TINA – There is no Alternative
O que é TINA -There is no Alternative?
O termo TINA - There is no Alternative (“não há alternativa”) surgiu com o filósofo Herbert Spencer, um dos representantes do liberalismo clássico inglês. Mas foi através dos discursos da ex-primeira-ministra da Grã-Bretanha, Margaret Thatcher, que a frase se tornou popular.
Na década de 1980, a então primeira-ministra britânica usou a expressão “there is no alternative”, abreviada pelo acrônimo TINA, como slogan de seu mandato.
Contudo, vale a pena ressaltar que o uso que a Dama de Ferro fez da expressão TINA foi uma espécie de atualização dela, pois Tatcher era, juntamente com nomes como Ronald Reagan, uma das representantes do neoliberalismo.
Qual é o significado de TINA - There is no Alternative?
Para compreender o significado da expressão TINA, é preciso compreender antes como e com qual objetivo ela nasceu.
A frase TINA foi criada por Herbert Spencer. Defensor do laissez-faire e do positivismo, o filósofo liberal usava a expressão “there is no alternative” para responder aos críticos do liberalismo econômico.
Com frequência, quando outros acadêmicos criticavam o liberalismo, Spencer respondia com TINA para dizer que a única forma possível de economia era o liberalismo econômico.
Tatcher, assim como Spencer, usou a TINA como uma forma de dizer aos críticos de sua política econômica que não havia outra alternativa possível a ela. Porém, como foi dito acima, TINA não era, com Tatcher, uma defesa do liberalismo clássico.
Enquanto a teoria clássica do liberalismo se pautava nas ideias de um Estado não interventor e da maximização da liberdade individual, o neoliberalismo que despontou na década de 1980 tem como principal foco a defesa do Estado mínimo.
Ainda que o primeiro já trouxesse consigo o Estado mínimo como base de uma economia próspera, esse não era o foco principal e, graças a doutrina do keynesianismo, com o tempo foi aceita a intervenção estatal com o objetivo de trazer bem-estar social.
Nesse sentido, o neoliberalismo, além de pregar a autorregulação do mercado, é a alternativa contra políticas do liberalismo clássico que falharam por deixar que o Estado interferisse na economia.
Assim, a TINA, quando usada por Tatcher como slogan, funciona como uma forma de defender o fim do protecionismo, a privatização de empresas estatais, a redução de impostos e taxas pagas por empresas, bem como o mercado financeiro.
O livre mercado e Estado mínimo se tornaram a “alternativa definitiva” após a queda da União Soviética, quando o cientista político Francis Fukuyama afirmou que de fato não havia modelo econômico e político que pudesse ser uma alternativa ao neoliberalismo.
O que TINA - There is no Alternative representa atualmente?
Na atualidade, a expressão TINA - There is no Alternative já não é mais utilizada com o objetivo de justificar decisões políticas e econômicas de governos neoliberais. Essa frase foi adaptada ao atual contexto do mercado financeiro.
Para investidores, em especial de renda variável, "TINA - There is no Alternative" significa que não há boas alternativas para para certos tipos de investimentos considerados duvidosos ou questionáveis.
Um bom exemplo disso ocorre em momentos nos quais a taxa básica de juros é muito baixa, inviabilizando grandes ganhos na renda variável, e, ainda assim, o mercado de renda variável oferece mais riscos em virtude de uma possível crise econômica.
Nesse caso, os investidores optam por assumir o risco de perder mais do que ganhar na bolsa baseados no efeito TINA.
Ou seja, eles assumem que, para conseguir algum lucro a partir de seus investimentos, não há qualquer alternativa: é preciso arriscar e investir em renda variável.
Apesar de isso parecer apenas uma aposta dos investidores que querem ganhar mais, a crença no efeito TINA tem algum fundamento.
Isso porque, ao optar por investir em renda variável ainda em condições desfavoráveis, o que muitos investidores pensam (ou mesmo sabem) é que no futuro o mercado irá se estabilizar, graças a sua autorregulação. Esses investidores, portanto, estão habituados às flutuações comuns ao mercado financeiro.