Servicer: saiba o que é e como funciona
O que é um servicer?
Um servicer é uma empresa contratada por outra instituição com a responsabilidade de processar os pagamentos recebidos da carteira de ativos e os efetuados — aos investidores dos títulos — de uma operação de securitização. Além disso, também tem responsabilidades como avaliação de imóveis, suporte à formalização de contratos, formalização do crédito imobiliário, preparação de relatórios, entre outras.
Embora algumas pessoas façam esses serviços por conta própria, muitas preferem contratar uma empresa especializada justamente para assumir a responsabilidade pelo recebimento e pagamento de todas essas transações. Em resumo, ela é o contato entre o provedor do empréstimo e quem o recebe.
Como funciona o trabalho de um servicer?
O processo de servicer pode ser realizado tanto pelo próprio banco ou instituição financeira que concedeu o empréstimo quanto por um fornecedor terceirizado da instituição de crédito ou até mesmo por uma entidade não bancária que seja especializada nesses serviços. O servicer em si também pode se referir à obrigação de quem recebe o empréstimo de realizar pagamentos pontuais do valor principal e dos juros como uma maneira de manter a qualidade do seu crédito junto às agências de classificação e outros credores.
Antigamente, o servicer era visto como uma função central apenas dos bancos. Eles emitiam o empréstimo original, então fazia sentido que fossem os responsáveis por administrá-lo. Isso acontecia antes que a securitização de empréstimos mais generalizada mudasse a natureza dessas instituições e das finanças de um modo geral. Depois da reformulação, os serviços dos empréstimos em si provaram ser uma linha de negócios menos lucrativa do que a originação de novas contratações.
Portanto, toda essa parte foi separada da originação do serviço e aberta ao mercado. Por conta da carga de manutenção que eles exigem e das mudanças de expectativas — e dos hábitos — dos tomadores de empréstimo, o setor passou a se tornar extremamente dependente de softwares e da tecnologia no geral.
A administração de empréstimos, especialmente os hipotecários, é bastante complexa devido aos pagamentos que devem ser feitos. Entre eles, estão:
- o pagamento de seguro residencial;
- a gestão da conta caucionada;
- o recebimento dos pagamentos propriamente ditos;
- o pagamento de impostos;
- a reconciliação, quando necessária.
Muitos contratantes de empréstimos acabam contratando pessoas especializadas para cuidar dessas burocracias. Em troca da execução dos serviços, os servidores recebem uma taxa que pode variar de 0,5% a 0,25 dos juros periódicos dos empréstimos.
Quais são algumas das considerações especiais sobre o servicer?
Somente nos Estados Unidos, as hipotecas representam a maior parte do mercado de servicers, que soma trilhões de dólares somente em empréstimos imobiliários — embora o serviço de empréstimos para estudantes também seja considerado tão grande quanto. No ano de 2018, por exemplo, apenas 3 empresas eram as responsáveis pela cobrança de pagamentos de 93% dos empréstimos estudantis de cerca de 30 milhões de tomadores — o que correspondia a um valor estimado de US$ 950 bilhões.
Ao mesmo tempo, a tendência entre as grandes administradoras de empréstimo é a de se afastar lentamente do mercado hipotecário por conta das crescentes preocupações regulatórias que acontecem por lá. No lugar, os bancos regionais menores e funcionários não ligados às instituições bancárias estão assumindo as posições.
O colapso que aconteceu com as hipotecas durante a crise financeira dos Estados Unidos entre 2007 e 2008 aumentou ainda mais o levantamento sobre a prática de securitização e a transferência das obrigações dos servicers. O custo do serviço dos empréstimos, como resultado, aumentou em comparação aos níveis que eram observados antes da crise — e a partir daí sempre haverá um grande potencial para novas regulamentações.
Enquanto isso, alguns agentes de créditos e servicers adotaram a tecnologia para tentar reduzir ao máximo os custos de conformidade. Também houve grande direcionamento por parte de alguns bancos em atender as suas próprias carteiras de empréstimos para manter a conexão com os seus clientes de varejo.