Bolsa de Valores avança pelo quarto dia consecutivo puxada por empresas de commodities; dólar cai a R$ 5,61
A Bolsa de Valores viveu o quarto dia de alta consecutiva e avançou 0,65% nesta terça-feira, 07, aos 107.558 pontos. A valorização foi puxada, sobretudo, pelas…
A Bolsa de Valores viveu o quarto dia de alta consecutiva e avançou 0,65% nesta terça-feira, 07, aos 107.558 pontos. A valorização foi puxada, sobretudo, pelas ações ligadas às commodities. Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, destaca que o petróleo subiu "no mesmo compasso em que os investidores reduzem sua percepção de risco quanto à ômicron, enquanto o minério de ferro segue em disparada após dados de importação chineses".
Na mesma toada positiva, os mercados internacionais também fecharam em alta. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq 100 registraram forte alta de 2,07%, 1,40% e 3,03%, respectivamente. Já o dólar, com a cautela dos investidores em relação à nova variante de coronavírus diminuindo, fechou em baixa de 1,33%, cotado a R$ 5,61.
A valorização das commodities não aconteceu só no Brasil, mas no mundo todo. Ribeiro explica que no caso do minério de ferro, o que animou os mercados foram os dados de importação da China, que aumentaram 14,6% em novembro em relação ao mês anterior. "O salto nas importações, dominado por produtos da Austrália e do Brasil, superou as expectativas do mercado em meio ao arrefecimento dos preços do minério de ferro e à queda na demanda por aço", comenta.
"Apesar disso, o Ibovespa não foi capaz de romper a faixa de 109 mil pontos, justamente o patamar que foi perdido em 21 de outubro e que abriu caminho para a região de 102 mil pontos em novembro. Graficamente falando, estamos diante do último fundo perdido e ainda em tendência de baixa de curtíssimo prazo, ou seja, é natural retomar a tendência em vista do teste da importante resistência".
Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora
Contribuição do cenário interno para a Bolsa de Valores
No cenário doméstico, o destaque do dia foi a divulgação do Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) de novembro pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O IGP-DI caiu 0,58% no último mês, contra uma alta de 1,60% registrada em outubro. A mediana das expectativas do mercado era de uma queda menos expressiva, de 0,44%.
Além disso, os investidores também estão atentos à última reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que começou hoje e termina amanhã, com a divulgação da nova Selic, taxa básica de juros. Atualmente, a taxa está em 7,75% ao ano e as projeções do mercado são, majoritariamente, de um aumento de 1,5 ponto percentual, levando a Selic a 9,25% ao ano.
Com as expectativas de alta, os contratos de juros futuros com vencimento até julho de 2023 registraram avanço no fechamento do pregão desta terça-feira.
Também segue no radar do mercado os desdobramentos do cenário fiscal brasileiro. A PEC dos Precatórios, proposta que visa abrir espaço no Orçamento da União de 2022, enfrenta novos impasses no Congresso. A PEC foi aprovada na última semana pelo Senado Federal e precisa ser votada, uma vez mais, na Câmara dos Deputados, para a aprovação das alterações feitas no texto da proposta.
LEIA MAIS
- Senado aprova relatório da PEC dos Precatórios em 2º turno; texto volta à Câmara
- PEC dos Precatórios: impasses para a promulgação da proposta continuam
- Senado aprova MP do Auxílio Brasil, que vai para sanção presidencial
O dia na Bolsa de Valores
Commodities
Puxando a alta da Bolsa nesta terça-feira, as ações da Vale e da Petrobras, que juntas correspondem a cerca de 23% da composição do Ibovespa, avançaram 0,74% e 1,63%, respectivamente. Já as siderúrgicas CSN, Usiminas e Gerdau subiram 1,16%, 0,74% e 1,58%, na sequência.
Varejistas
Em um movimento de recuperação das fortes baixas registradas nos últimos pregões, os grandes nomes do varejo registraram alta acentuada neste pregão, reagindo á divulgação do IGP-DI de novembro. Via e Magazine Luiza avançaram 3,39% e 4,38%, enquanto a Méliuz disparou 13,58%, a maior alta do dia na Bolsa de Valores.
Construtoras
Com as expectativas de aumento na taxa de juros nesta quarta-feira, as ações das empresas de construção civil lideraram as quedas do dia. O setor é bastante impactado pela alta na Selic, já que isso encarece os processos de financiamento e tomada de crédito, o que tende a reduzir o consumo. Eztec e MRV recuaram 4,35% e 3,08%, respectivamente.
Banco Inter
Após anunciar o lançamento de três novos ETFs, os papéis do Banco Inter viveram um dia de forte valorização na Bolsa de Valores. Enquanto as ações BIDI11 dispararam 13,36%, os papéis BIDI4 saltaram 12,14%.