Citações de 'influencers' a produtos financeiros sobem 46%, mas engajamento de posts cai
Período de levantamento doi segundo semestre de 2022, e eleições pode ter prejudicado a audiência
As citações de influenciadores a produtos de investimentos aumentaram 46% no segundo semestre de 2022, chegando a 77,4 mil. No entanto, com as atenções da audiência voltadas ao cenário eleitoral, a média de engajamento nas publicações diminuiu 24%. Os dados são do relatório “Finfluence - quem fala de investimentos nas redes sociais”, produzido pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD).
São 494 influenciadores que mencionam produtos e houve 77,4 mil menções a produtos, sendo que a média de interações em postagens foi de 1.200. A renda variável foi a mais citada, presente em 94% das postagens, embora o maior engajamento viesse das publicações sobre renda fixa, com média de 2.240 interações - ante 1.151 da renda variável.
Segundo o relatório, a queda generalizada do valor das criptomoedas fez o volume de publicações sobre o produto saltar 37% entre julho e dezembro de 2022, tornando-se o mais abordado pelos influenciadores. As criptomoedas apareceram em 32% de todas as publicações sobre os ativos, com o Twitter concentrando a maior parte das postagens e o YouTube gerando o maior volume de engajamento.
Já entre os produtos que apresentam maior engajamento nas publicações, o relatório destaca os imóveis, com uma média de 3.094 interações. Na avaliação da Anbima, “a crise imobiliária nos Estados Unidos movimentou o interesse por imóveis, com influenciadores repercutindo os impactos dos investimentos ligados ao setor, sobretudo a fundos imobiliários”.
Panorama das ações
O mercado de ações foi mencionado 16,3 mil vezes por 272 influenciadores, alcançando uma média de 1.293 interações. O setor de commodities - como exploração, refino e distribuição - lidera as publicações sobre o assunto, representando 24% do volume de conteúdo. Segundo a Anbima, o público também acompanhou “papéis baratos que pagam melhores dividendos”, em setores como energia elétrica (8% do volume) e papel e celulose (3%).
Entre as ações com maior volume de publicações de influenciadores estão Petrobras (18%), Vale (6%) e Oi (4%). Em relação ao engajamento, a líder foi Raízen Energia, com uma média de 3.546 interações, seguida por Banco do Brasil, com 1.893.
Twitter perde espaço, mas segue favorito
Por permitir postagens curtas e atualização em tempo real, o Twitter, embora tenha perdido espaço, segue como a rede preferida dos influenciadores, concentrando 52,3% das publicações no segundo semestre de 2022, contra 66,2% nos seis meses anteriores. Na sequência aparecem: Instagram (18,1%), Facebook (16,9%) e YouTube (12,6%).
Apesar de ser a rede menos usada pelos influenciadores, o YouTube manteve a liderança em engajamento, com média de 3.896 interações por publicação, queda de 32% em relação à edição passada. O Facebook perdeu 65,3% em média de interações, ao contrário do Instagram, que registrou alta de 26%, e do Twitter, com aumento de 60%./ AGÊNCIA ESTADO