Risk-off
O que é risk-off?
Risk-off é uma expressão muito popular no mercado financeiro que se refere a momentos em que os grandes investidores (que, basicamente, são aqueles com maior capacidade de influenciar os preços dos ativos) não estão dispostos a tomar riscos, buscando oportunidades mais conservadoras e protegidas.
Esse sentimento faz com que os preços dos ativos sofram quedas ou desvalorizações, de modo que acabam por reduzir o apetite ao risco também dos pequenos investidores. São os famosos "momentos de baixa" do mercado, em que há perda de valor nas negociações.
Apesar de soar como algo negativo, o risk-off faz parte dos ciclos naturais do mercado financeiro. Isso porque é extremamente comum que exista uma alternância no humor dos investidores que, em alguns momentos estarão mais dispostos a tomar risco, enquanto que em outros vão preferir trabalhar com ativos mais conservadores e protegidos.
Risk-off vs. risk-on: qual é a diferença?
A diferença entre risk-on e risk-off é justamente o apetite aos riscos dos investidores. Como vimos, essa sensação pode variar em função de eventos econômicos. As nomenclaturas, portanto, são apenas uma forma de classificar o relacionamento com o risco, sendo:
- Risk-on: cenário em que os investidores buscam ativos com maior risco, apresentando o foco em rentabilidade ao invés de segurança;
- Risk-off: cenário em que os investidores buscam ativos com menor risco, apresentando o foco em segurança ao invés de rentabilidade.
Como funciona o risk-off?
O risk-off é uma situação que é diretamente afetada pelos fatores políticos e econômicos. Em outras palavras, a aversão ao risco não vem de uma posição natural dos investidores, mas sim como reflexo do que eles enxergam para um determinado momento do mercado.
Assim, em uma situação em que há um sentimento positivo, crescimento de vendas e estímulos econômicos, é natural que exista um maior apetite ao risco, visando o crescimento patrimonial. Da mesma forma, em um cenário adverso, como acontece em período de crise, a tendência natural é fugir do risco.
Podemos verificar que, por exemplo, na recessão é comum ver os grandes investidores fugindo do Brasil e buscando dólar e ouro como forma de proteger o seu capital das oscilações negativas. Não por acaso, é comum que o mercado acionário brasileiro se desvalorize fortemente em crises e o dólar ganhe força frente ao real.
Esse é um cenário típico do risk-off, pois o Brasil é um país emergente e, portanto, oferece maior risco aos seus investidores — até mesmo por outras questões, especialmente políticas e ambientais. No entanto, a fuga do risco dura até certo ponto, quando os investidores retomam a confiança e voltam a buscar a rentabilidade ao invés da segurança.
Quais os impactos do risk-off para investimentos?
Como talvez seja possível de concluir, o risk-off acaba por afetar diretamente o comportamento dos ativos do mercado brasileiro. As ações, por exemplo, tendem a sofrer uma forte desvalorização justamente em função da saída do capital estrangeiro para investimentos de menor risco. Assim, a volatilidade acaba aumentando.
Por ser um país emergente, o impacto negativo também atinge outros ativos. A moeda brasileira, o real, é um dos câmbios que sofre com momentos de risk-off. O mesmo vale para as taxas de juros longas, afetando títulos com vencimentos mais distantes. Para o curto prazo, as taxas de juros tendem para uma redução visando estímulos econômicos.
Para o investidor de longo prazo, contudo, o cenário de risk-off também representa uma oportunidade de comprar ativos mais baratos. Como o mercado tende à irracionalidade em crises, muitas empresas se desvalorizam mais do que deveriam na recessão e, portanto, torna-se atrativo comprá-las, desde que esse investidor esteja ciente dos riscos envolvidos em sua operação.