Milton Friedman
Quem é Milton Friedman?
Vencedor do Prêmio Nobel de Economia de 1976, Milton Friedman foi um importante economista e estatístico norte-americano. Professor da Universidade de Chicago, se destacou pelas suas teorias em defesa do livre mercado.
PhD pela Universidade de Columbia, iniciou a carreira trabalhando na Agência Nacional de Pesquisa Econômica (NBER), local onde se dedicou aos estudos sobre a distribuição de renda nos EUA.
Friedman passou a ser mais conhecido a partir de 1957, quando elaborou a Teoria da Função de Consumo. De acordo com ela, as decisões individuais sobre consumo e poupança se amparam mais em mudanças permanentes na renda do que em qualquer incremento momentâneo na riqueza.
Quais as principais contribuições de Milton Friedman na economia?
Durante a sua vida acadêmica, ele refutou o Keynesianismo, modelo macroeconômico que defendia os gastos do Estado (política fiscal) como contraponto às limitações do modelo de livre mercado.
Assim, ele chegou ao monetarismo, modelo cujo foco é a política monetária e os seus efeitos sobre os níveis de preços, no curto e longo prazo. Como premissa básica, o pressuposto do crescimento, sem sobressaltos, da oferta de moeda.
Suas ideias influenciaram a segunda metade do século XX, trazendo de volta os conceitos clássicos de Adam Smith e a sua defesa na capacidade própria dos mercados em alcançar a eficiência e equilíbrio econômico.
O que é o monetarismo?
O monetarismo (conhecido também como a economia da “Escola de Chicago”) defende as seguintes condições para o crescimento:
- Livre comércio;
- Pouca presença do Estado na economia;
- Crescimento lento e controlado da oferta de moeda.
Movimento chamado de “neoliberalismo”, ele foi adotado pelos governos de Ronald Reagan (EUA), Margaret Thatcher (Inglaterra) e Pinochet (Chile).
Foi a partir dele que essas nações passaram a se distanciar das políticas públicas de pleno emprego, principalmente após os anos de baixo crescimento e alta inflação da década de 70.
O que fez Milton Friedman ganhar tanta popularidade?
Ao longo de sua vida, ele expôs abertamente o seu pensamento econômico. Friedman ficou famoso pelas suas frases o pelo seu estilo direto de se comunicar:
As políticas econômicas devem ser avaliadas pelos seus resultados e não pelas suas intenções.
Ele sempre buscou mostrar os efeitos colaterais de algumas políticas públicas. Como exemplo, demonstrava que:
- O aumento do salário mínimo deixava fora do mercado de trabalho pessoas com menor qualificação, dada a falta de preparo delas para determinadas atividades;
- A introdução de tarifas e subsídios prejudicava os consumidores, que eram ofertados com produtos de menor qualidade, dados os preços praticados;
Esse conceito atingiu o auge quando o economista enviou uma carta aberta a um grande traficante da época, defendendo a total legalização das drogas.
Entre os seus argumentos, citava os efeitos colaterais sofridos pela sociedade com a guerra entre as gangues.
As políticas econômicas podem ser explicadas para pessoas comuns.
Além das várias obras que publicou, ele tinha o hábito de dar palestras e participar de programas de televisão.
A inflação é um fenômeno monetário em qualquer parte do mundo.
Friedman defendia que, no longo prazo, um aumento na oferta de moeda fazia os preços mudarem de patamar, sem o equivalente aumento na produção. Portanto, a política monetária (juros) deveria ter o mesmo rigor da política fiscal (gastos do governo).
Burocratas no governo não conseguem controlar a economia.
Como as políticas econômicas são impostas, elas causam consequências não previstas na sociedade, visto que não necessariamente seguem o conceito da eficiência e da racionalidade individual dos agentes.
Os governos podem falhar tanto quanto os mercados.
Voltando ao problema do foco nas intenções das políticas econômicas, e não nos seus resultados, Friedman usou outros exemplos da própria economia norte-americana para mostrar como políticas de controles de preços e salários levavam ao desabastecimento e ao desemprego.