Risco fiscal: saiba o que é e como funciona
O que é risco fiscal?
O risco fiscal é a possibilidade de um Governo não conseguir cumprir seu planejamento financeiro. Com isso, provavelmente ele não conseguirá lidar com algumas obrigações fiscais — o que pode aumentar a sua dívida pública.
Isso também acontece, por exemplo, quando a receita não é suficiente para cobrir todos os gastos e o resultado é um cenário de déficit público. Caso essa situação não seja administrada de maneira correta, pode causar ainda uma crise financeira muito grande.
Como o risco fiscal funciona?
Resumidamente, o risco fiscal funciona como uma espécie de indicador para os investidores, já que ele também existe como uma maneira de orientá-los. Dessa forma, um país ter risco fiscal elevado significa que ele pode não ser bem o melhor ambiente — e o mais seguro — para novos investimentos.
O funcionamento desse tipo de indicador, na realidade, depende de uma série de fatores. O mais comum deles, por exemplo, é o aumento das despesas públicas, principalmente se ele estiver alinhado a uma baixa atração de novos recursos. Desse modo, o mercado indica um aumento do risco no país em questão.
Como o risco fiscal impacta o mercado?
Toda e qualquer incerteza em relação às finanças de um país é capaz de impactar o mercado financeiro como um todo. Isso porque o setor privado também sofre com essas indefinições. Sendo assim, é bastante comum que empresários passem a se sentir inseguros nos seus respectivos planejamentos.
Além disso, quando existe a possibilidade de não pagamento de dívidas aumenta a dificuldade de negociação de financiamentos e empréstimos, o que pode deixar a situação ainda mais grave. Com isso, ainda há a saída do capital estrangeiro do país — o que é extremamente preocupante.
O cenário de alto risco fiscal também pode influenciar diretamente na taxa básica de juros, que no Brasil é a Selic. Quando o governo toma a decisão de elevá-la para tentar conter a inflação, por exemplo, o acesso ao crédito fica mais caro e o poder de compra da população consequentemente diminui.
Todo esse cenário pode ser considerado como catalisador de problemas gerais e até mesmo de uma crise financeira. Por esse motivo, todo o mercado financeiro — assim como as pessoas de modo geral — sentirão os impactos negativos causados por ele.
Como proteger os investimentos do risco fiscal?
O primeiro passo para proteger os investimentos do risco fiscal é avaliar, de fato, os riscos do aporte. Nesse cenário, é importante levar em consideração que todo investimento — seja ele qual for — gera um nível de risco para o patrimônio do investidor. Por esse motivo, é necessário estudar todas as opções disponíveis com muita cautela.
Isso porque quando se fala em risco fiscal, ele se refere às chances do Governo não pagar as suas dívidas. Sendo assim, quem investe em títulos do Tesouro Direto, por exemplo, precisa ter atenção redobrada em relação a essa questão.
Mesmo que o Tesouro Direto seja um dos investimentos mais seguros disponíveis no mercado atualmente, de qualquer forma o investidor está emprestando o seu dinheiro ao Governo quando adquire um título. Isso significa que, com o aumento da dívida pública federal sem o controle devido, a chance de inadimplência existe.
Da mesma maneira, as outras ações e os demais ativos de renda variável também sentem os impactos do risco fiscal. Como esse contexto impacta o setor privado e as empresas, é bastante possível que a rentabilidade desses investimentos seja afetada.
Outro movimento para proteger os investimentos é diversificar o portfólio. Na prática, isso significa fazer aportes em ativos e produtos variados e, sempre que possível, em diferentes classes de investimento.
É importante lembrar que contar com um portfólio diversificado e amplo é uma ótima estratégia para diluir os riscos da carteira no geral. Enquanto um dos investimentos estiver apresentando uma má performance, por exemplo, outros podem estar em um período de alta.