Bolsa recua 0,55% e emenda terceira queda consecutiva; dólar sobe 1,19%, a R$ 4,71
Eletrobras foi o destaque positivo no pregão desta quarta-feira, com alta de quase 4%l
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou o pregão desta quarta-feira, 6, com desvalorização de 0,55%, aos 118.227,75 pontos. É a terceira queda seguida da Bolsa nesta semana. O Ibovespa oscilou entre 116.790 e 118.885 pontos ao longo do dia. Já o dólar seguiu movimento inverso: subiu 1,19%, cotado por R$ 4,714 para venda.
O humor do mercado financeiro, que já indicava certo mal-estar, piorou nesta quarta-feira Foi uma reação à divulgação da ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto, do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), o principal evento do dia.
Fed impacta na bolsa e no dólar
O documento do Fed trouxe um tom mais duro e sinalizou que a escalada da inflação americana, a maior em 40 anos, demandará uma alta mais forte e rápida dos juros, analisa Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos.
O tom do Fed em relação à política monetária, diz Lelis, vem se ajustando ao discurso de Lael Brainard. Indicada para a vice-presidência do Fed, à espera da confirmação do Senado, Lael já adiantou que o banco central americano promoverá forte redução em seu balanço patrimonial, que chega a US$ 9 trilhões, a partir da reunião de maio, e subirá os juros.
O documento reforçou a preocupação do mercado, já que alguns membros do comitê citaram possível aumento do ritmo de alta para 0,50 ponto porcentual, afirma Fernanda Consorte, economista-chefe do banco Ourinvest. Na primeira rodada de elevação, em março, o juro teve elevação de 0,25 ponto porcentual, para um intervalor entre 0,25% e 0,50%. O dólar reforçou a alta, após a divulgação da ata do Fed.
Lelis diz que o enxugamento do balanço, que implica a venda de títulos recomprados durante a crise, reduz o dinheiro em circulação na economia. Menos oferta de recursos no sistema ajuda a conter a inflação.
O sócio da Valor Investimentos avalia que a elevação dos juros americanos, por ação do Fed e pela redução de oferta monetária, tende a acirrar a disputa por capitais no mercado global. Uma concorrência que tende a afetar principalmente os países emergentes em desenvolvimento.
BC e a Selic
A expectativa de uma política monetária mais dura nos EUA coincide com um momento que o Banco Central sinaliza o fim o ciclo de alta dos juros em maio, com a Selic em 12,75% ao ano.
Uma elevação dos juros americanos acima da prevista encolhe a diferença em relação aos juros domésticos, mas não o suficiente para uma fuga de capitais, dizem especialistas. Alguma correção do dólar, como a que vem ocorrendo desde o início da semana, ainda é esperada.
O mercado de ações reagiu com menos vigor à ata do Fed, embora especialistas acreditem que eventual desaceleração da economia americana vai gerar efeitos negativos sobre a economia global.
Bolsa: Eletrobras é destaque positivo
Destaque positivo no pregão desta quarta foram as ações de Eletrobras. Os papeis da companhia subiram com as notícias de que a área técnica do Tribunal de Contas da União determinou o reajuste do preço mínimo que o governo pretende pedir por ação na privatização da elétrica.
Bolsas de Nova York
Em Nova York, as bolsas tiveram mais um dia negativo. A principal pressão foi a ata do Fed indicando um aperto mais rápido dos juros para combater a inflação, mas com possível efeito colateral de retração da economia.
O índice Dow Jones recuou 0,42%, para 34.697 pontos; o S&P 500 desvalorizou-se 0,97%, para 4.481 pontos, e o Nasdaq, da bolsa eletrônica, caiu 2,22%, para 13.888 pontos.
O sobe e desce na Bolsa de Valores
Maiores altas
- Eletrobras (ELET6) + 3,91%
- Eletrobras (ELET3) + 2,93%
- Suzano (SUZB3) + 2,16%
- Minerva Foods (BEEF3) + 1,72%
- 3R Petroleum (RRRP3) + 1,54%
Maiores baixas
- Banco Inter (BIDI4) - 9,09%
- CVC (CVCB3) - 8,97%
- Banco Inter (BIDI11) - 8,7%
- Méliuz (CASH3) - 8,33%
- Locaweb (LWSA3) - 8,03%