Ótica da Renda (PIB)
O que é a Ótica da Renda do PIB?
A Ótica da Renda é uma das formas de se encontrar o valor do PIB de uma nação, de acordo com as normas da contabilidade social.
O Produto Interno Bruto (PIB) é, a grosso modo, a soma de todos os bens e serviços finais produzidos durante um determinado período de tempo em uma determinada região.
Quais as 3 óticas do PIB?
Para que se chegue a um dado representativo, é preciso transformar tudo o que foi produzido em um dado monetário (R$); ou seja, soma-se os seus respectivos valores agregados a preços de mercado. Isso pode ser obtido de 3 formas distintas:
Pela ótica da oferta (produto): soma dos produtos finais da indústria, do comércio, do setor de serviços e da atividade agropecuária;
Pela ótica da despesa (dispêndio): soma dos gastos para a manutenção (consumo) e a expansão da economia (investimento);
Pela ótica da renda: soma de todas as rendas pagas durante o período.
Independente da ótica usada, a resposta é a mesma para todas. O motivo é bastante simples: tudo o que é produzido é consumido, remunerando os componentes empregados ao longo do processo.
Como é calculado o PIB pela ótica da renda?
No conceito de PIB pela ótica da renda, considera-se os valores atrelados a:
- Salários: renda do trabalho;
- Juros: renda do capital;
- Aluguéis: renda das instalações físicas;
- Lucro: renda sobre o processo de produção;
- Impostos: renda do governo.
Entretanto, o resultado não é obtido puramente pela soma de todos eles. São necessários alguns ajustes antes que se chegue à representação matemática do PIB pela ótica da renda: São eles os impostos indiretos e os subsídios, além da depreciação (perda de valor dos ativos fixos).
Desse modo:
Renda (Y) = C + P + T
C = Consumo das famílias;
P = Poupança;
T = Tributos (impostos).
Qual é a relação entre renda e despesa na economia?
O fluxo de renda gera o seu respectivo fluxo de despesa (demanda agregada), dado que os diversos agentes econômicos usam os seus recursos para adquirir bem e serviços.
Isso é representado pelos 3 grandes públicos que representam a economia:
- Famílias;
- Governo;
- Agentes externos.
Famílias
São os consumidores que compram os produtos e serviços vendidos pelas empresas. Elas, por sua vez, usam o resultado de suas vendas para rentabilizar os fatores usados na produção: salários, aluguéis, etc.
Porém, nem tudo é gasto pelas companhias. Uma parte é destinada para a aquisição de novas máquinas. Isso é representado pelo investimento.
Demanda Agregada (DA) = Consumo (C) + Investimento (I)
De forma análoga, as famílias que recebem a sua renda também não a consomem na sua integralidade: elas formam poupança.
Renda (Y) = Consumo (C) + Poupança (P)
Esses recursos (P) são “reciclados” na economia por meio dos agentes financeiros; eles recebem os depósitos das famílias e os emprestam para projetos de investimento.
Portanto:
Renda (Y) = Demanda Agregada (DA)
Consumo (C) + Poupança (P) = Consumo (C) + Investimento (I)
Ou, simplesmente:
Poupança (P) = Investimento (I)
Todavia, os fatores utilizados na produção sofrem desgaste; ou seja, se depreciam.
Assim, o investimento (I) é usado tanto para repor os bens depreciados como para adquirir novos equipamentos.
Governo
O governo recolhe impostos para poder prover os serviços de sua competência: segurança, educação, saúde, etc. Eles podem ser tantos diretos como indiretos.
Demanda Agregada (DA) = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G)
No caso dos impostos indiretos, eles fazem parte do preço final de um produto ou serviço. Dessa forma, parte do valor das vendas é destinado ao governo. O mesmo efeito, mas na direção contrária, ocorre com os subsídios.
Desse modo, temos:
Renda (Y) = Demanda Agregada (DA)
Onde:
Renda (Y) = Consumo (C) + Poupança (P) + Tributos (T)
Demanda Agregada (DA) = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G)
Então:
Consumo (C) + Poupança (P) + Tributos (T) = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G)
Agentes externos
As economias não são fechadas; elas transacionam entre si. Usando o mesmo conceito de economia fechada, a renda é usada para o consumo (importações), sendo que as empresas remuneram os fatores de produção (no exterior).
Assim, temos:
Renda (Y) = Demanda Agregada (DA)
Onde:
Renda (Y) = Consumo (C) + Poupança (P) + Tributos (T)
Demanda Agregada (DA) = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G) + (Exportações – Importações)
Então:
Consumo (C) + Poupança (P) + Tributos (T) = Consumo (C) + Investimento (I) + Gastos do Governo (G) + (Exportações – Importações)