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Viés de juros: o que é e como funciona

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:04/08/2022 às 04:58 - Atualizado 2 anos atrás
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O viés da taxa de juros é uma expressão atribuída à propensão da taxa Selic em determinado intervalo. Em outras palavras, trata-se de um indicador utilizado para apontar a tendência da taxa de juros básica da economia, definida através do Comitê de Política Monetária.

Basicamente, por meio do viés da taxa de juros, as autoridades monetárias podem fundamentar as expectativas sobre a taxa básica de juros até a realização dos próximos encontros do Comitê. Na prática, um viés da taxa com tendência de alta, por exemplo, pode denotar o aumento futuro da Selic.

Para que serve o viés de juros?

O mercado financeiro é marcado por riscos e incertezas que, por sua vez, podem gerar instabilidades, sobretudo em relação à restrição de crédito. Nesse sentido, o Banco Central tende a apresentar, periodicamente, quais serão suas prováveis ações futuras, a fim de amenizar tais incertezas.

Nesse sentido, o viés da taxa de juros, embora não seja um indicador exato de alta ou baixa da Selic, trata-se de uma forte tendência dos direcionamentos da taxa básica da economia. Nesse contexto, conhecer o viés de juros permite aos agentes econômicos adotar medidas em razão das expectativas para os próximos períodos.

Em resumo, ele serve para promover a antecipação de eventos futuros, de modo a minimizar as incertezas do mercado financeiro, diminuir as variações súbitas nos preços de ativos, bem como impedir que surjam crises decorrentes de fatores não previstos antecipadamente.

Como funciona o viés da taxa de juros?

Antes de entender como funciona o viés da taxa de juros, é fundamental compreender a política monetária do país, bem como o processo de tomada de decisões. Sendo assim, cabe destacar que a política de juros do Banco Central está diretamente associada ao Regime de Metas de Inflação (RMI).

Já o RMI nada mais é do que um tipo de regime monetário adotado pelo BACEN, a fim de garantir que a inflação ocorra em conformidade com metas pré-estabelecidas, isto é, que foram anunciadas à população através do Comitê Monetário Nacional (CMN). Portanto, as decisões do COPOM têm como finalidade manter a inflação dentro dos objetivos traçados pelo CMN.

Sendo assim, quando o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está elevado, o Banco Central acaba subindo a taxa Selic, de modo a reduzir a pressão sob demandas que, por sua vez, levam ao aumento de preços.

Do contrário, quando a inflação está em queda, pode-se avaliar uma eventual redução dos juros para acelerar a economia e manter a inflação dentro das metas fixadas. Logo, o viés da taxa de juros funciona como uma espécie de "termômetro" que indicará a tomada de tais decisões.

Como saber qual o viés da taxa de juros?

Assim como a taxa Selic, o viés de juros é estabelecido por meio das reuniões do Comitê de Política Monetária. Ligado ao Banco Central, o órgão é formado pelos membros diretivos do Bacen e as reuniões normalmente acontecem a cada 45 dias, durante dois dias consecutivos.

Fundamentalmente, por meio destes encontros são abordados diversos fatores para a tomada de decisões sobre a política monetária do país. Ou seja, as reuniões têm como objetivo garantir que tais decisões ocorram de maneira mais equilibrada possível, afinal, elas podem influenciar fortemente os demais agentes econômicos.

Para tanto, cabe ao Comitê fazer a análise de diversas informações a fim de embasar sua decisão. Justamente por isso, são adotados parâmetros de votação entre os membros sobre quais serão as decisões do que será feito no futuro.

Por consequência, tanto a taxa de juros, quanto o anúncio do viés para as próximas reuniões, que pode se dar em alta, baixa ou neutra, são definidas assim pelo Copom e seguidas pelo Banco Central

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