Brasil recebe mais de US$ 2,1 bilhões em “venture capital” no primeiro trimestre, diz KPMG
O Brasil recebeu mais de US$ 2,1 bilhões em aportes de venture capital no primeiro trimestre de 2021, de acordo com dados da consultoria KPMG. Este…
O Brasil recebeu mais de US$ 2,1 bilhões em aportes de venture capital no primeiro trimestre de 2021, de acordo com dados da consultoria KPMG.
Este novo recorde, superior ao anterior, de US$ 1 bilhão, coloca o País entre os três principais responsáveis pelo crescimento do setor nas Américas, atrás de Estados Unidos e Canadá, que captaram US$ 69 bilhões e US$ 2,5 bilhões, respectivamente. A região somou US$ 74,4 bilhões em investimentos recebidos.
O venture capital é a modalidade de investimento que se concentra em startups, empresas de caráter inovador ainda em estágio embrionário, frequentemente associadas à implementação de tecnologia de ponta nos negócios. Trata-se de uma aplicação financeira de risco e potencial de retorno elevados.
Segundo o relatório "Venture Pulse 1T 2021", que analisou o comportamento mundial do segmento ao longo dos três primeiros meses de 2021, o desempenho brasileiro excepcional deve-se às baixas taxas de juros e à “maturidade crescente deste mercado”. O documento ressalta ainda a diversidade de setores envolvidos com aspecto favorável.
“No passado, já observamos muitos fundos novos procurando investir no Brasil. Uma série de novas empresas locais também foram criadas para este mercado. Resta saber se o ímpeto permanecerá à medida que o ecossistema crescer, mas o começo do ano já é promissor", diz o sócio-líder de Private Enterprise da KPMG no Brasil e na América do Sul, Jubran Coelho.
Empresas que receberam investimentos
A Wecancer, plataforma de monitoramento de pessoas acometidas pelo câncer, recebeu US$ 530 milhões e lidera a fila das empresas brasileiras beneficiadas pelos investimentos. A companhia oferece sistema pelo qual profissionais da saúde acessam prontuário virtual com informações em forma de gráfico e análises fornecidas pelos próprios pacientes.
A imobiliária Loft foi contemplada com aporte de US$ 400 milhões e o banco digital Nubank, figurinha carimbada em rodadas de negociações, recebeu US$ 212 milhões. Nos Estados Unidos, um dos destaques é a corretora digital Robinhood, que recebeu US$ 3,4 bilhões.
Na Europa, houve US$ 21 bilhões em investimentos, impulsionados principalmente pelas fintechs, que correspondem a metade dos maiores negócios realizados no continente. O Reino Unido foi responsável por US$ 7,1 bilhões do montante e puxa a fila dos países da região, seguido pela Alemanha, que registrou US$ 3,1 bilhões em investimentos.
A Ásia-Pacífico teve desempenho robusto, com US$ 31 bilhões investidos, apesar de ter registrado leve queda em relação ao trimestre anterior, quando recebeu US$ 34,4 bilhões. A quantia de US$ 24,6 bilhões aportados manteve a China na condição de força motriz do setor na região, que também conta com a Índia, com US$ 2,8 bilhões.
“O segundo trimestre parece promissor, com destaque contínuo para fintechs, serviços B2B e uma variedade cada vez maior de negócios que foram criados ou expandidos no período da pandemia. É um momento interessante com bastante capital disponível e uma expectativa de crescimento econômico relevante em uma nova fase global pós-pandemia", projeta o sócio-líder de Private Equity e Venture Capital da KPMG no Brasil, Roberto Haddad.
Ainda de acordo com o estudo, houve saída de 104 empresas financiadas por venture capital, que totalizaram US$ 148 bilhões, dos quais US$ 87 bilhões estavam concentrados na China, o país mais afetado.