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Viés de Negatividade

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:19/09/2019 às 15:46 -
Atualizado 5 anos atrás
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O que é o Viés de Negatividade?

É chamado de viés de negatividade (ou negativity bias) a tendência mental humana de, diante de fatos considerados negativos ou positivos, se atentar e recordar mais facilmente desse primeiro em virtude do segundo.

Como o próprio nome indica, esse fenômeno se trata de um viés cognitivo. Em definição, é uma falha de lógica que faz com que interpretemos erroneamente os dados, acontecimentos e demais elementos da nossa realidade, sem perceber o equívoco.

No caso do viés de negatividade, isso significa que não somos capazes de identificar como a nossa leitura maléfica do mundo (como um todo ou em parte) não corresponde aos fatos. A partir disso, criamos então os nossos próprios paralogismos: mentiras que, através de uma argumentação convincente, se passam como verdades.

Quer um exemplo prático? Vamos lá.

Vamos supor que você esteja no meio de um dia de trabalho. Como é um daqueles períodos do ano em que os líderes dos setores se reúnem para dar feedbacks aos funcionários, você logo é chamado à sala do seu chefe.

Ali, você ouve ótimos elogios - à sua dedicação, à qualidade do projeto x e y, à criatividade. No entanto, há um “ponto de melhoria”: a agilidade do seu trabalho. Por vezes, esse único “defeito” (que é como interpretamos o tal “ponto de melhoria” na maioria dos casos) tem o efeito de um banho de água fria. O que acontece em seguida é que você fica obcecado por apresentar uma solução, em forma de justificativa ou ação futura, de modo que os elogios feitos anteriormente se tornam mero coadjuvantes.

Pela lógica, isso não faz muito sentido, afinal a quantidade de elogios é maior do que a de críticas, certo?

No entanto, sob o efeito do pensamento enviesado pela negatividade, o fato negativo têm maior peso do que o positivo. A consequência é que, muitas vezes, nos vemos como profissionais, filhos, pais, parceiros amorosos e amigos muito piores do que verdadeiramente somos. Quando algo dá errado, a falha nos atinge como um murro direto no estômago.

Como surge o Viés de Negatividade?

Estar ciente do viés de negatividade pode originar um efeito colateral: o julgamento do nosso próprio cérebro como um reclamão natural.

Mas podemos afirmar que, no fundo, o pensamento enviesado não surge de uma tentativa da estrutura mental de transformar nossa vida num Muro das Lamentações ambulantes. Pelo contrário, ele tem uma forte conexão com nosso instinto de sobrevivência.

Acredita-se que, em algum momento da evolução humana, a chamada seleção natural tenha privilegiado os sujeitos mais “reclamões”. Ou melhor dizendo, os sujeitos que mais facilmente identificavam ameaças no ambiente. Afinal de contas, eles possuíam uma habilidade maior de salvar a sua comunidade, percebendo os riscos antes que fosse tarde demais.

Nesse processo, colocar as bonanças da vida em segundo plano, diante dos perigos e problemas, se consolidou como um atalho cada vez mais valorizado. Faz sentido: ignorar o céu bonito é menos fatal do que ignorar um rugido.

No entanto, conforme a nossa estrutura social se desenvolveu, mais complexas ficaram as nossas questões. Não nos lembramos da última vez em que tivemos que nos atentar à um animal selvagem no horizonte, mas lembramos da crítica do chefe ou do trânsito de ontem.

E o tal céu azul hoje é um prato gostoso que comemos no almoço, um elogio desse mesmo chefe ou a atitude gentil de um motorista. São essas ações positivas às quais, mesmo em maior quantidade, damos menor atenção ao analisar a nossa satisfação com a nossa vida, a nossa sociedade e todo o mundo ao nosso redor.

Com o aumento dos meios de comunicação, que já há muito tempo perceberam o nosso gosto pelo negativo (crimes, desgraças, tragédias) e dão ainda mais ênfase nisso, estamos ainda mais vulneráveis ao viés de negatividade.

Como o Viés de Negatividade afeta as suas finanças?

A principal ameaça oferecida por esse viés às suas finanças diz respeito à sua própria leitura da economia. Quão antifrágil você se julga ser? Quão facilmente notícias de crise e quedas de ações, por exemplo, ligam o seu “radar do desespero”?

Em geral, a maioria das “catástrofes” no mercado financeiro são marcadas pela ansiedade de investidores, que diante de notícias desfavoráveis vendem os seus ativos e derrubam ainda mais o valor dos títulos. Um grande exemplo disso é a Crise de 1929.

O problema aqui não é a resposta aos fatos (que por vezes pede mesmo se desfazer de ações), mas como os operadores são mais sensíveis às notícias ruins e, quanto maior a ameaça, menos eles são capazes de se ater às oportunidades.

Se houver 9 boas notícias e 1 negativa (noticiando uma grande falência, por exemplo) é mais fácil se lembrar dessa e levá-la mais a sério, de modo que tenha mais peso sobre a sua decisão. Nada racional, concorda?

Portanto, da próxima vez em que realizar análises de mercado, se pergunte: qual é a real importância desse ponto negativo no cenário que estou a analisar?

Do contrário, quaisquer coachadas continuarão a ser tomadas como rugidos e os seus céus azuis, bom, serão tão desperdiçados quanto o elogioso feedback do seu chefe.

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
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