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Operação de financiamento

Autor:Equipe Mais Retorno
Data de publicação:27/12/2021 às 02:56 - Atualizado 3 anos atrás
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O que é operação de financiamento?

Operação de financiamento é aquela em que um investidor compra ações no mercado à vista e, ao mesmo tempo, vende contratos no mercado futuro. Com esse movimento, ele fixa um retorno para o valor que foi aplicado no mercado à vista, da mesma maneira que aconteceria se fosse uma operação de renda fixa.

Em geral, esse tipo de operação é realizado por investidores institucionais ou tesourarias de instituições financeiras que acompanham mais de perto tanto os mercados de renda fixa quanto o de ações e, assim, podem se aproveitar de oportunidades de arbitragem. Os volumes envolvidos, aliás, podem ser bastante elevados.

Isso acontece tanto em função do valor necessário para negociar com contratos futuros do Ibovespa, que são bem altos, quanto da quantidade de ativos que precisa ser comprada ou vendida no mercado à vista para que o desempenho do índice seja replicado.

Como a operação de financiamento funciona?

Para poder realizar esse tipo de operação no mercado brasileiro, os investidores utilizam o contrato futuro do Ibovespa negociado na BM&F no mercado futuro. Como não existe o ativo desse índice no mercado à vista, o recomendado é montar uma carteira de ações com a composição mais próxima possível dele.

Com a adoção de uma posição inversa nos dois mercados, o investidor praticamente elimina o risco inerente ao mercado de ações na operação — mas desde que ele tenha montado uma estratégia com a quantidade certa de compra e venda de cada ativo. Caso o Ibovespa suba, ele ganha no mercado à vista e perde no futuro. Se a bolsa cair, o inverso acontece.

Embora seja tecnicamente possível que um investidor — pessoa física, no caso — realize esse tipo de operação, a maioria dos negócios é direcionada para os investidores institucionais. O efeito que ela gera, porém, é sentido por todos eles, mesmo aqueles que nem conhecem como o mercado futuro funciona.

Qual é o impacto da operação de financiamento no mercado?

O motivo pela qual essa operação realizada é até bastante simples: a diferença que existe entre o Ibovespa à vista e o futuro é equivalente a uma taxa de juros. Então, ela só valerá a pena se a taxa em questão for superior àquela que poderia ser obtida nas operações mais tradicionais de renda fixa.

Então, como o investidor realizou essa operação dentro de uma perspectiva de renda fixa, ele pode não ter interesse em manter as posições com o vencimento do contrato futuro do Ibovespa. Com o vencimento da parte da operação em que ele está vendendo, também busca fechar a outra ponta — o que significa, na verdade, vender as ações que ele tem no mercado à vista.

Toda essa situação pode, assim, criar pressões sobre o mercado à vista e, como consequência, deprimir as cotações. Esse efeito pode ser até mais significativo nas ações que tenham menor liquidez — mesmo as que fazem parte do Ibovespa — por conta do impacto que as ordens de venda podem ter em um mercado que esteja menos líquido.

Qual é a relação entre uma operação de financiamento e uma operação de caixa?

A operação de caixa é, na verdade, o inverso da de financiamento. Nela, o investidor costuma vender no mercado à vista e compra no mercado futuro. Como um exemplo, imagine uma situação em que ele precisa de recursos por um curto período, mas não quer se desfazer da sua carteira de ações porque acredita bastante no potencial que o mercado terá a médio prazo.

Com a venda das posições que tem no mercado à vista e com a compra de futuros, ele pode estar financiando a si mesmo a uma taxa mais baixa do que conseguiria obter em um empréstimo em um banco, por exemplo. Aqui, vale lembrar que nesse período ele não se beneficiará de ganhos potenciais no mercado de ações.

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