Risco Diversificável
O que é Risco Diversificável
O Risco Diversificável, também chamado de risco não-sistemático ou não-sistêmico, é aquele que refere-se a uma empresa ou um segmento de mercado específico. Ele pode ser evitado por meio da diversificação da carteira; assim, o risco de um ativo é compensado por outro.
Imagine, por exemplo, que os funcionários do setor metalúrgico entrem em greve geral. Esse evento é um exemplo de risco diversificável, porque ele vai provocar consequências nas empresas do setor metalúrgico e, talvez, alguns outros setores fortemente vinculados a ele.
Porém, esse evento não vai afetar todo o mercado. Uma rede varejista de eletrodomésticos, por exemplo, não vai sofrer com essa greve.
Apesar de parecer uma boa estratégia para lidar com o risco não-sistemático, nem todos os especialistas em investimento defendem a diversificação. Warren Buffett, por exemplo, afirmou que "a diversificação é uma proteção contra a ignorância".
Com isso, ele quis dizer que a diversificação não é necessária quando o investidor conhece bem o segmento de mercado e as empresas que escolhe.
Realmente, investidores que realizam adotam a análise fundamentalista para tomar suas decisões estão menos sujeitos ao risco não-sistemático, porque percebem os sinais desse risco e conseguem evitar ativos muito comprometidos.
Tipos de riscos diversificáveis
Existem quatro principais tipos diferentes de riscos diversificáveis.
O primeiro tipo é o risco de mercado, ou risco de volatilidade, que diz respeito à flutuação do preço do ativo. Maior volatilidade significa maior flutuação e, portanto, maior risco. Para lidar com esse risco, é recomendável investir em ativos de classes diferentes, como ações e títulos públicos.
O segundo tipo é o risco setorial, que diz respeito às mudanças que podem ocorrer em um segmento específico de mercado. Para lidar com esse risco, a recomendação é investir em ativos de diferentes segmentos de mercado, como ações da indústria de petróleo e gás e ações de empresas educacionais.
O terceiro tipo é o risco de crédito, que diz respeito à possibilidade de não receber o retorno do investimento porque a empresa emissora do título não tem condições de pagar. A maneira recomendada para evitar esse risco é observar a nota das agências de classificação para o risco de cada título.
O quarto tipo é o risco de liquidez, que diz respeito à facilidade com que o investidor consegue vender o ativo e recuperar seu dinheiro. Quanto menor a liquidez, menor a facilidade do resgate e, portanto, maior o risco. A recomendação é manter títulos com alta e baixa liquidez no portfólio.
Além destes, outros tipos de riscos diversificáveis são o risco operacional, o fiscal e o jurídico.
Remuneração sobre o risco
Um fato interessante é que não existe remuneração sobre o risco diversificável.
Você pode já ter ouvido falar que, no mercado financeiro, quanto maior o risco, maior a recompensa. No entanto, essa é apenas uma parte do conceito.
Na verdade, o mercado não remunera um risco desnecessário. O risco diversificável, como pode ser eliminado, é desnecessário e, por isso, não é remunerado.
Vamos supor que você vá investir em ações da indústria automobilística. Você não tem a possibilidade de ganhar mais se escolher investir na ação de uma empresa que está superendividada, em vez de investir naquela que está com as finanças em dia.
Portanto, a relação entre risco e remuneração só existe quando falamos do risco não-diversificável, aquele que não pode ser completamente eliminado.
Ganhar com o risco diversificável
Em raras situações, é possível ganhar dinheiro com o risco diversificável.
Isso acontece, por exemplo, quando o investidor opera vendido em uma ação que tem alto risco de volatilidade. Nesse tipo de operação, ele "aposta contra a ação", e ganha dinheiro quando seu preço cai. Como a ação tem alto risco de flutuação do preço, é ideal para operar vendido.
Essa é uma demonstração de que o mais importante para o sucesso nos investimentos é sempre uma boa estratégia.