Ações de Petrobras caem com incertezas sobre o comando da empresa
Papeis da estatal chegaram a cair mais que 1% no pregão da B3
Em meio a incertezas sobre quem assumirá o comando da Petrobras, após as informações de que Adriano Pires desistiu da indicação, as ações da empresa chegaram a cair mais de 1%, mas estão reduzindo a queda. As preferenciais (PETR4) fecharam com queda de 0,94%; as ordinárias (PETR3) 1,02%.
Duas notícias parecem ligadas a essa reação: a negativa do Palácio do Planalto e do Ministério das Minas e Energia de terem recebido comunicado de Pires sobre sua desistência, o que veio por meio de nota; e pelas declarações do presidente demissionário da empresa, general Joaquim Silva e Luna, à CNN, de que permanece no cargo até que seja definido um novo nome para a presidência.
Adriano Pires teria desistido de assumir o comando da empresa depois de o governo Bolsonaro receber informações de que o nome dele não passaria no "teste" de governança da empresa.
O Ministério Público pediu ao Tribunal de Contas da União (TCU) que Pires fosse impedido de assumir o cargo enquanto não houvesse uma investigação do governo (Controladoria-Geral da União e Comissão de Ética) e da Petrobras sobre a atuação dele no setor privado.
Como sócio fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie), Pires tem contratos de longo prazo com petroleiras e empresas de gás, como a Cosan. Ele teria que abrir mão dos negócios, mas imaginou num primeiro momento que poderia passar a empresa para o filho. Só que isso também não é permitido pelas regras de governança da estatal, e com isso ele teria decidido abrir mão do comando da Petrobras.
A demissão de Silva e Luna não chegou a afetar tanto os papeis porque o imediato anúncio de Adriano Pires para o cargo tranquilizou o mercado com a sinalização de que a política de preços da Petrobras, que mantém paridade com as cotações do petróleo no mercado internacional.
No entanto, a desistência de Pires, se confirmada, traz muitas dúvidas a começar pelo nome a ser indicado, sobre mudanças na política da empresa, e se haverá interferência do governo nos preços dos combustíveis em ano eleitoral. Afinal, é de conhecimento público que o presidente Bolsonaro gostaria de segurar reajustes da gasolina, óleo dieses, gás de cozinha na busca de votos.