Economia

‘Bigtechs’ avançam no varejo bancário, aponta pesquisa

Segundo o FSB, instituto internacional responsável pela pesquisa, a pandemia acelerou a tendência de digitalização dos serviços financeiros

Data de publicação:22/03/2022 às 12:15 - Atualizado 2 anos atrás
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A pandemia serviu de motor para a tendência de digitalização dos serviços financeiros no varejo bancário, de acordo com um estudo publicado no dia anterior pelo Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, na sigla em inglês).

No período, houve um aumento da participação de gigantes da tecnologia - as chamadas bigtechs - e também das fintechs, que ganharam espaço nesse mercado. Mas as instituições tradicionais também se beneficiaram desse impulso às inovações digitais em meio às medidas para controlar a covid-19, segundo a entidade, que tem sede na Suíça.

Foto: Adobe Stock

O uso de carteiras digitais no e-commerce, por exemplo, saltou de 6,5% em 2019 para 44,5%, em 2020, indicando maior participação das big techs, mostra o estudo Flavors of Fast, da empresa de tecnologia FIS, mencionado pelo FSB.

Na China, esse número chegou a 72%, enquanto nos Estados Unidos passou de 24%, em 2019, para 30%, em 2020.

"A pandemia de covid-19 teve um impacto significativo na estrutura do mercado de serviços financeiros do varejo. As tendências para a digitalização de serviços financeiros se aceleraram e algumas mudanças vieram para ficar", diz o FSB.

Gigantes do setor

Grandes fintechs e os chamados "incumbentes", empresas com larga escala do segmento financeiro, foram os que mais se beneficiaram, pois se valeram de elevados investimentos e de uma base maior de clientes para ganhar participação durante a pandemia.

A receita das bigtechs cresceu 17% entre 2019 e 2020, enquanto a capitalização de mercado dessas empresas avançou 57% no período, segundo o FSB.

No caso das fintechs menores, a pandemia teve um "impacto desigual", na visão da entidade, uma vez que o fluxo de recursos se reduziu e muitas dependiam de investidores.

Benefícios para o varejo financeiro

De acordo com a entidade, a maior presença de bigtechs e fintechs no setor financeiro gera benefícios como a redução de custos e inclusão financeira, preenchendo lacunas do setor e contribuindo para uma maior diversidade. Nos países emergentes, diz o FSB, esses avanços são ainda mais evidentes.

Por outro lado, alerta a entidade, o crescimento de nomes da tecnologia traz riscos, como questões de concentração de mercado, atuação de empresas fora do olhar regulatório e ataques cibernéticos, que podem causar implicações negativas para a estabilidade financeira do sistema. / com Agência Estado

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