Bolsa é destaque no 1° semestre de 2021, mas IGP-M lidera ranking; confira lista
Produtos atrelados ao IGP*M estiveram expostos a alta de 15,08% no período; Ibovespa fechou em alta de 6,54%
A Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, sustentou a liderança das aplicações mais rentáveis do primeiro semestre de 2021. Só não esteve no topo da lista porque a posição foi ocupada pelos investimentos atrelados ao IGP-M, que disparou e acumulou alta de 15,08% no período. O Ibovespa registrou valorização de 6,54% nos primeiros seis meses do ano.
Quem apostou na alta da bolsa, em meio ao cenário de incertezas com a pandemia do coronavírus, pode celebrar o resultado. Houve percalços no caminho do mercado, como a segunda onda da Covid, que impôs novas restrições à atividade econômica, mas as ações das principais empresas resistiram.
O mercado acionário sentiu momentaneamente o impacto das crises, porém o baque foi superado pelo otimismo com a perspectiva de recuperação econômica global. O aumento da demanda externa, sobretudo da China e dos Estados Unidos, por commodities como minério de ferro e petróleo beneficiou as companhias que vendem matérias-primas lá fora, compensando a demanda reprimida pelo consumidor internamente.
Ações de exportadoras de minério de ferro e aço, como Vale, Usiminas, CSN e Gerdau, e de petróleo, sobretudo a Petrobrás, deram sustentação ao mercado de ações em um momento que a atividade econômica doméstica estava de novo travada pela segunda onda da pandemia.
O mercado só retomou certo alento com o avanço do processo de vacinação. Um sentimento de otimismo começou a permear gradualmente o mercado de ações, cujo foco se voltou ao setor de varejo, segmento que, para analistas, seria o mais beneficiado com uma possível abertura da economia e retomada de atividade.
Contribuiu também para o sentimento positivo, além do ciclo global de alta das commodities, a manutenção de uma política monetária mais branda pelo Fed (Federal Reserve, banco central do EUA). Uma política de continuidade de juros baixos e de estímulos monetários, pela recompra de títulos, que injetaram bilhões de dólares no sistema financeiro, de onde parte dos recursos se espraiou pelos mercados de demais países.
A liquidez abundante ou a ampla oferta de recursos em um cenário de juros baixos pelo mundo favoreceu as bolsas americanas, cuja variação serve como termômetro de expectativas também para o balizamento de bolsa e dólar doméstico.
O dólar atravessou boa parte do primeiro semestre pressionado, em meio às preocupações com possível risco de desarranjo das contas públicas, por causa da demanda por recursos para fazer frente à crise do coronavírus. A demora na aprovação do Orçamento 2021 gerou mais desconfiança nos agentes em relação à disposição do governo de respeitar o teto de gastos.
O primeiro semestre foi marcado também por uma aceleração da inflação – com o IPCA acumulado em 12 meses superando amplamente a meta inflacionária, o que exigiu a retomada de alta da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central. Elevação insuficiente, contudo, para fazer frente à inflação acumulada, que está em 3,22% no ano, até maio, e chega a 8,06%, nos últimos 12 meses.
A escalada de inflação provocou fortes prejuízos em aplicações tradicionais de renda fixa, da caderneta ao CDB, passando pelos fundos de renda fixa, no semestre. Todas acumularam pesadas perdas no poder de compra do dinheiro ancorado nesses ativos.
Com efeito, o destaque, negativo, dos seis meses iniciais do ano foi a inflação. A calculada pelo IGP-M acumulou alta de 15,08%. Não é propriamente a régua que investidores usam para comparar e medir o rendimento das aplicações, mas a adoção do IPCA com essa finalidade também não deixa saldo positivo para a maioria das aplicações.
Apenas a bolsa de Valores de São Paulo, a B3, rendeu mais que a inflação oficial estimada em 4,69%, ao acumular valorização de 6,54% no semestre. Todas as demais perderam da inflação.
Confira o rendimento das aplicações no primeiro semestre de acordo com os cálculos do administrador de Investimentos Fabio Colombo.