Risco não-diversificável
O que é risco não-diversificável
Risco não-diversificável, também conhecido como risco sistemático ou sistêmico, é aquele inerente ao mercado como um todo ou a um segmento de mercado específico. Ele não afeta apenas uma ação em particular.
Esse tipo de risco é imprevisível e impossível de evitar completamente. Por isso, é chamado de não-diversificável: porque a diversificação dos ativos não o elimina. As únicas formas de diminuir o risco não-diversificável é por meio do hedging ou da estratégia de alocação de ativos correta.
Funcionamento do risco não-diversificável
O risco não-diversificável fica por trás de outros tipos de risco, como o risco de indústria. Ele incorpora questões macroeconômicas que podem afetar todo o mercado financeiro e não podem ser mitigadas simplesmente com a compra ou venda de uma ação.
Uma informação importante é que o prêmio pelo risco está sempre associado ao risco não-diversificável. O mercado não premia o risco diversificável, que pode ser evitado. Isso significa que o retorno esperado de um investimento depende do seu nível de risco não-diversificável; quanto maior o risco, maior a compensação.
Existe uma forma de conhecer o nível de risco não-diversificável de um ativo e, assim, prever seu retorno. Para isso, utiliza-se o coeficiente beta, que aponta o risco de um ativo específico em relação ao risco de um ativo médio. Em termos mais precisos, ele indica a sensibilidade de um ativo específico em relação às mudanças macro no mercado.
Ativos mais arriscados são chamados de agressivos. Enquanto isso, ativos menos arriscados são defensivos.
Questões que afetam o risco não-diversificável
Algumas das questões que podem colaborar para aumentar ou diminuir o risco não-diversificável no mercado financeiro são:
- Mudanças nas taxas de juros
- Alterações no PIB
- Variações na inflação
- Transformações jurídicas e políticas internas
- Relações internacionais, incluindo guerras, conflitos, acordos
Portanto, é essencial que o investidor esteja muito bem informado a respeito de todos esses assuntos. Assim, ele será capaz de tomar decisões que levem em consideração o risco não-sistemático.
Gestão do risco não-diversificável
A gestão do risco não-diversificável, como já visto, não pode evitá-lo por completo, mas permite mitigar seus efeitos.
Para isso, é preciso investir em uma variedade de tipos de ativos. Além de ações, também títulos de renda fixa, ativos imobiliários, até moeda estrangeira. Se ocorrer um evento que cause uma grande mudança sistêmica no mercado financeiro, cada um deles provavelmente reagirá de formas diferentes, o que pode preservar seu patrimônio.
Imagine, por exemplo, que o Governo aumente as taxas de juros. Isso pode fazer o valor das ações cair, porque as empresas terão que segurar seus investimentos e podem enfrentar um certo endividamento. Por outro lado, a mesma medida pode fazer o rendimento dos títulos de renda fixa aumentar. Se o investidor tiver os dois tipos de ativos em sua carteira, na proporção certa, não será necessariamente prejudicado por essa medida.
Risco não-diversificável em diferentes países
Existe uma percepção de risco não-diversificável associada a cada país. Por exemplo, entre Brasil e Alemanha, o risco não-diversificável percebido no primeiro é maior. Já entre Brasil e Colômbia, é o segundo que tem maior risco percebido. Esse é um dos fatores que investidores interessados em mercados estrangeiros levam em consideração para decidir onde colocarão seus recursos.
Casos concretos de risco não-diversificável
Um dos maiores exemplos de risco não-diversificável na História foram os eventos da Crise de 2008. Apesar de ter começado no mercado financeiro, a Crise se aprofundou com notícias de corrupção, intervenções governamentais, medidas de emergência. A situação acabou afetando ações de empresas de diferentes setores da economia, do setor automobilístico ao de eletrônicos e tecnologia da informação.
Outro exemplo mais recente foi a queda das ações em 2018, considerado o pior ano para as bolsas de valores americanas, NYSE e NASDAQ desde 2008. Preocupações com a política monetária, disfunção política, inflação e regulação do setor de tecnologia estiveram no centro dessa queda.