Mercado Financeiro

Bolsa sobe 0,16% e mantém maior nível em 7 meses; dólar cai 1,44% e tem menor cotação em 2 anos

Entrada de capital externo tem sustentado a Bolsa e deprimido os preços do dólar

Data de publicação:23/03/2022 às 06:19 - Atualizado 2 anos atrás
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A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, operou em alta sustentada por Petrobras e também por Vale em boa parte do pregão, descolando-se do clima negativo nos mercados internacionais. No fechamento, o Ibovespa apresentou valorização de 0,16% aos 117.457 pontos. Já o dólar, que vem caindo ladeira abaixo, fechou com queda de 1,44%, cotado a R$ 4,84.

Desde o dia 6 de setembro de 2021, quando alcançou os 117.868, a Bolsa não se situava em nível tão elevado. Ao contrário, o dólar não deslizava para níveis tão baixos em quase dois anos, desde 13 de março de 2020.

Dólar chega a R$ 4,84, menor nível desde 13 de março de 2020, bolsa mantém os 117 mil pontos - Foto: Envato

A entrada de capital externo no País, na Bolsa e na renda fixa, continua sendo um dos principais motivos para esses resultados, mais de R$ 72 bilhões só este ano, levando a moeda americana rumo ao nível do dia 13 de março de 2020, o dia do pânico com a proliferação da covid-19.

O dia da Bolsa

O resultado positivo no fim do pregão reflete especialmente o comportamento das ações de Petrobras e outras petroleiras, beneficiadas diretamente pela alta do petróleo no mercado internacional, ressalta Victo Hugo Israel, especialista em Renda Variável da Blue3.

Ele explica que, além dos estoques de petróleo nos Estados Unidos se mostrarem abaixo do esperado, declarações do presidente Vladimir Putin de que aceitará pagamento do produto em moeda local, o rublo, trouxeram muita volatilidade aos preços da commodity, que subiu mais de 5%.

Isso teve reflexo direto e imediato nas cotação de Petrobras, que fecharam com alta de 1,36% mas chegaram a subir bem mais, 2,59%, durante as negociações. Os papeis de Vale também ajudaram na arrancada do Ibovespa, porque subiram mais de 2%, mas perderam força e fecharam com queda de 0,22%, levando a Bolsa a devolver parte da alta.

Entre os destaques positivos do pregão estão ações de empresa qeu sofreram bastante com a alta dos juros futuros que, por sua vez, recuaram em quase todos os períodos nesta quarta-feira, com vencimentos no médio e longo prazo. As empresas do setor de varejo são as mais beneficiadas:

Grupo Soma subiu 7,15%; Lojas Renner, 5,54%; CVC, 4,52%; Construtora MRV, 3,41, e Magazine Luiza, 3,27%.

Lá fora, as negociações entre Rússia e Ucrânia para o fim da guerra, que estão mal-paradas pesaram no fechamento dos mercados internacionais, que fecharam em queda com aumento de aversão ao risco. O temor de recrudescimento da inflação nos Estados Unidos em decorrência da alta do petróleo também afetou as bolsas americanas.

Dow Jones fechou com queda de 1,29%; S&P 500, de 1,23%, e a Nasdaq, de 1,41%

Sobre o autor
Regina PitosciaEditora do Portal Mais Retorno.