Economia

Ibiuna: mesmo com prêmios de riscos elevados no Brasil, momento exige cautela

A atenção continua nos fundamentos fiscais frágeis combinados ao alto endividamento, baixo crescimento e juros reais altos

Data de publicação:07/12/2022 às 08:00 - Atualizado 2 anos atrás
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A Ibiuna Investimentos afirmou que apesar de existirem prêmios de riscos elevados no Brasil, prefere manter postura de cautela com os ativos do País. Em carta do gestor referente ao mês de novembro, a Ibiuna destaca que o período pós-eleitoral foi marcado por muita volatilidade e frustração do mercado em relação a qual será o regime fiscal a ser adotado em 2023. 

Além disso, as dúvidas em torno da PEC da Transição, com gastos adicionais, sem previsão de qual será a fonte de financiamento gera desconforto nos investidores. A incerteza, geradora de uma perspectiva de piora fiscal, resultou em uma forte elevação de prêmios de risco e um aperto adicional relevante nas condições financeiras, de acordo com a Ibiuna.

Ibiuna mantém postura de cautela com ativos brasileiros | Foto: Reprodução

Para a gestora, no melhor dos casos, a tendência de esfriamento da economia brasileira no próximo ano será acentuada e esse ambiente justifica a postura cautelosa do momento, sem tomar posições relevantes no País. 

Do lado positivo, a Ibiuna ressalta que o Brasil é credor em moeda forte em um momento de escassez crescente de dólar e o Banco Central está avançado no ciclo do aperto monetário e controle da inflação

Mas a atenção continua nos fundamentos fiscais frágeis unidos ao alto endividamento, baixo crescimento e juros reais altos. De acordo com a Ibiuna, essa é uma combinação vulnerável diante de um governo que promete uma “extensa agenda de gastos”. 

“A postura mais prudente segue sendo a de “ver pra crer” em particular diante um ambiente internacional de maior sensibilidade a sinalizações sobre fundamentos fiscais”, diz a carta.

Cenário internacional 
 

A Ibiuna destacou que não está convecida de que o pico de taxas de juros tenha ficado para trás e acredita em taxas terminais de juros mais altas do que atualmente precificado pelos mercados. 

“Seguimos céticos com a visão de que a inflação no mundo avançado mostrará trajetória de rápida desaceleração e, mais à frente, vemos sua provável estabilização em patamar mais alto do que o almejado pelos bancos centrais do G10, o que demandará taxas de juros restritivas nestes países por um período prolongado”, pontua a gestora.

A casa mantém a busca de oportunidades de retorno através de uma alocação que combina posições tomadas em juros nas economias centrais juntamente com posições aplicadas em países emergentes em estágio mais avançado do ciclo de aperto monetário. 

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Sobre o autor
Mari GalvãoRepórter de economia na Mais Retorno