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Fundos multimercado
Fundos de Investimentos

O que acontece com o Giant Zarathustra que levou um tombo em março

A queda foi superior a 4% em apenas dois dias no Zarathustra Advisory FIC FIM, oscilações, no entanto, que fazem parte do histórico do fundo

Data de publicação:27/03/2023 às 08:00 -
Atualizado 2 anos atrás
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O guarda-chuva Giant Zarathustra abriga 28 fundos multimercado, famosos e badalados por entregar resultados consistentes desde o seu lançamento. Há exatos 11 anos, o rendimento supera o CDI, um benchmark do segmento. 

A recente derrapada da família ‘Zara’, no entanto, parece ter intrigado e assustado seus cotistas, levando sua remuneração a nível inferior ao referencial. No entanto, são movimentos que esses fundos estão acostumados a enfrentar pela estratégia que adotam.

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Março está sendo um mês bem complicado para todos eles. Um recorte para o desempenho dos fundos neste ano mostra que o tombo foi de 9 de março para os dias seguintes. 

O maior deles em patrimônio e cotistas, o Giant Zarathustra Advisory FIC FIM, vinha com um rendimento positivo acumulado no ano de 2,19% para em apenas em dois dias virar ao negativo em 2,01%. Depois de atingir uma queda de 2,78% no dia 17, o Advisory se recupera um pouco, mais ainda exibe um rendimento negativo de -1,97% no dia 22.

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Afinal, o que estaria acontecendo com o fundo que entrega um dos melhores retornos a seus investidores dentro do segmento de multimercado?

Segundo especialistas, o tombo está ligado à crise financeira e quebra dos bancos americanos, Silicon Valley Bank e Signature Bank. Não porque o Zara Advisory mantivesse ativos desses bancos em seu portfólio, nada disso, mas sim pela sua estratégia de investimentos.

Estratégia do Zara

O fundo opera bolsa, juros, câmbio e commodities nos quatro cantos do mundo. Seu radar está sempre ligado para oscilações acentuadas, para cima ou para baixo, nesses segmentos em nada menos do que 40 países. Ao detectar movimentos bruscos, o fundo adota posições, de compra ou venda dos ativos, para aproveitar altas ou quedas e liquidar as posições logo em seguida.

Mais de 70% do seu patrimônio está em LFT (Tesouro Selic), uma detalhe operacional que permite ao gestor assumir posições em futuros, derivativos e swaps.

É assim que o Zara funciona. São essas operações que marcam a trajetória do Zara, e os acertos nas tomadas de posições estão refletidos no rendimento atraente que costuma entregar aos cotistas. Eventuais quedas foram compensadas com os ganhos expressivos e vice-versa.

Ao analisar o comportamento do Giant Zarathustra FIC FIM desde março de 2012, o mais antigo deles, é possível identificar os movimentos mais bruscos e sua recuperação em seguida, o que faz com que seu desempenho seja mais que o dobro do CDI em 11 anos. 

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O tombo

Não apenas o Zara, mas era unanimidade nos mercados a aposta em alta dos juros americanos, como de fato aconteceu na última reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano). O que ninguém contava é que antes da reunião do Fed, no meio do caminho, haveria falência de bancos, o que provocou uma forte queda dos juros futuros nos EUA. 

Com a quebra dos bancos, a ideia passou a ser de que a autoridade monetária atuaria com uma mão mais leve sobre os juros para não agravar a crise financeira do setor. Essa posição de aposta em alta dos juros americanos é que, então, foi a grande responsável pela forte queda nas cotas do Zara Advisory em meados de março. Mas não ela isoladamente.

Para especialistas, que seguem de perto o fundo, fortes oscilações que costumam dar alegria ao Zara também são responsáveis pelas maiores quedas. No entanto, quando o mercado fica sem uma direção definida, quer dizer, sobe em um dia e cai no seguinte, para subir novamente em seguida, a situação se complica para essa estratégia do fundo. 

E aí está então o que provocou essa última desvalorização do Zara: a combinação de alocações em fortes oscilações dos ativos com um mercado sem uma tendência definida.

Outras informações

O Zara Advisory tem a gestão do Zeitgeist Tech Investimentos, um patrimônio líquido de R$ 1,34 bilhão e 24,59 mil cotistas. Em 8 de dezembro, o número de investidores era maior, de 26,49 mil, o que representa uma saída de 7,17% no período. O patrimônio encolheu 4% no mesmo intervalo de tempo.

O valor mínimo para aplicação inicial é de R$ 10 mil e também para movimentações seguintes. A taxa de administração varia de 0,95% até 2% ao ano, e a taxa de performance é de 27,5% do que exceder o CDI. O prazo de cotização é de D+30 e o resgate acontece em D+33.

O advisory tem mais de 99% de sua carteira formada por cotas do Giant Adsory Master FIC FIM que, por sua vez, conta com 71,73% em LFTs, 13,49% em investimentos no exterior (fundo americano Visia Zara) e 5,58% em acões. Posições informadas em novembro de 2022 pelo gestor. 

(*) O conteúdo desta matéria foi atualizado em 04/04/2023

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Sobre o autor
Regina Pitoscia
Editora do Portal Mais Retorno.