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Winner Takes All

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:14/08/2019 às 21:36 -
Atualizado 5 anos atrás
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O que é Winner Takes All?

Winner Takes All ou, o vencedor leva tudo, é uma característica de mercados onde os melhores capturam grande parte dos benefícios, deixando uma parcela muito pequena para os demais participantes.

Normalmente, é nesse ambiente onde cresce a desigualdade. Usando como referência os últimos dez anos, um estudo da Bloomberg mostra que a fortuna entre os 0,1% da população mundial cresceu em US$ 175 bilhões enquanto a riqueza da classe média estacionou.

Essa disparidade é decorrente do fato da elite possuir grande parte dos seus ativos no mercado financeiro, dependendo cada vez menos de uma renda exclusivamente do trabalho. Dito isso, ela foi a maior beneficiada dos vários estímulos adotados pelos bancos centrais para combater a crise de 2008.

Como resultado, quem já estava dentro do mercado ganhou muito enquanto quem dependia de salário, alto ou não, não teve a mesma sorte.

O Winner Takes All só se aplica ao mercado financeiro?

Esse comportamento também é percebido nas grandes organizações. Os dados do instituto de pesquisa norte-americano Economic Policy Institute, de 2018, ilustram bem como isso se desenvolveu ao longo do tempo:

  • Em 1965, um executivo-chefe, cuja renda é atrelada a benefícios em ações, recebia 20 vezes a remuneração de um trabalhador médio;
  • Em 1989, essa proporção aumentou para 58 vezes;
  • Em 2009, a diferença passou a ser de 200 vezes;
  • Hoje, ela é de 312 vezes.

Chegar nesses valores foi possível por conta de uma série de fatores:

  1. Os inúmeros programas de recompra de ações, que as valorizam sem que o valor da companhia aumente;
  2. Desregulamentação, que deu mais margem de manobra para as empresas;
  3. Corte de impostos corporativos, aumentando o lucro delas.

Qual a relação entre inovação e Winner Takes All?

O acrônimo FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) é a melhor representação de como as grandes inovações criam mercados totalmente novos, impondo enormes barreiras de entrada aos demais.

Entre essas empresas, todas possuem uma característica em comum: começaram com uma ideia inovadora, desenvolveram a sua própria “infraestrutura” e consolidaram a sua posição a partir da compra de negócios complementares.

O fato de atuarem na “era do conhecimento” só amplifica o efeito do Winner Takes All, dado que a informação exige pouco investimento em ativos físicos e transita livremente entre as fronteiras.

O que diz o livro “Winners Take All”, de Anand Giridharadas?

No livro “Winners Take All: The Elite Charade of Changing the World”, Anand Giridharadas diz que a elite global não passa de uma farsa.

O autor, que fez parte de um instituto de pesquisa chamado Aspen Institute, argumenta que a filantropia adotada pelos bilionários nada mais é do que uma forma de lidar com as consequências do próprio sistema que os enriqueceu.

Afinal, ao contarem com melhores recursos de telecomunicações, logística e financiamento, esses agentes alcançaram uma enorme influência nos mercados onde entraram. Mais do que beneficiar os consumidores, encerraram as atividades de vários outros negócios.

Para os críticos de Anand, exigir que a filantropia assuma um papel que o Estado fracassou em resolver não passa de um retrocesso. Usando como exemplo magnatas americanos do passado, eles citam que Andrew Carnegie defendia a concentração de riqueza alegando que ela induzia a doação.

Qual a relação entre Winner Takes All e fundos ESG?

A geração que cresceu acompanhando o agravamento da desigualdade e das mudanças climáticas refuta categoricamente a afirmação de Milton Friedman de que o único objetivo de uma empresa é o lucro.

Modismos à parte, a indústria de fundos capturou muito bem esse movimento como forma de se diferenciar dos fundos passivos de baixo custo.  Conhecidos como fundos ESG (ambiental, social e governança, em inglês), eles quadruplicaram de tamanho em apenas 10 anos, ao contarem com um público essencialmente engajado e fiel.

Esse crescimento aconteceu mesmo com as limitações dos parâmetros que atendem aos critérios ESG. Para ilustrar o quanto o processo ainda é impreciso, como avaliar a qualidade dos salários se isso depende de regulamentação e políticas públicas?

Um outro ponto é que o lucro está associado a ganhos de produtividade. Com o mundo crescendo a taxas menores, ser socialmente correto irá trazer novos custos para as empresas.

Estariam os investidores ESG dispostos a receber uma taxa de retorno menor por conta disso?

Sobre o autor
Autor da Mais Retorno
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