XP recomenda trocar ações de empresas de commodities por companhias de atuação doméstica no segundo semestre; confira
Melhores opções estão nos papeis defensivos com balanços sólidos
O eixo do segmento de maior atratividade no mercado de ações está se deslocando do setor de commodities para empresas voltadas às atividades locais.
É o que sinaliza o relatório da XP que em relatório recomenda reduzir investimentos em companhias de commodities e alocar recursos em empresas domésticas no segundo semestre de 2021.
A economia global está começando a dar sinais de desaceleração. Para os analistas da XP, o ciclo econômico mundial está em transição para novo período, que classificam de meio de ciclo. Um cenário caracterizado por desaceleração do ritmo de crescimento econômico, persistência de inflação alta e bancos centrais iniciando a elevação das taxas de juro.
A reconfiguração do quadro macroeconômico global a partir de mudanças em suas principais variáveis tem como consequência um rebalanceamento também dos setores que lideram o mercado de ações, avalia a XP.
Os analistas esclarecem que o setor de commodities mantém atratividade e suas ações permanecem com rendimento e valuations interessantes, mas, sob uma perspectiva macro, essa posição de liderança no mercado estaria passando por uma transição para um meio de ciclo e mudando.
Os setores que tendem a ter melhor desempenho em uma fase de meio de ciclo, de acordo com a equipe da XP, são os de crescimento defensivo, de empresas com posição dominante e balanços sólidos, que devem continuar crescendo.
Integram esse grupo companhias defensivas e de crescimento com valuation atrativo, como Rede D’Or, Localiza e B3, e também as small caps, dada sua maior exposição a empresas de consumo discricionário.
Um setor em que a equipe passou a adotar uma visão mais cautelosa é o de bancos brasileiros. Analistas do setor ressaltam que mudaram a perspectiva sobre o setor bancário de uma posição mais otimista para uma posição mais cautelosa diante dos preços mais elevados em um cenário de disrupção causado tanto por intervenções regulatórias quanto por concorrência.
São considerados, no modelo de reavaliação, também os riscos do open banking e uma concorrência mais agressiva no atacado.
Otimismo com a reabertura da economia
A recomendação de empresas domésticas está relacionada com a expectativa de retomada mais forte de atividade econômica no segundo semestre.
A variante Delta do coronavírus é o maior risco a essa reabertura, ressalvam os analistas. “Mas a vacinação está ganhando força globalmente e não acreditamos que haja apetite para lockdowns severos que possam reverter a recuperação econômica.”
A equipe da XP está mantendo o nível para o Ibovespa em 145 mil pontos para o fim de 2021, o que corresponde a um potencial de valorização de 19% em relação aos níveis atuais.