% aumentou a cocorrência da renda fixa e provocou não só a migração de investidores para segmentos de juros como dificultou a captação. A asset terminou 2022 com patrimônio perto de R$ 80 milhões, quando em seu melhor momento chegou a atingir R$ 200 milhões.
Além da redução de receitas, o fraco desempenho de seus fundos não deve ter evitado a fuga de cotistas. De outubro de 2021 a 27 de janeiro deste ano, o Macro Capital Equity apresenta desde o seu lançamento uma queda de 1,74%, e Macro Capital One, embora positivo em 8,66% nesse mesmo período, perdem feito para o CDI, de 15,06%.
O histórico do Capital One, criado em agosto de 2019, também é fraco, com alta de 3,01%, enquanto seu benchmark nesse intervalo de tempo teve uma evolução de 23,88%.
Tudo isso tornou insustentável a manutenção da estrutura idealizada pelos profissionais para atingir as metas em seus produtos. Mais ainda, as perspectivas também não trazem alento no curto prazo. Em sua última carta aos investidores, em dezembro de 2022, os gestores da Macro falam da preocupação com a inflação e dos riscos fiscais sem a definição de um arcabouço para o teto de gastos no novo governo. Um cenário que os leva prever um ritmo mais lento na queda dos juros e só a partir do segundo semestre.
O encerramento dos fundos deve acontecer pelos processos tadicionais, em que os investidores são convocados pelo administrador dos fundos, a Intrag, a resgatar seus recursos em prazos a serem ainda definidos.
Procurados, os gestores não retornaram o contato.
