Ações da Raízen estreiam na Bolsa com queda de mais de 2,1%
As ações da Raízen, empresa de energia renovável que teve o maior IPO do ano, estreiam na B3 em queda, após iniciar o dia com uma alta tímida
As ações da Raízen, joint venture entre a Shell e a Cosan que produz energia renovável, vivraem um primeiro pregão de muita volatilidade. Em sua estreia na B3, a Bolsa de Valores brasileira, a companhia, que teve o maior IPO (oferta pública inicial, na tradução) do ano até aqui, começou o dia em alta, mas perdeu força e virou o sinal. Os papéis da companhia registraram queda de 2,16%, negociados a R$ 7,24.
Com a oferta pública, a Raízen conseguiu levantar R$ 6,9 bilhões. O preço por ação havia sido fixado em R$ 7,40, o piso da faixa indicativa, que ia até R$ 9,60.
Especialistas consideram que o que pode ter levado a essa volatilidade no preço das ações da Raízen foi o período mais longo que o normal de leilão de abertura. O leilão fez a ação chegar em R$ 10, mas os constantes adiamentos para a finalização causaram a equalização do valor do papel ao que foi precificado no IPO.
Dessa forma, a oferta teve um aumento tímido que não durou muito, transformando o lucro em prejuízo.
Por outro lado, a compra de ações com alavancagem pelos investidores que tentam ter mais lucro no curto prazo também pode ter ajudado a puxar o desempenho das ações da Raízen para baixo.
Sobre a Raízen
Criada em 2011, a Raízen tem presença nos setores de produção de açúcar e etanol, distribuição de combustíveis e geração de energia. O nome da marca é a junção entre as palavras "raiz" e "energia" e a companhia tem uma forte agenda sustentável, sendo líder global no segmento de biocombustíveis.
De acordo com seu prospecto preliminar, a empresa está entre as cinco maiores do Brasil em termos de receita, registrando, no exercício social encerrado em 31 de março de 2021, uma receita operacional líquida de R$ 114,6 bilhões. O lucro líquido do período foi de R$ 1,5 bilhão.
A Raízen destaca, ainda, que o desempenho positivo é resultado de um investimento de R$ 10 bilhões em iniciativas de crescimento nos últimos 10 anos.
A companhia, que conta com 26 parques de bioenergia localizados, sobretudo, na região Sudeste do país, produz 40% de toda a cana-de-açúcar global com certificação Bonsucro, a mais reconhecida na indústria.
"Em nossos parques de bioenergia, produzimos nossa própria biomassa a partir da cana-de-açúcar e gerenciamos o que acreditamos ser a maior operação agrícola do mundo com mais de 880 mil hectares (mais de 2,1 milhões de acres) de terras cultivadas em 31 de março de 2021", afirma a Raízen no documento.
Com os R$ 6,9 bilhões levantados com a emissão de 810.811.000 ações do lote principal e mais 121.621.650 do lote suplementar, a empresa deve destinar 80% dos recursos para o aumento da produção de produtos renováveis e em sua capacidade de comercialização, segundo o prospecto. Dos outros 20%, 15% vão para investimentos em logística e, 5%, para promover maior eficiência nos parques de bioenergia.