Economia

Black Friday da crise tem picanha e Nutella em vez de smartphone e TV

Com o bolso curto e os preços em alta, brasileiro vai em buscar de comida e produtos mais baratos nas promoções no varejo

Data de publicação:26/11/2021 às 02:09 - Atualizado 2 anos atrás
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Levantamento do Google, divulgado nesta sexta-feira, 26, aponta que para além dos itens eletrônicos, como smartphone e celulares, os consumidores estão usando a Black Friday de 2021 em busca produtos alimentícios que deixaram de frequentar o prato do brasileiro. Dois exemplos são a picanha e o Nutella, com explosão de pesquisas na internet.

São Paulo - Movimento no comércio da rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros, durante o Black Friday (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Entre as 22h de quinta-feira e 0h desta sexta-feira, a procura pelo preço do Nutella, marca de creme de avelã, teve um crescimento de 680%, na comparação com as duas horas anteriores, 20h às 22h.

Já a picanha, corte de carne bovina que teve uma alta de dois dígitos nos últimos meses, teve crescimento de 75% entre 15h e 17h de quinta, na comparação com o período entre 13h e 15h de quinta.

Segundo o Google, de uma forma geral, os brasileiros estão aproveitando a Black Friday para comprar produtos de demais categorias, o que representa, de alguma forma, o momento de contenção de gastos das famílias.

Black Friday fraca

De uma forma geral, todos os levantamentos preliminares sobre o interesse do brasileiro em torno da data mostram que a Black Friday de 2021 vai ser mais ou menos dedicada à compra de quinquilharias, itens com menor valor agregado e pouca tecnologia embarcada.

Uma pesquisa do Ibevar, da FIA, tocado pelo professor e economista Claudio Felisoni de Angelo, mostrou que apenas cinco dos 28 grupos de produtos analisados apresentaram alta na expectativa de compras para este ano. O interesse do brasileiro, diz o estudo, é relativamente alto com os jogos para videogame, com expansão de 25,7% nas intenções de compras, fones de ouvido (20% de alta) e com a categoria de calçados (crescimento de 0,5%).

Sem celular e TV

Os smartphones, que tradicionalmente lideravam as buscas nesta época do ano, devem ter vendas 4,9% menores em 2021, ao passo que antigos campeões de linha branca, como fogões e geladeiras, devem desabar quase 30%.

Já os televisores, que todos os anos estampam cenas divertidas de disputa, carregados no ombro de consumidores apressados, neste ano devem ter redução de compra de 34%, ao lado dos notebooks (-36,3%) e tablets (-38,4%).

"Essa queda em parte é justificável pelo pico de 2020, e, em parte, justificável pela escassez de chips no mercado, o que diminui a existência de grande número de itens em estoque, consequentemente, promoções agressivas", revela o estudo.

Sites chineses

Em compensação, uma outra pesquisa, da plataforma Wiz & Watcher, que avalia menções à Black Friday na internet, indica que neste ano ela será dos e-commerces chineses. Das cinco marcas mais lembradas em relação à data de compras na rede, apenas uma era brasileira, a Lojas Americanas. As demais, Shopee, AliExpress, Shein e Amazon, são todas gringas (uma americana e três chinesas).

Segundo o estudo, o valor baixo praticado por esses sites, com produtos de menor valor agregado, estaria por trás desse interesse do consumidor.

Finanças

O mercado financeiro continua tentando levar alguma vantagem com a data, com promoções de conteúdos educacionais a produtos de renda fixa, com redução das taxas cobradas. No site da Mais Retorno, publicamos uma lista com as pechinchas do mercado.

Já os bancos digitais elegeram o cashback como arma para enfrentar a concorrência e atrair os consumidores para as promoções.

De conteúdos educacionais para ajudar o investidor na trajetória financeira a produtos de renda fixa com taxas exclusivas, as empresas do setor aproveitam o período para tentar atrair novos clientes. Vale a pena conferir a lista.

Sobre o autor
Renato JakitasEditor-chefe do Portal Mais Retorno.
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