Bolsa sobe 0,96% e retoma nível de setembro de 2021; dólar cai e continua abaixo de R$ 5
Ibovespa fechou em 117.272 pontos, o maior nível deste ano e também desde setembro do ano passado
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, engatou em sua quinta alta consecutiva, de 0,87%, alcançando o nível de 117.272 pontos. O nível mais alto deste ano e que não era alcançado desde setembro do ano passado. O dólar continuou em sua trajetória de queda e negociado abaixo dos R$ 5,00. No encerramento das operações, a moeda registrou queda de 0,59% e ficou cotada a R$ 4,92.
Resultados que reletem o investidor estrangeiro entrando e sustentando as altas na Bolsa, ou na renda fixa para beliscar o juro real, e deprimindo as cotações do dólar.
Segundo o especialista de Renda Variável da Blue3, Artur Borges, o principal evento logo no início do dia foi a divulgação da ata da reunião do Copom. No texto, o comitê apontou que avaliou vários cenários e concluiu como o mais prudente foi elevar a Selic em ponto porcertual em sua última reunião e repetir a dose na de próxima, que acotnece em maio.
No documento, explica Borges, a autoridade monetária reconhece que o momento é de incerteza e extrema volatilidade de preços, deixando uma brecha para reavalição dos cenários em maio para definição da nova Selic. Inclusive considerando os riscos fiscais a que o País está sujeito em ano de eleição, o que pode sugerir taxas neutras de juros ainda mais elevadas.
Outro ponto que mereceu atenção do mercado foi o fim de imposto de importação sobre o etanol e alimentos anunciado na véspera pelo governo: " É interessante observar, que ontem o governo decidiu zerar até o fim do ano impostos de 7 produtos (café, margarina, queijo, macarrão, açúcar, óleo de soja e etanol), além de reduzir em 10% permanentemente tarifas de importação de bens de capital e informática", ressalta o especialistas.
Ele esclarece que "o governo faz uma renúncia fiscal, que eleva a incerteza, como colocado pelo Copom em sua ata. Contudo, é interessante ler que o comitê já mapeia este cenário de uma taxa básica neutra mais alta devido a um governo mais expansionista".
De todo modo, a firmeza do Copom na condução da política monetária também contribuiu para a firmeza da Bolsa. "Nem o monitor do PIB da FGV, que apontou uma contração de -1,4% no mês de jan/22; nem a leve queda do Petróleo; e nem o minério em baixa frearam a alta do Ibovespa", pondera o analista.
As maiores altas por aqui ficaram com ações de varejo, como Lojas Americanas (AMER3, +6,67), Meliuz (CASH3, +6,05%) e Grupo Soma (SOMA3, +5,62%), e de banco digital, como Inter (BIDI11, +6,18%), geralmente as que são mais castigadas com a alta dos juros futuros.
O dia positivo para as bolsas internacionais, em movimento de recuperação às quedas do dia anterior, também ajudaram no bom-humor da B3.
Em Nova York, a Dow Jones fechou com alta de 0,74%, e a S&P 500, de 1,13%. Já a Nasdaq fechou no negativo, com queda de 0,91%.