Banco Central reforça inflação em 5,8% para 2022
Autarquia eleva estimativa para atividade econômica de 1,7% para 2,7% em 2022
O Banco Central revisou as estimativas para a inflação de 2022 a 2024 no Relatório Trimestral de Inflação (RTI). O comunicado e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês trouxeram as mesmas projeções. A expectativa para o IPCA deste ano é de 5,8%, enquanto em 2023 é de 4,6% e, em 2024, de 2,8%, de acordo com o RTI.
O cenário de referência utiliza juros conforme o Relatório de Mercado Focus e o câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, também é considerado que o preço do barril de petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura nos próximos seis meses, subindo 2% ao ano na sequência.
Para a bandeira tarifária de energia, a hipótese considerada é verde no fim deste ano e amarela no final de 2023 e 2024. A estimativa para 2022 encontra-se acima da margem de tolerância da meta (3,50%, com 1,50 ponto porcentual de banda), enquanto, para 2023, está próxima do teto (4,75%).
Para 2024, a meta é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (taxa de 1,75% a 4,75%). No Relatório Focus, as medianas estavam em torno de 5,88% para 2022, 5,01% para 2023 e 3,50% para 2024.
Teto da meta de inflação
O BC também afirma que, em seu cenário de referência, a probabilidade de a inflação de 2023 ficar acima do teto da meta, de 4,75%, está em 46%. Já a probabilidade de a inflação ficar abaixo do piso da meta em 2023, de 1,75%, é de 2%.
O centro da meta é de 3,25%. Em relação a 2022, a probabilidade de estouro do teto de 5,00% da meta é de 93%, indicando alta chance de novo descumprimento do mandato principal do BC, após 2021. Já a possibilidade de estouro do piso de 2,00% da meta é zero. O centro da meta é de 3,50%.
Em 2024, a probabilidade de rompimento do teto de 4,50% da meta é de 11%, enquanto a possibilidade de estouro do piso de 1,50% da meta é um pouco maior, de 17%. O alvo central é de 3,00%.
Atividade Econômica
O Banco Central elevou sua estimativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 2,7%. A autarquia afirmou que a surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e estímulos não contemplados no relatório anterior são os principais fatores para a revisão. Para o BC, esses mesmos fatores indicam nova expansão do PIB no terceiro trimestre, mas em magnitude menor do que a observada nos últimos três trimestres./Agência Estado.