Você compraria o BERU39, um ETF que segue a bolsa russa, nesse momento?
Investidores estão dispostos a pagar 43% acima do seu valor, na B3
O que levaria investidores brasileiros a comprar um ETF com exposição a empresas russas em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia? Pois saiba que o BERU39, um ETF temático, ganhou destaque em operações na B3, e estão pagando mais caro por ele.
Trazido ao Brasil pela BlackRock, em setembro do ano passado, o BERU39 acompanha o desempenho da bolsa russa, que teve os seus negócios interrompidos logo após o início da guerra. No mesmo dia em que houve a invasão da Ucrânia, a bolsa russa chegou a cair mais de 30%.
A suspensão das operações foi, então, uma forma de evitar uma desvalorização ainda maior das ações após as sanções econômicas impostas pelos países ocidentais à Rússia. A principal delas foi a de suspender o acesso de financiamentos em bancos internacionais tanto do governo, como de bancos e empresas do país de Vladimir Putin.
Além disso, sete bancos russos fora excluídos do sistema financeiro internacional, o Swift.
Por que o BERU39 está sendo cobiçado?
Diante desse cenário, qual o atrativo do papel? A resposta é simples, assim como a queda foi rápida e acentuada, os investidores têm a expectativa de que o movimento seja o mesmo na recuperação, venha logo e seja expressiva.
O BERU39 é uma réplica do ERUS, um ETF do Morgan Stanley Capital Internacional (MSCI), e ambos seguem os resultados das principais empresas russas, as mesmas que formam o MOEX, o índice da bolsa local.
Segundo o site Blocktrends, considerando a cotação em euros, o ERUS está sendo negociado a R$ 44, e o BERUS39 por R$ 15,7. Só que a equivalência é a de que o BERUS39 corresponde a 1/4 do ERUS. Portanto, o valor do BERUS teria de ser de R$ 11, mas os investidores estão dispostos a pagar 43% a mais pelo ETF negociado na B3 para conferir no que vai dar essa aposta.